DESTINOS é uma rubrica do Maisfutebol: recupera personagens e memórias dessa década marcante do futebol. Viagens carregadas de nostalgia e saudosismo, sempre com bom humor e imagens inesquecíveis. DESTINOS.

YOUSSEF CHIPPO: FC Porto (1997/1998 e 1998/1999)

Hajry, claro. Farense e Benfica. E Aziz, um artista do Sp. Espinho? Bouderbala também, no Estoril. Hassan Nader, o goleador de Faro, e Naybet, um central mauzão do Sporting. M'Jid e Fertout no Belenenses, Tahar e El Hadrioui no Benfica, Mounir na Académica, Saber e Hadji no Sporting. 

Marrocos nunca esteve tão perto de Portugal como nos anos 90. Todas as épocas, em grande parte das equipas, lá estava um jogador marroquino. O FC Porto também os teve, naturalmente. Tarik Sektioui veio mais tarde, mas em 1997 apareceu Youssef Chippo numa noite de verão. 

Nesse defeso, a comunicação social falava na chegada de Paulo Sousa às Antas, mas o Borussia Dortmund pedia muitos milhões. Em cima da hora, mas a tempo de ser a surpresa na festa de apresentação aos adeptos, lá apareceu Chippo.

Ficou duas épocas nos dragões e foi ao Mundial de 98, incluído numa seleção que representava talvez a melhor geração marroquina de sempre. Por onde andam as pérolas marroquinas? Agora, em Portugal, só Taarabt (Benfica) e Moufi (Tondela). 

Youssef Chippo, um cavalheiro de sorriso contagiante e o FC Porto no coração. Aí está ele no DESTINO: 90s.  

CHIPPO NO CAMPEONATO NACIONAL: 

. 1997/98: 18 jogos/2 golos (campeão)
. 1998/99: 12 jogos/sem golos (campeão)

Troféus: dois campeonatos nacionais, uma Taça de Portugal e uma Supertaça

Maisfutebol – Olá Chippo, como está? Prefere falar connosco em inglês ou em português?Youssef Chippo – Se calhar é melhor em inglês, mas eu vou metendo umas coisas de português lá para o meio (risos).

O que é feito de si? Continua a viver no Qatar?
Não, não. Vivo duas semanas em Marrocos e duas semanas no Qatar. Sou comentador desportivo já há alguns anos na televisão beIN Sports. É fantástico poder falar sobre futebol e continuar ligado ao futebol. Também tenho uma academia para jovens na minha cidade natal, Kénitra. Tenho muito orgulho nesse projeto. Estou a ajudar futebolistas marroquinos a evoluir e a ganhar qualidade para jogar um dia na Europa.

O Chippo chegou ao FC Porto com 25 anos e foi a surpresa da noite de apresentação. Lembra-se desse dia?
Claro, claro, de tudo. Mas eu não sabia ao que ia (risos). Não sabia que era a noite de apresentação do plantel do FC Porto aos sócios.

Como é que foi o seu dia até chegar às Antas?
Acordei em Paris, porque estava em França a negociar com o Auxerre. O acordo falhou e o meu empresário disse-me que o FC Porto estava muito interessado em mim. ‘Temos de viajar para Portugal e ver o que o eles nos apresentam’. E lá fomos nós. Era sábado, apanhámos o avião e chegámos às 19h30 ao Porto. Aterrámos e fomos diretamente para as Antas. Ao chegar lá percebi que havia festa, muita gente cá fora do estádio. Entrámos logo para a sala da direção e eu não conhecia ninguém. Presidente, vice-presidente, ninguém. Eles queriam fechar rapidamente as condições do contrato para me apresentarem logo a seguir. Queriam que eu fosse a surpresa da noite.

O estádio estava cheio. Foi só assinar o contrato e descer ao relvado?
Foi, foi surpreendente. Falei 15 minutos com a direção, assinei, desci aos balneários, recebi o equipamento, atravessei um pequeno portão e lá estava eu no meio dos meus novos colegas. E aí as coisas bateram-me. ‘Uau, sou mesmo jogador do FC Porto!’. Um clube enorme, um sonho tornado realidade. Todos querem jogar em clubes assim, um clube campeão e habituado a estar na Liga dos Campeões. Acho que só caí em mim dois ou três dias depois.

