DESTINOS é uma rubrica do Maisfutebol: recupera personagens e memórias dessa década marcante do futebol. Viagens carregadas de nostalgia e saudosismo, sempre com bom humor e imagens inesquecíveis. DESTINOS.

RAUDNEI: FC Porto (1987/1988); Belenenses (1990/1991); Gil Vicente (1992)

O FC Porto campeão da Europa tinha pouco por onde melhorar. Os monstros do Velho Continente sacaram as notas da carteira, mas só conseguiram levar Paulo Futre. Os outros, pelo menos os mais importantes, ficaram nas Antas para conquistar a Supertaça Europeia e a Taça Intercontinental. 

A maior mudança acabou por ser na equipa técnica. Artur Jorge partiu para Paris e Pinto da Costa juntou o experiente Tomislav Ivic ao adjunto eterno, Octávio Machado. O plantel não precisava de grandes acertos e por isso só entraram cinco homens. Três portugueses (Jorge Plácido, Barriga e Rui Neves) e dois brasileiros (Geraldão e Raudnei). 

Geraldão e Raudnei chegaram juntos ao Porto e foram instalados num hotel na Ribeira. O primeiro tornou-se num dos nomes mais relevantes do clube durante anos a fio, mas o segundo acabou por desaparecer. Assinou por seis anos, ficou um no FC Porto e foi emprestado durante quatro. Pinto da Costa libertou-o da última época e Raudnei regressou ao Brasil para ser herói do Bahia. 

Hoje com 55 anos e a viver em São Paulo, Raudnei recorda a entrada naquele balneário de campeões europeus e assume ter chegado contra a vontade da equipa técnica: «O treinador Ivic não me queria, mas o meu empresário era muito próximo do senhor Pinto da Costa e convenceu-o». 

É mais um DESTINOS cheio de boas memórias.

 

Maisfutebol – Raudnei, para começar a conversa vamos ver aqui umas imagens de 1988. Lembra-se deste jogo e deste golo?

VÍDEO: um golo de Raudnei num Académica-FC Porto (imagens RTP)

Raudnei – Claro, completamente. É o meu golo contra a Académica. Foi a última jornada do campeonato [penúltima] e a Académica acabou por descer de divisão.

O Raudnei entrou para o lugar do Domingos e marcou o único golo do jogo.
Isso mesmo. O empate salvava a Académica da descida nesse ano. Entrei eu e o Jaime Pacheco ao mesmo tempo e, se não me engano, foi o Jaime a fazer o passe para o meu golo.

Boa memória, Raudnei. Como está a sua vida aí no Brasil, está ligado ao futebol?
Sim, vivo em São Paulo e tenho uma agência de representação de atletas. Sou empresário com licença na CBF, aliás até já tive licença na FIFA. Tenho trabalho bastante com a Ásia: China, Coreia e Japão. Também tenho vários atletas aqui no Brasil e as coisas têm-me corrido bem.

Tem feito negócios para Portugal?
Portugal está gravado no meu coração, tenho ainda casa no Porto – mesmo na rotunda da Boavista – e eu vou todos os anos aí. Este ano não fui, por culpa da pandemia. Mantenho grandes amigos mas, curiosamente, só levei dois jogadores para aí, até hoje. Tenho trabalhado mais com o mercado asiático. Claro que adoraria entrar com mais força no mercado português.

Voltemos a 1987 e aos dias da chegada do Raudnei ao Porto. Encontrou um balneário campeão da Europa.
Fui muito bem recebido pelos jogadores do Porto. Eu tinha só 20 anos e a equipa tinha jogadores espetaculares, principalmente para a minha posição. O Fernando Gomes era Bota de Ouro, o Rabah Madjer, além do Jaime Pacheco, o Jaime Magalhães, o Domingos Paciência, enfim. Eu era um menino e tive dificuldades. Acabei por entrar em alguns jogos [oito] e por fazer alguns golos [três]. O Domingos estava a subir dos juniores também, tinha praticamente a minha idade. Foi uma aprendizagem fantástica. Joguei com jogadores da seleção portuguesa e com campeões europeus.

