DESTINOS é uma rubrica do Maisfutebol: recupera personagens e memórias dessa década marcante do futebol. Viagens carregadas de nostalgia e saudosismo, sempre com bom humor e imagens inesquecíveis. DESTINOS.

CHIQUINHO CARIOCA: Boavista (1987 a 1991), U. Leiria (1991 a 1993), Aves (1993), Feirense (1994 a 1995) e Vila Real (1995/1996)

Todos os caminhos vão dar a Chiquinho Carioca. Estamos a preparar a final da Libertadores entre o Flamengo e o River Plate e lá está ele: «Se juntar os dois títulos, Jesus fica na história.»

Porquê Chiquinho Carioca? Porque venceu a Libertadores de 1981 pelo Flamengo e porque fez carreira em Portugal, principalmente no Boavista e na União de Leiria. 

Boavista? É verdade, Chiquinho vestiu o manto axadrezado durante quatro anos - 1987 a 1991 - e ainda deu um ponto aos portuenses num clássico contra o Benfica, com um golo perto do fim. 

Sexta-feira há Boavista-Benfica e nada como recuperar esta figura popular no DESTINOS. Chiquinho Carioca, avançado rápido e habilidoso, campeão sul-americano no Flamengo e figura do Boavista que já ameaçava ser Boavistão. 

Histórias, muitas histórias com os amigos Zico e Carlos Mozer. Uma conversa ao ritmo do samba... carioca.  


CHIQUINHO CARIOCA NO CAMPEONATO NACIONAL:

. 1987/1988: Boavista, 23 jogos/1 golo (5º lugar)
. 1988/1989: Boavista, 11 jogos/0 golos (4º lugar)
. 1989/1990: Boavista, 19 jogos, 1 golo (8º lugar)
. 1990/1991: Boavista, 9 jogos/0 golos (4º lugar)
. 1991/1992: U. Leiria, 33 jogos/7 golos (II Liga)
. 1992/1993: U. Leiria, 30 jogos/8 golos (II Liga)
. 1993/1994: Aves e Feirense, 29 jogos/4 golos (II Liga e IIB)
. 1994/1995: Feirense, 25 jogos/3 golos (II Liga)
. 1995/1996: Vila Real, 20 jogos/2 golos (IIB)

Chiquinho Carioca com o Boavista em 1988

Maisfutebol – Bom dia, Chiquinho. Estamos a ligar de Portugal. Como vão as coisas aí no Brasil?
Chiquinho Carioca – Tudo na paz. Está a ligar-me para falar do Jesus e do Flamengo?

MF – Também, mas não só. Queremos recordar a sua passagem aqui por Portugal, ter as suas memórias.
CC – Uma longa passagem, uma longa passagem. Vamos a isso.

MF – O Chiquinho tem 59 anos. Ainda está ligado ao Futebol?
CC – Sim, vivo em Niterói, onde nasci. É perto do Rio de Janeiro, no outro lado da Baía de Guanabara. Vivo no Bairro de Serra Grande. Tenho um projeto social com crianças no futebol. Aliás, já em Santa Maria da Feira tive um projeto destes. Chamava-se Amigos do Cavaco. Pegávamos nas crianças que não tinham lugar nos clubes da região e cuidávamos delas.

MF – Depois de acabar a carreira de futebolista ainda esteve em Portugal vários anos.
CC – Sim, isso mesmo. Nove anos como treinador. Comecei no Cesarense e depois Feirense, Paços de Brandão, Arrifanense e Vila Real.

MF – E decidiu, entretanto, regressar ao Brasil?
CC – Teve de ser. No futebol as coisas começaram a não surgir e a minha mãe também estava com problemas de saúde. Resolvi voltar e apoiá-la na luta contra um cancro. Tive de acompanhá-la nos tratamentos de quimioterapia e radioterapia. Nessa altura era o mais importante. Enfim, estou com saudades do futebol profissional, mas sinto-me bem a treinar os meninos.