VÍDEO: a apresentação-surpresa de Chippo (imagens RTP, 1m39s)

Como foi recebido pelo balneário do FC Porto nessa noite?
Acho que até eles estavam surpreendidos. O Paulinho Santos gozou logo com o meu cabelo, porque eu na altura usava um rabo de cavalo. O Jorge Costa e o Sérgio Conceição também se meteram comigo. ‘Anda lá, rápido, rápido, chegaste atrasado à festa’. (risos) Eu não falava português e fui ajudado pelo Rui Barros. Ele tinha jogado no Marselha e no Mónaco, ajudou-me logo. ‘Bem-vindo, boa sorte…’ Era um tipo muito simpático.

Um dos seus colegas foi, então, o atual treinador do FC Porto.
Estava sempre a pegar comigo, era o ‘funny guy’. Arranjava sempre alguma coisa para fazer no balneário, alguma brincadeira, mas dentro do campo… pffff, super competitivo e profissional. Queria sempre mais, queria jogar sempre bem. Agora olho para ele como treinador e vejo exatamente a mesma pessoa, ansiosa por conquistar troféus e ganhar tudo.

Quer enviar uma mensagem ao Sérgio?
Sim, claro. Sérgio, espero que estejas bem com a tua família e que ganhes mais títulos no FC Porto. Estou sempre a seguir o teu trabalho no instagram e na televisão. Continua com a tua confiança. Desejo que ganhes o campeonato e a taça com o FC Porto.

Chippo com Sérgio Conceição num jogo na Luz

Já saiu de Portugal há 21 anos, mas ainda fala bem a nossa língua.
Aqui no Qatar trabalho com alguns portugueses. São técnicos, repórteres de imagem, bons rapazes. Um deles é fanático pelo FC Porto e os outros, cinco ou seis, são benfiquistas. Quando os apanho dentro da régie começo a cantar ‘Benfica, vai para o c…..!’ (risos). Brinco muito com eles, boas pessoas. Já me tentaram dar camisolas do Benfica, mas digo-lhes logo que é muito feia e que quero é ter uma do FC Porto.

E mantém contacto com alguns dos seus colegas do FC Porto?
Ainda falo com o Chainho, Costinha, Deco… estive com o Deco no Mundial2014 no Brasil, em Barcelona e na sede da UEFA.

Na primeira época, com o António Oliveira, foi utilizado com muita regularidade. Gostou de trabalhar com esse treinador?
Foi um treinador fantástico para mim. Os primeiros três meses foram muito duros. Eu era um estranho no grupo, tímido, andava um pouco perdido, e o plantel tinha grande qualidade. Depois comecei a jogar, o António deu-me oportunidades e estive bem. Fui importante na conquista do tetra, da Taça de Portugal e da Supertaça. O Oliveira era um homem bom, espero que esteja bem.

Com o Fernando Santos jogou menos vezes.
Era um treinador muito diferente. É um bom treinador, com boas ideias, mas um estilo diferente. Era muito exigente, duro, estava muito focado nos resultados. Deu o pentacampeonato ao FC Porto e fez um bom trabalho. Infelizmente, ele trouxe jogadores muito bons para o clube e eu tive duas lesões. Uma na pré-época e outra logo na fase inicial da época. Acabei por não jogar tanto como queria. Fiquei no banco muitas vezes e no final da temporada tive a oferta do Coventry para sair.

Lembra-se da derrota contra o Torreense para a Taça de Portugal?
Eu fiz os jogos todos para a taça… Torreense? Uma equipa da segunda divisão? Sim, sim. Foi um choque para todos. Eles foram às Antas e fizeram o jogo de uma vida. Às vezes acontece isso.

Qual foi o melhor jogo que o Chippo fez no FC Porto?
Fiz um bom jogo em Alvalade, casa do Sporting. Perdemos 2-0, mas fiz uma exibição muito boa na minha primeira época. Ah, estive muito bem também num 3-0 ao Ajax para a Liga dos Campeões, já com o Fernando Santos. Estava 0-0 quando entrei e marcámos três golos.