Teve medo ao entrar num balneário com gente tão famosa?
Claro, claro. Eu jogava há três anos num clube de nível médio no Brasil [Juventus de São Paulo], mas chegar ao FC Porto… era uma equipa muito grande, acabada de ser campeão europeia e com nomes que marcaram o futebol mundial. Chegar lá e ver o Mlynarczyk, o Madjer, foi uma mudança radical, brusca. Mas fui muito bem recebido pelos meus colegas. O grupo era espetacular, sinceramente. Eu estive quatro meses solteiro e depois casei-me. Mas nos primeiros tempos íamos sempre almoçar juntos depois do treino. O Jaime Pacheco, o Sousa, o Bandeirinha, o Lima Pereira, não falhavam um almoço.

Esses almoços eram animados?
Ah, ah, ah, ah. Muito, muito. Foi aí que aprendi a gostar de vinho verde. Bebíamos uns copinhos, às vezes um fininho. Mas sem exagero, era ótimo. Era isso que fazia do nosso grupo ainda melhor, era um grupo espetacular. A comida era maravilhosa. Fiz grandes amigos em Portugal. Eu amava o falecido Domingos Pereira [antigo dirigente do FC Porto], tornou-se um pai para mim e para a minha esposa. Ele tinha grandes contactos, íamos a muitos restaurantes.

Vamos ver aqui outras imagens, estas são de 1987 e são fantásticas.

VÍDEO: Raudnei marca no pelado do Moura (imagens RTP)

Olha as pessoas em cima das casas (risos). Se não me engano, isso foi um jogo na Taça de Portugal [correto]. Nós vencemos, mas não me lembro qual foi o local. Eu marquei um golo e acho que o Domingos marcou o outro [Juary]. As pessoas nos telhados, em cima das casas, era fantástico visitar esses campos pequeninos. Naquele tempo ainda se podia jogar em campos de terra batida (risos). Memórias inesquecíveis.

O jogo foi realizado numa cidade chamada Moura, fica no Alentejo.
Moura, exatamente. Era isto que eu adorava nas taças dos países europeus. Se não houvesse Taça de Portugal, seria impossível o FC Porto visitar Moura. Isso é fantástico. As pessoas conseguem ver dessa forma os seus ídolos.

Esse jogo em Moura foi a estreia do Raudnei no FC Porto. Teve uma boa relação com os treinadores, Ivic e Octávio?
Para falar a verdade, não. Tive dificuldades também por isso. O Ivic e a equipa técnica tinham pedido outro jogador. Naquele momento, o meu empresário – Delane Vieira, muito ligado ao FC Porto e a Pinto da Costa – acabou por convencer o presidente que eu era uma melhor opção, até por ser um atleta mais jovem. Isso acabou por me prejudicar, porque o treinador não me queria. Tive muitas dificuldades. Por exemplo, lembro-me de um jogo contra o Salgueiros.

O que aconteceu?
Eu entrei, estávamos a ganhar [3-1], mas o jogo estava difícil. Eu acabei por fazer um golo [o FC Porto ganhou 5-1], mas na semana a seguir voltei a não jogar. Tive dificuldades em lidar com isso. O senhor Delane não se dava bem com o Ivic e o Octávio e isso foi levado para um lado errado e eu fui vítima. Mas aprendi. Se Jesus Cristo não agradou a toda a gente, imagine nós. Mesmo assim, vivi muitas coisas boas, o balanço é positivo e prefiro nem me lembrar das coisas más. Tenho grandes amigos, visito sempre o FC Porto quando vou aí, o Fernando Gomes, o André, o Lima Pereira, o Bandeirinha. Isso é o mais importante e é o que temos de carregar connosco.

VÍDEO: o guarda-redes não acerta na bola e Raudnei marca (aos 2m30s)

Na época seguinte (88/89) foi titular no primeiro jogo e saiu a seguir para Espanha. Foi o melhor para si?
Naquela altura foi o melhor para mim. O Quinito entrou para treinador e eu até ganhei o lugar na pré-época e fui titular contra o Boavista. A equipa não jogou bem, empatámos 0-0 com as Antas cheia de gente, e na jornada seguinte [Penafiel] eu já não joguei. Entretanto, surgiu o convite do Deportivo. O clube estava na segunda divisão, tinha um presidente novo – o senhor Lendoiro – e eu achei que seria bom para mim e que deveria sair e respirar novos ares. Acabei por fazer 19 golos no meu primeiro ano lá. Fiquei lá dois anos emprestado pelo FC Porto. Foi uma decisão acertada, até por tudo o que a minha chegada ao FC Porto envolveu, as coisas não foram bem digeridas. O meu empresário, a equipa técnica, foi bom para mim poder sair. O Domingos teve paciência, aproveitou esse segundo ano nos seniores e acabou por se tornar ídolo do clube e jogador da seleção. Dou o exemplo dele porque tínhamos a mesma idade. O Domingos marcou uma época no FC Porto.