MF – Vamos, então, até 1981. Como era o seu Flamengo campeão da Libertadores?
CC – Muito parecido com o Flamengo atual. Este Fla entrou para a história, tal como o meu entrou. Está a praticar bom futebol, além das vitórias, e isso é fundamental. O Jesus deu força à equipa, tal como o Rafinha, o Filipe Luís, o Pablo Mari e o Gerson. Esse quarteto foi essencial e corrigiu os setores mais fracos do Fla. Depois, o trabalho do Jesus fez o resto.

MF – Lembrava-se do Jorge Jesus aqui em Portugal?
CC – Claro, eu cheguei a jogar contra o Jorge. Ele era treinador do Felgueiras na II Liga e eu estava no Feirense. E depois segui toda a carreira dele porque vivi em Portugal muitos anos. Só não me lembro dele como futebolista.

MF – O que diz aos brasileiros quando lhe perguntam sobre o Jorge Jesus?
CC – É muito simples: por onde ele passou fez sempre bons trabalhos, independentemente da equipa que tinha. Fazer um bom trabalho em equipas de topo é fácil, mas o Jesus fez isso também em clubes pequenos. Admiro muito isso nele.

MF – Num jogo entre o Flamengo de 81 e o Flamengo de Jesus, quem ganhava?
CC – Agora você me apanhou (risos). Bem, em 81 o Fla tinha mais jogadores na seleção do Brasil. Hoje há dois ou três, mas nós tínhamos cinco ou seis: Zico, Júnior, Leandro, Mozer, Andrade, Carpegiani… acho que o nível era um pouco superior. Mas este plantel é fantástico, como era o nosso. Eu até comecei a Libertadores como titular e depois saí da equipa. Era ponta direita no Fla, mas em Portugal passei a ser avançado centro.

VÍDEO: Chiquinho Carioca no Flamengo campeão da Libertadores

MF – Teve o privilégio de estar no mesmo balneário do Zico.
CC – Incrível, incrível. Eu saí do Olaria diretamente para o Flamengo. É como se tivesse saído do Varzim, clube da terra dos meus pais, e ir para o Porto. Joguei com atletas que eu via três anos antes das bancadas do Maracanã, eram ídolos meus. Foi uma escola impressionante. Entrar em campo ao lado do Zico, e eu só com 21 anos… ele era o meu grande ídolo, mas ajudava muito, não era um tipo egoísta. Nada, zero.

MF – Tem, certamente, muitas histórias boas com o Zico.
CC – Ui, tantas. Há uma ótima. Em Niterói, onde eu vivia, a escola de samba local falou comigo e pediu-me uma camisola autografada pelo Zico, para leiloar e fazer uma pequena receita para o desfile de Carnaval. Eu falei com o Zico, pedi isso e ele disse logo ‘ok’. ‘Claro, eu dou a minha camisola, mas quero a sua, Chiquinho’. Assim foi. O Zico ficou com a minha e eu levei a dele para a escola de samba.

MF – Devem ter feito uma fortuna com esse leilão.
CC – O rapaz que comprou a camisola era adepto do Vasco da Gama e vendeu-a há poucos anos por dez mil reais [2150 euros]. Quando eu contei isto ao Zico, ele disse-me logo naquele jeito dele: ‘Rapaz, e ele é adepto do Vasco, imagina se fosse do Fla! A esta hora estava milionário’. No fundo é verdade, porque se fosse do Fla ele nunca venderia por esse valor.

O cromo de Chiquinho na época 1990/91

MF – O Zico é um deus para o povo do Mengão.
CC – Um deus, sem dúvida. Lembro-me de outra história dele. O Zico era patrocinado pela Le Coq Sportif e o resto da equipa era patrocinado pela Adidas. Nós fomos do Rio para jogar em São Paulo, cerca de 400 quilómetros. Saímos com sol e chegámos com um frio horrível, insuportável. Claro que pedimos à Adidas material de inverno – camisolas de manga comprida, calções mais longos, meias mais quentes, casacos grossos para os suplentes -, mas levámos uma resposta negativa.

