Com a política a bater à porta de Alvalade, um jogador do Aves a bater em Wendel e outro a puxar-lhe os calções, Rúben Amorim teve uma estreia vitoriosa, embora bastante diferente daquela que, quase de certeza, estaria à espera.

As manifestações dos adeptos para a direção passaram das ruas para a bancada [em momentos], neste domingo, numa altura em que a equipa tinha de ser paciente, e tudo à volta não o é. Chegado aqui, o novo técnico também o tem de ser, para explicar, por exemplo, a Ristovski que fazia sentido dar mais velocidade e acutilância ao flanco, mesmo que houvesse apenas 24 minutos de jogo.

Num jogo marcado pelas duas expulsões no Desp. Aves, o Sporting pode, pelo menos, respirar um pouco durante a semana, fruto de uma vitória que demorou a chegar, mas que chegou.

Obviamente, 3X4X3

Quase não era preciso esperar pelo onze inicial para perceber que Rúben Amorim vem para jogar em 3x4x3. O passado do técnico assim o indicava e assim foi. O duelo com o Desp. Aves trouxe um leão com posse de bola até aos 11 minutos, altura em que o jogo começou a mudar. A primeira expulsão surgiu aí e antes da segunda aconteceu o único susto para os leões. Provocado por uma saída precipitada de Max.

Ora, o cartão vermelho a Luiz Fernando alterou por completo o encontro. O Aves usou duas linhas de quatro jogadores e plantou-se em frente à área. Se já o era antes, seria agora também o Sporting a ter de desbloquear aquela muralha.

Como se disse, era preciso paciência para tal. Mas isso por si só não basta. O leão precisava de ser rápido e veloz nas combinações interiores e nas variações longas de flanco. Depois, com o interior congestionado, era preciso ganhar largura e tentar entrar também por ali. Foi por isso, parece-nos, que Jovane entrou por Ristovski pois o macedónio não é tão ágil e driblador com a bola como o colega.

Ainda assim, os dois melhores momentos surgiram no final da primeia parte. Uma ocasião desperdiçada por Sporar, um pontapé na trave de Vietto numa das raras vezes em que o Sporting teve de fazer uma transição rápida. No resto, facilmente ganhava a bola e continuava em processo ofensivo.

Segunda parte com Geraldes

Vai daí, saiu Mathieu e entrou Francisco Geraldes. Battaglia completava agora a linha de três, mas o Sporting dava mais habilidade e pensamento ao meio-campo e ao jogo interior. Era, por isso, preciso baralhar a defesa avense. Era preciso Plata aparecer em vários sítios, Vietto também e Sporar dar-se à tabela. Geraldes era melhor do que Battaglia para o entender.

Entre muita bola perdida no meio das pernas dos adversários, o leão chegou ao golo pela via aérea. Acuña abriu rápido  -lá está, uma variação veloz de flanco – Wendel cruzou e Sporar desbloqueou o resultado num golo de ponta de lança.

O mais difícil no jogo estava feito e o 2-0 de Vietto apenas confirmou a estreia com vitória de Rúben Amorim. Como só se pode resolver uma coisa de cada vez, o novo técnico resolveu o Aves e pelo menos vozes de protesto serão apaziguadas por três pontos obrigatórios, sobretudo depois de o adversário ficar reduzido a nove.