Kimi Raikkonen venceu neste domingo o GP dos EUA de Fórmula 1 e a Ferrari conseguiu anular a primeira hipótese de Lewis Hamilton revalidar o título de campeão mundial que se colocou a quatro provas do final do campeonato.

Max Verstappen deu o segundo lugar em Austin à Red Bull e o inglês da Mercedes ficou pelo terceiro lugar do pódio. Sebastian Vettel chegou no quarto lugar, à frente de Valtteri Bottas.

Ficam a faltar três provas para o final do Mundial e o segundo «match point» de Hamilton passou para o México, daqui a uma semana, com a margem de possibilidades a aumentar a favor do inglês que, mesmo não chegando ao título, ganhou pontos a Vettel.

Ou seja, se o piloto da Mercedes precisava de fazer mais oito pontos do que o alemão no Circuito das Américas (COTA) neste domingo, na próxima Corrida o segundo «match point» do inglês faz-se com a necessidade de ganhar cinco pontos ao adversário da Ferrari para deixar o Mundial de Pilotos fechado quanto ao título.

Estes são os factos do GP dos EUA. Mas, até à sua verificação, a Corrida deste domingo em Austin foi tremenda, emocionante, de final incerto; provavelmente, o melhor espetáculo da época da F1. Por tudo o que estava em jogo: a possibilidade do título de pilotos para um lado frente à capacidade para resistir do outro.

Mas ainda mais. Por haver luta, e lutas, até à última volta. Por haver três pilotos de equipas diferentes colados nos três primeiros lugares até cortarem a meta: Raikkonen, Verstappen e Hamilton. Por haver luta entre os dois carros que se lhes seguiam a mais larga distância, mas que faziam parte também das contas do possível título já neste domingo: Vettel e Bottas.

O sabor mais doce desta grande noite (em Portugal) de F1 ficou com a Ferrari coroando as melhores cartadas que, neste domingo, foram por si jogadas. A primeira jogada foi feita na Q2 da Qualificação de sábado deixando Kimi Raikkonen com os pneus ultramacios para a partida neste domingo.

Hamilton saiu da pole com os supermacios, assim como Bottas e Ricciardo na segunda linha e Vettel na quinta posição, devido à penalização que já se sabia que o deixaria alguns lugares atrás dos rivais na grelha. Raikkonen correspondeu à aposta da Ferrari e ganhou o comando à primeira curva.

O objetivo de tentar travar os Mercedes «à espera de Vettel», porém, teve um revés ainda na primeira volta com mais um choque do Ferrari do alemão na disputa pelo quarto lugar com Ricciardo. Ambos continuaram – ao contrário de outros carros envolvidos em mais incidentes logo na primeira volta –, mas o pião de Vettel deixou-o no 15.º lugar...

As probabilidades de Hamilton carimbar o título aumentaram à medida que o inglês passou a defender um segundo lugar de 18 pontos contra o rival fora deles e quando o inglês precisava de oito para ser campeão. Mas acabou, todavia, por ser a Mercedes a primeira equipa a jogar a cartada inicial em Corrida.

À volta 11, quando o carro de Ricciardo parou e a Corrida ficou em situação de Safety Car Virtual, Hamilton foi trocar os supermacios para macios. Ficaram as questões: os pneus aguentariam as voltas que faltavam do total de 56? Ou a Mercedes planeou duas paragens? A Ferrari apostou nesta segunda hipótese e viria a colher frutos.

Hamilton partiu para apanhar Raikkonen e, quando isso aconteceu, o Ferrari do finlandês fez aquela que foi a sua única troca (para os macios) da Corrida. Hamilton passou para a liderança e chegou a comandar com 40 segundos de vantagem sobre Vettel quando o alemão trocou de pneus e regressou no quinto lugar. Tudo estava encaminhado para o título com o inglês no primeiro lugar e Vettel a ter de ser segundo para anular o «match point».

Hamilton liderava à frente de Raikkonen e Verstappen – que partiu do 18.º lugar para mais uma grande Corrida – e Bottas vinha a seguir estando à frente de Vettel. O inglês esteve os primeiros dois terços da prova em posição de ser campeão. Mas a aposta da Mercedes deu razão à Ferrari e o campeão do mundo teve mesmo de voltar à box para trocar os pneus.

E Hamilton ficou com menos de 20 voltas para tentar repor a sua ordem das coisas. Regressou em quarto lugar à frente de Vettel e passou para o terceiro posto de Bottas. Mas ficou atrás de Verstappen e de Raikkonen e não mais voltou a estar em posição de ser campeão já no COTA.

Com Vettel em quinto, Hamilton tinha de ser segundo para conquistar o título já neste domingo. E não o conseguiu. Mas também não foi por não tentar. O piloto da Mercedes fez um ataque tremendo a Verstappen para chegar ao segundo lugar que o holandês defendeu com rec+iprocas unhas e dentes na antepenúltima volta. E isto tudo a passar-se mos retrovisores do líder Raikkonen num final de Corrida emocionante com os três da frente colados.

Mas a emoção não ficou por aí, pois, quando o trio da frente decidia o pódio com Hamilton a tentar o segundo lugar que podia resultar num campeonato, Vettel tratou de confirmar que haverá um segundo «match point» no México ao fazer uma grande ultrapassagem a Bottas e a garantir o quarto lugar na penúltima volta (Hamilton teria mesmo de vencer a Corrida nessa altura).

A última volta corou a grande Corrida de Raikkonen, a grande recuperação de Verstappen e o último lugar do pódio para o ainda mais líder do campeonato, que mais não conseguiu neste domingo. No próximo, o sétimo lugar dá o título de campeão do mundo a Hamilton.

O FILME DA CORRIDA

Classificação do GP dos EUA de F1:

Classificação do Mundial de Pilotos:

1. Lewis Hamilton (Mercedes), 346 pontos

2. Sebastian Vettel (Ferrari), 276

3. Kimi Raikkonen (Ferrari), 221

4. Valtteri Bottas (Mercedes), 217

5. Max Verstappen (Red Bull), 191

6. Daniel Ricciardo (Red Bull), 146

7. Nico Hulkenberg (Renault), 61

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Classificação do Mundial de Construtores:

1. Mercedes, 538 pontos

2. Ferrrai, 460

3. Red Bull, 319

4. Renault, 92

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