Raudnei (à esquerda) no Deportivo

O Quinito era muito diferente do Ivic. Confirma, Raudnei?
Sim, o Quinito era um tipo sensacional. Reencontrei-o anos mais tarde, duas vezes. Ele era dirigente do Vitória de Setúbal e falámos bastante nessa altura. Pessoa sensacional, pessoa de bem, os jogadores gostavam muito dele e corriam por ele. Marcou-me bastante nessas semanas em que trabalhámos juntos.

Quem eram os jogadores mais próximos do Raudnei no balneário do FC Porto?
Eu tinha uma grande amizade com o Domingos. Tínhamos quase a mesma idade. Mas eu também me dava bem com os mais velhos. O Jaime Pacheco e o Jaime Magalhães, dois brincalhões. E com os outros brasileiros, claro. Eu cheguei ao Porto no mesmo dia do Geraldão e fiquei num hotel na Ribeira. O Celso foi o primeiro a visitar-nos lá, grande Celso. Também me dava bem com o Branco, era meu vizinho. Ah, o Semedo e o Bandeirinha eram bons amigos também, passávamos muito tempo juntos, mesmo fora dos treinos. O Quim, o Frasco, até com o Fernando Gomes, que era mais reservado, me dava bem.

Depois de jogar em Espanha, o Raudnei ainda é emprestado pelo FC Porto ao Belenenses e ao Gil Vicente.
No Belenenses o ano não foi bom. Tínhamos boa equipa, mas descemos de divisão. Eu até quis voltar ao Brasil nessa altura e fui falar com o presidente Pinto da Costa. ‘Presidente, este ano não foi bom para mim, a descida foi uma coisa marcante e eu queria voltar ao meu país’. E ele foi impecável. Disse-me assim: ‘Olha, tu tens mais dois anos de contrato. Eu tenho um grande amigo meu a treinar o Gi Vicente, o António Oliveira, e ele quer muito que vás para lá. Se fizeres uma boa época no Gil, eu liberto-te do teu último ano de contrato’. E eu aceitei. Fui para Barcelos, eu e outros jogadores do FC Porto, e fizemos um bom campeonato com o Oliveira. O Oliveira era uma grande personagem. Fizemos um bom campeonato, ficámos a meio da tabela e no final da época eu regressei ao Brasil.

Lembra-se de alguma história engraçada com o António Oliveira?
Bem, acima de tudo lembro-me de uma coisa que ele me contou. Diziam-me que ele tinha sido um grande jogador, mas preguiçoso. E ele confirmou. ‘Eh pá, não faças como eu fazia. Quando ia jogar contra o Benfica ou o Sporting, treinava bem durante a semana e dava tudo. Nas outras semanas, andava lá a passear’. Foi uma forma de ele me motivar e de mexer com a minha cabeça. Almocei anos mais tarde com ele, acho que era presidente do Penafiel nessa altura.

Raudnei durante um Penafiel-FC Porto

Lemos em jornais brasileiros que o Raudnei é um verdadeiro herói no Bahia.
Por causa do meu golo em 1994 contra o Vitória, verdade. Na final do Campeonato Baiano, tive a sorte de fazer o golo decisivo. Estavam 94 mil pagantes no estádio e havia mais 20 mil sem pagar (risos). O nosso treinador era o Joel Santana, uma figuraça, e eu fiz o golo do título aos 47 minutos do segundo tempo, já com as luzes quase apagadas (risos). O momento marcou-me na história do Bahia, é o maior clube do Nordeste. Sou ídolo do clube, convidam-me sempre para tudo. Passei por 20 clubes, seria impossível só ter alegrias, mas 90 por cento das coisas foram boas. Conheci pessoas fantásticas e tudo o que eu tenho hoje devo ao futebol. Foi o futebol que me deu tudo e só posso agradecer a este mundo maravilhoso.

Qual era a zona que mais gostava do Porto quando vivia cá?
Miramar. Eu tinha lá casa. Casei-me muito jovem, com 20 anos. A minha mulher tinha só 17, veja bem. Vivi lá quatro anos e tenho lá bons amigos, frequentava lá os cafés. Também ia muito a Matosinhos e a Espinho, duas cidades com sítios ótimos para comer. Ah, a saudade que eu tenho de um bom bacalhau, de umas tripas e de um bom vinho verde.

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