André Martins

Um golaço e uma correria incrível para esta fase da pré-temporada. Correr só por correr também não vale a pena, mas André Martins fê-lo numa velocidade acima do normal e de forma assertiva: rumo à baliza do Belenenses. Mesmo em processo defensivo fez isso sempre, a pressionar os defesas do Restelo e depois desgastá-los com boas aparições entre linhas, para dar jogo. Evidentemente, nesta fase o esclarecimento nunca é perfeito. Por isso, por uma ou outra vez agarrou-se um momento a mais à bola e perdeu-a. Ainda assim, em 45 minutos percebera-se bem que estava em campo, muito em jogo. Também não seria difícil, depois daquele golaço de livre.

Oriol Rosell

Simples, sóbrio. Enquanto William está de descanso, Oriol Rosell ganha minutos no onze da pré-temporada leonina. Raramente complica, o que desde logo, na posição em que joga, é um sinal positivo. Não teve grandes dificuldades no primeiro tempo, até porque, convém dizê-lo, teve a ajudá-lo dois médios cultos e que souberam posicionar-se bem em campo, como é o caso de Adrien e de André Martins, o tal que abriu várias vezes linhas de passe. Rosell teve bom passe, com certeza que acabou com uma percentagem alta de concretização desse aspeto. E começou logo bem, a dobrar Cédric já na área Ainda assim, nem tudo foi fácil. Numa bola que Dier deixou passar, só acompanhou Deyverson com os olhos. Claro que o homem do Belenenses é por si só mais rápido, mas é preciso estar precavido. Faltam, claramente, outros dados para se analisar um pouco melhor que tipo de jogador é Oriol Rosell. Talvez domingo dê para ver melhor, por exemplo.

Geraldes

Voltou ao Restelo e marcou um golo na baliza errada. Aí foi infeliz, até deu ideia que nem percebido o que tinha acontecido. De resto, usou mais vezes a velocidade para defender do que para atacar. A tendência do jogo esta assim, nessa altura.

Paulo Oliveira

Já tinha tido uma desatenção nos Açores, voltou a ter outras duas nesta noite. Tem tempo para corrigir, evidentemente, mas, sublinhe-se, é bom que o faça. A concentração é fator demasiado importante nos compromissos que o Sporting vai ter nos jogos oficiais.

João Mário

Marco Silva tem um problema. Num meio-campo com três elementos, e partindo do princípio que o lugar de William e intocável, como enquadrar João Mário na equação? É verdade que não foi a melhor exibição do rapaz que andou meia época a rodar em Setúbal. Muito menos que jogou na bitola de Adrien e André Martins. Mas do segundo tempo, talvez tenha mesmo sido ele que, de todos, se destacou mais pela positiva. Um bom problema.

Slavchev

Primeiras indicações num meio-campo que nunca jogou junto na vida fora da Academia de Alcochete. Isso trouxe alguns problemas, ainda para mais quando saiu Rosell e entrou Ruben Semedo, que não deixa a bola tão suave como o espanhol. Tentou jogar simples e pressionar mais do que atuar em contenção, pareceu-nos. Usou algumas vezes o corpo para ganhar duelos, mas parte claramente atrás na luta do miolo a julgar por esta noite. Vem de lesão, é preciso referi-lo também.

Tanaka

Pouco, muito pouco se viu do japonês. Uma ou outra boa combinação ofensiva e, de resto, aparições nas bolas paradas defensivas, aí sim com alguma relevância. O volume do jogo leonino no segundo tempo não estava para pontas de lança. Foi muito vítima do que Capel e Carlos Mané (os dois muito abaixo do que fez Wilson Eduardo), aliás, toda a equipa, não produziu no segundo tempo, em comparação com o primeiro.

Deyverson

Até o Sporting surgir com assiduidade na área contrária, o ponta de lança do Belenenses era o mais perigoso em campo. Percebeu a bola que Dier deixara passar e, com rapidez, leu mais rápido e teve mais velocidade nas pernas para bater Rosell. Só não bateu Marcelo. Nessa jogada, e nas seguintes. Rematou mais duas vezes, agora de fora da área e de pior posição: uma saiu para o guardião leonino, a outra ao lado. Mesmo assim, toda a gente deu conta de que havia uma camisola 66 no relvado, porque Deyverson continuou a ser a principal ameaça à baliza leonina.

Palmeira

Único reforço [André Teixeira e Camará têm passado belenense] a titular na equipa de Lito Vidigal. Começou no centro, passou para a direita. Pode dizer-se que a exibição de Palmeira foi como a equipa: melhorou na segunda parte. Ou seja, foi mais difícil entender-se com Montero do que com Carlos Mané. Quem olhasse apenas para as caraterísticas dos jogadores ficaria, provavelmente, surpreso, mas a verdade foi mesmo essa. A lateral-direito, Palmeira não só defendeu bem, como ainda atacou. Não pareceu ser jogador de grandes fintas, mas soube estar no lugar e ainda conseguiu cruzar bem.