Quem era o melhor jogador do seu FC Porto?
No ataque tínhamos o Jardel, um assassino nas áreas, marcava de qualquer forma. O Sérgio Conceição e o Drulovic eram ótimos e no meio-campo adorava o futebol do Zahovic. O Paulinho Santos também era especial. Trabalhava, trabalhava… o Aloísio e o Jorge Costa faziam uma bela dupla de centrais, depois tínhamos bons laterais. O Secretário, o Fernando Mendes e o Esquerdinha. Fiquei muito triste ao saber que tinha morrido. O Rui Barros também era um grande jogador.

Gostava de viver no Porto?
No meu primeiro ano vivi na zona da Foz do Douro. Em frente ao mar, muito bonito. Bons restaurantes, cafés, fiz bons amigos até fora do futebol. No segundo ano mudei-me para Matosinhos, com vista para a praia. O Sérgio Conceição, o Jorge Costa e o Vítor Baía também viviam lá. Comi lá o melhor peixe da minha vida.

Depois de sair do Porto, já voltou muitas vezes?
Infelizmente, só voltei ao Porto em 2015. Entrevistei o Brahimi para a beIN Sports, conheci o estádio novo, fui ao museu e vi que a cidade está linda. Fui aos balneários do Dragão, ao restaurante, à loja do clube, foi um dia fantástico. Só não consegui ir ao centro de treinos em Gaia.

Reencontrou o presidente do FC Porto?
Sim, estive com o senhor presidente e com o Reinado Teles. O presidente perguntou pela minha família, o que estava a fazer agora, perguntou-me porque não ia mais vezes ao Porto, foi muito agradável. Também tentei estar com o sr. Domingos Pereira, um funcionário que me ajudou bastante, mas disseram-me que ele estava doente. Já faleceu? Que pena, todos os jogadores o adoravam.

Continua a seguir os jogos do FC Porto?
Faço todos os jogos para a Liga dos Campeões na beIN. Eles sabem que joguei no clube e querem aproveitar esse meu conhecimento.

Quem é o seu jogador favorito no FC Porto atual?
Gosto muito do Jesus Corona. É bom. Gosto do Pepe, dá experiência e confiança à equipa. O FC Porto sabe muito bem como contratar e vender, pelo menos era assim. Fazia negócios incríveis. Mesmo quando saíam seis ou sete jogadores, o FC Porto era capaz de formar uma boa equipa.

Nos anos 90 havia muito marroquinos na liga portuguesa, mas agora é raro. Porquê?
Falo muitas vezes sobre isso. A geração marroquina dos anos 90 tinha muita qualidade, agora não é assim. A seleção é forte, mas os jogadores nascem em França e são chamados mais tarde. Não me parece uma boa medida. É raro ver um marroquino nascido e criado no país a chegar à seleção e à Europa. Temos de melhorar a formação no país e é por isso que abri a minha academia em Kénitra. Eu vivo em Rabat, mas tenho esse projeto na minha cidade natal. É perto. Estou a tentar arranjar parcerias na Europa, talvez com os clubes onde joguei. O FC Porto e o Coventry. Há muitos jovens de qualidade na nossa academia, temos infraestruturas excelentes.

Ainda está em contacto com os marroquinos que jogaram em Portugal nos anos 90?
Sim, com quase todos. O Tahar tem uma academia em Marraquexe, o Hadji é adjunto na seleção principal, o Naybet está a trabalhar com a federação, o Saber é treinador de uma equipa, o El Hadrioui está a tirar o curso de treinador. Tenho boa relação com todos eles.

A geração que esteve no Mundial-98 era muito boa.
Sim e fizemos um torneio bom. O grupo era difícil. Empatámos contra a Noruega, quando eu tive o azar de fazer um autogolo ridículo, perdemos com o Brasil e depois vencemos a Escócia por 3-0. O problema é que o Brasil perdeu com a Noruega e ninguém esperava isso. Estragou-nos as contas. O Brasil mudou muito a equipa, como é normal. Até o meu amigo Doriva jogou (risos). Troquei de camisola com ele no Marrocos-Brasil. Foi difícil aceitar a eliminação, porque jogávamos bom futebol.

Chippo e Doriva festejaram o 'tetra' e foram ao Mundial-98

Foi a sua melhor experiência no futebol?
O Mundial é o máximo e eu estive lá. Há jogadores fabulosos que nunca tiveram essa oportunidade. É um marco fantástico na minha carreira e nessa altura eu era jogador do FC Porto.