MF – Como resolveram isso?
CC – O Zico resolveu, como resolvia sempre. Ligou para a Le Coq e passada uma hora estava lá o material todo. Para ele e para nós. O problema é que nós não podíamos usar nada, porque o patrocinador oficial do Flamengo era a Adidas. Então, como protesto, entrámos em campo com o equipamentozinho de verão da Adidas, mas com o símbolo da marca tapado. O Zico jogou todo quentinho com a marca dele e nós todos cheio de frio. O Zico era assim, uma figura à parte.

MF – Os anos 80 foram incríveis para o mundo do futebol.
CC – Nessa altura a Libertadores era a prova mais violenta do planeta. Fomos jogar ao Chile e o jogo foi um massacre, o árbitro deixava fazer tudo. Hoje em dia é tranquilo, mais tranquilo pelo menos. Havia atletas que entravam em campo com o objetivo de agredir um adversário, a soco ou pontapé.

MF - O Chiquinho era muito prometedor, mas saiu cedo do Flamengo.
CC – Tinha 23 anos. Saí porque tive problemas com o treinador, o Paulo César Carpegiani. Mas também saí [para o Guarani] porque eu tinha direito a 15 por cento do valor do meu passe. O Guarani contratou-me e essa verba a que tive direito permitiu-me comprar o meu primeiro apartamento no Rio. Um mês depois, o Flamengo trocou de treinador e tentou recuperar-me, porque pensavam que eu só estava emprestado. Mas não, tinha mesmo sido vendido.

VÍDEO: Chiquinho Carioca derrubado por Aloísio (1m40s)

MF – Como surgiu o Boavista em 1987 no seu caminho?
CC – Fui vice-campeão brasileiro com o Guarani e o António Lopes, o nosso técnico, foi convidado pelo Boavista. Gostava de mim, conhecia-me bem e precisava de atacantes. Falei com o major Valentim Loureiro, acertei tudo, e fui para o Boavista por troca com o Nelson Bertollazzi. Curiosamente, o António Lopes acabou por não ir para o Boavista. Foi o senhor Pepe em vez dele.

MF – Gostou do que viu no futebol português?
CC – Gostei de quase tudo. Mas havia uma coisa que sempre me fez impressão.

MF – Que coisa?
CC – Todos os clubes encaravam sem ambição os jogos contra Porto, Benfica e Sporting. Empatar era bom. Isso fazia-me uma confusão enorme. O Boavista jogava no Bessa de uma forma e fora jogava de outra. Tínhamos uma grande equipa, podíamos ganhar em qualquer lado, mas a mentalidade não era essa. O Boavista tinha a meta de chegar às provas da UEFA, mas muitas vezes eu sentia que podíamos lutar pelo título. Isso só aconteceu dez anos depois de eu sair.

MF – Gostou de jogar no Boavista, apesar disso?
CC – Amei. O clube sempre cumpriu tudo comigo, tudo direitinho. Isso é fundamental. O clube pode não ter um orçamento muito grande, mas tem de cumprir com os atletas. Se isso acontecer, pode lutar contra emblemas maiores. Mas não pode haver salários em atraso, isso nunca.

MF – Tinha uma boa relação com o major Valentim?
CC – Sempre fui um profissional cem por cento, por isso sim. Claro que ele não era uma figura fácil. Lembro-me de uma conversa com ele sobre «luvas». Isso era a expressão utlizada para o adiantamento de um pagamento: salário, prémio de jogo, assinatura, por aí. Ele às vezes atrasava o pagamento das «luvas» e aí eu tinha de ir falar com ele. Ele era muito engraçado. ‘Chiquinho, agora não faz frio nenhum, para que queres luvas?’. Grande major, grande figura.

