Jorge Fonseca conquistou a medalha de bronze, esta quinta-feira, na categoria de -100 kg, em Judo. O judoca conquistou a primeira medalha lusa nos jogos de Tóquio.

À partida para o Japão, Jorge Fonseca prometeu “dançar um pimbazinho”apesar de ter reiterado após o combate que "não trabalha para o bronze", o festejo típico do atleta português aconteceu na zona de entrevistas rápidas.

Trabalho para o ouro. Ouro todos os dias. Não trabalho para o bronze, mas estou feliz. (...) Nem tudo correu bem. Agora é trabalhar para mais. Temos três anos. (...) Em Paris, estarei no pódio com o ouro”, apontou Jorge Fonseca.

O judoca não esquece o passado e aproveitou para dedicar "ironicamente" a conquista às marcas desportivas Adidas e Puma. 

Esta medalha vou dedicar à Adidas e à Puma, que disseram que não tinha capacidade para ser patrocionado”, atirou o judoca.

 

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Quando regressou dos mundiais, em junho, depois de ter conquistado o primeiro lugar, Jorge Fonseca revelou que o “grande sonho” era o ouro nos Olímpicos e que só assim entraria para a “história”. O desejo ainda não se cumpriu, mas Portugal arrecadou pela primeira vez uma medalha de bronze nos -100 kg, em Judo.

Ainda não entrei na história. Tenho um grande sonho que é ser campeão Olímpico. Se o for, sim entro para a história”, disse Jorge Fonseca à chegada dos Campeonatos Mundiais.

 

Ao seu estilo irreverente, lembrou os críticos, na mesma ocasião, que as vitórias são fruto do trabalho contínuo e não de “sorte”.

Na primeira vez, disseram que era sorte. Da segunda, já não pode ser sorte. É muito trabalho, muita força de vontade, muito foco e muita determinação. Não dependo de nada para ser quem eu sou”, reiterou.

 

Humilde, alegre e focado foi assim que Jorge Fonseca se deu a conhecer numa reportagem da TVI sobre a vida do atleta, em 2019.

“O campeão que já o era muito antes do título” contou a história do menino que nasceu a 30 de outubro de 1992, em São Tomé e Príncipe, e hoje conquistou o mundo.

Até ser campeão do mundo sofri. Fui derrotado muitas vezes. Foram 12 anos de muita frustração, trabalho, alegria e muita tristeza também”, explicou Jorge Fonseca.

Explicou-nos que a mãe decidiu emigrar para Portugal em busca de melhores condições de vida e como foi um choque a nova realidade.

Não tinha ninguém. Os meus irmãos estavam em São Tomé. No início, foi difícil, mas acabei por arranjar amigos e ficou tudo mais fácil”, afirmou.

Em Portugal, Jorge viveu por um curto período de tempo na Cova da Moura, mas a família acabou por se fixar na Damaia, em Lisboa. O judoca explica que localidade foi fulcral para o seu desenvolvimento como homem e atleta.

Na Damaia, se não fores esperto e inteligente não sobrevives. Tenho um ditado que digo: ‘Só os fortes sobrevivem na Damaia’”, disse Jorge Fonseca.

 

Em entrevista ao Jornal Sporting, Jorge Fonseca revelou que para além do Judo tem um outro sonho. O campeão mundial garante que sempre quis ser polícia.

O atleta já concorreu num concurso público e está à espera para saber se vai ser um dos escolhidos para vestir a farda.

Sonho em ser polícia. (…) A missão deles é proteger-nos a todos. Gosto de ajudar e proteger os outros”, pode ler-se na entevista.