Só saiu para o Coventry em 1999. Saiu porque estava a ser pouco utilizado?
O meu contrato era de três anos. O primeiro foi bom, o segundo foi mau e decidi sair. Tive lesões, perdi confiança e chegou um convite da Premier League. Tive quatro bons anos no Coventry e defrontei algumas das melhores equipas do mundo. Aproveitei bem o meu tempo em Inglaterra, num futebol muito físico e exigente. O FC Porto tinha mais qualidade, mas a liga inglesa era muito, muito competitiva. Joguei lá com o meu amigo Hadji. No final do quarto ano o clube começou a ter muitos problemas financeiros e eu aproveitei um convite para voltar ao Qatar.

Acredito que tenha histórias engraçadas sobre os dois anos no FC Porto. Vamos a isso?
Esta tenho de contar. Estávamos em outubro, em pleno Ramadão, e treinávamos duas vezes por dia. Eu estava a jejuar, só podia e comer e beber água antes do nascer do sol e depois do pôr do sol. O problema é que o António Oliveira não foi informado disso. O treino da manhã foi muito forte...

O Chippo reagiu mal?
Comecei a sentir-me fraco, mas aguentei até ao treino da tarde. No aquecimento senti tonturas e desmaiei. Os meus colegas sabiam que eu estava a jejuar e queriam obrigar-me a beber água, mas eu resisti e disse que não. Então eles pegaram em mim e levaram-me para o balneário. Apagaram as luzes e disseram, ‘pronto, o sol já se pôs e agora tens mesmo de beber e comer’ (risos). O António Oliveira ficou furioso com isso, perguntou-me porque não lhe disse nada e que podia ter feito um trabalho específico para mim.

Quer deixar uma mensagem para as pessoas do FC Porto?
Tenho orgulho em ter vestido essa camisola e desejo boa sorte ao Sérgio Conceição, ao Pinto da Costa, ao Reinado Teles. O Reinaldo tratava-me como a um filho. Os adeptos sempre foram incríveis, iam atrás da equipa para todo o lado, mesmo nos momentos difíceis. Era maravilhoso jogar e ver as bancadas azuis e brancas. A diferença do FC Porto para o Benfica e o Sporting está nos adeptos, no Porto é mais como uma família. Há um sentimento muito forte.

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84. Basaúla: «Qual é o mal de uma cerveja?»

85. Everton: «Um guarda-redes ou é louco ou é gay»

86. «Já disse aos amigos benfiquistas, penta é o Quinzinho»

87. Timofte: «O meu pé esquerdo era melhor do que o do Hagi»

88. Victor Quintana: «Era tosco, mas posso dizer que joguei no Porto»

89. Kostadinov: «O Domingos adorava chá, foi o tipo mais inteligente que vi»

90. Glenn Helder: «Perdi tudo no casino e no divórcio, mas a bateria salvou-me»

91. Tony Sealy: «O Damas era o Sean Connery, o 007 do Sporting»

92. Artur: «Saí do FC Porto porque stressei com o Fernando Santos»

93. Martin Pringle: «Antes de ir para o Benfica fui 'Navy Seal'»

94. Branco: «O Artur Jorge apanhou-me a imitá-lo e foi o fim do mundo»

95. Sokota: «Sou um jogador raro, fui infeliz no Benfica e no FC Porto»

96. Balakov: «Vivi ao lado da Luz e espiei muitos treinos do Benfica»

97. Drulovic: «O Robson não me convocou e disse 'não há lugar no avião'»

98. Serifo: «Fui herói em Leça, tive um enfarte e vivo do Rendimento Mínimo»

99. Edevaldo: «Joguei no genial Brasil-82 mas no FC Porto só fui feliz nas reservas»

100. O cambalacho, o gajo cool e o génio leonino: as escolhas de Rui Miguel Tovar

101. Roger Spry: «Só saí do FC Porto porque tinha o meu pai a morrer»

102. Elzo: «Preferi o Benfica ao Real Madrid só para conhecer o Eusébio»

103. Vlk: «No FC Porto chamavam-me lobo e uivavam no balneário»

104. Douala: «Jogar no Sporting foi mais difícil do que ser educador de infância»

105. Chiquinho Carioca e a «corrida do xixi» com Mozer no Bessa

106. Aílton: «Jogar no Benfica custou-me um divórcio doloroso»

107. Demol: «Sair do FC Porto foi o meu maior erro, passei a beber muito»

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