Chiquinho na foto oficial do plantel 88/89 do Boavista

MF – Havia presidentes muito piores, portanto.
CC – No Arrifanense apanhei um que era terrível. Pagava tudo certinho aos jogadores de quem gostava e deixava atrasar os salários aos jogadores de quem não gostava. Isso destruiu o plantel. Um recebia em dia e o outro tinha as coisas em atraso… imagine o ambiente no balneário. Ainda me ficaram a dever quatro meses e eu passei a equipa do penúltimo para o quinto lugar. Mas no Brasil ainda é pior, é mais duro.

MF – Já que falamos em treinadores, qual foi o treinador que mais gostou aqui em Portugal?
CC – Amândio Barreiras. Estive muito tempo com ele, acho que já está aposentado. Estive com ele em Leiria, Feira e Vila Real. O Amândio até merecia mais oportunidades na primeira divisão. Tinha era de ser mais rígido, devia cobrar mais dos atletas. Eu cobro mais, como o Jesus cobra. Também gostei muito do senhor Pepe no Boavista, mas ele exigia pouco, tinha de ser mais duro.

MF – Na sexta-feira há um Boavista-Benfica. O Chiquinho chegou a brilhar nesse clássico.
CC – Verdade, 1-1 no Bessa e marquei um golo [29 de maio de 1988]. No final desse jogo fui com o Mozer, que tinha sido meu colega no Flamengo, para o controlo anti-doping. Fomos abraçados, a conversar e a rir. O Mozer era um brincalhão e disse-me: 'Bebemos uma cerveja e vemos quem faz o primeiro xixi'. Pusemos a conversa em dia. ‘Tudo bem, Mozer? Eu cá estou no Boavista.’ E ele, sempre a gozar: ‘Claro, queria o quê, jogar no Benfica? Você jogou no Olaria, cara.’ Mas eu também lhe disse uma boa: ‘Mozer, você antes de chegar ao Fla foi rejeitado pelo Bangu’. E foi mesmo verdade. O Mozer era agressivo e técnico, tinha tudo. Era rápido, muito respeitado.

MF – Teve muitos colegas de equipa com qualidade. Quem era o melhor?
CC – O Parente, médio fantástico do Boavista. O defesa Frederico, o avançado Armando, o sueco Martin Holmberg, o Hubart que era guarda-redes. Muitos nomes. Ah, claro, o João Vieira Pinto. Tinha 17 anos, estava a começar a carreira e já era especial. Também joguei com o Rubens Feijão, um craque, um jogador fino. Foi meu colega no Guarani e no Boavista. Casou-se com uma alemã e vive na Alemanha.

MF – Qual foi a sua melhor época em Portugal?
CC – A primeira, em 87/88. Fui considerado por um jornal o melhor brasileiro do campeonato. Fiz uma temporada ótima pelo Boavista.

MF – E qual foi o adversário mais durinho?
CC – O André, do Porto. Não perdoava nada, entrava sempre para matar. Tive vontade de ir para cima dele, mas ele era das Caxinas e parei a tempo (risos).

MF – Tem a ambição de voltar a Portugal?
CC – Tenho, muita ambição. Em 2011 ainda treinei o Cesarense, numa situação complicada. Hoje em dia estou recetivo a convites, mas as condições têm de ser melhores. Tenho capacidade para treinar qualquer clube e tenho um sonho antigo, um sonho que é um desejo.

MF – Qual é?
CC – Ser o treinador principal do meu Boavista. Quero ver o Boavista a dar um trabalho enorme aos três grandes. O Boavista tem condições sócio-desportivas para andar nos cinco primeiros, sempre. Acredito já numa vitória contra o Benfica. Jogar no Bessa para mim era um privilégio, a atmosfera era incrível. Era muito difícil alguém passar no Bessa no meu tempo. Tem de voltar a ser assim.

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