DESTINOS é uma rubrica do Maisfutebol: recupera personagens e memórias dessa década marcante do futebol. Viagens carregadas de nostalgia e saudosismo, sempre com bom humor e imagens inesquecíveis. DESTINOS.

O Benfica campeão em 1994 é destruído em poucas semanas. Sai o treinador Toni, entra Artur Jorge e com ele chegam 15 jogadores. A direção de Manuel Damásio muda radicalmente o que está bem e o FC Porto aproveita para iniciar nesse verão o ‘penta campeonato’.

Reforços na Luz? Há para todos os gostos. Uns muito bons (PreudHomme e Dimas, apenas e só), alguns razoáveis (Edilson, Caniggia, Paulo Bento, Paulo Pereira) e outros, quase todos, maus. E quando escrevemos maus não nos cingimos à respetiva qualidade individual, mas sim ao rendimento deixado no Benfica.

Stanic, Akwá, Rui Esteves, Nelo, Tavares, quase nenhum consegue convencer de águia ao peito. Mas, também é verdade, nenhum – nem Akwá – joga tão pouco como Clóvis. O avançado brasileiro brilha no Guarani, é o segundo melhor marcador do Brasileirão e é desviado do Palmeiras para o Benfica, sob os bons auspícios da Parmalat, patrocinadora de ambos os clubes.

O que é feito de Clóvis? O DESTINOS encontra-o em Mato Grosso, no Brasil, com 50 anos. Deixou de jogar em 2005, devido a um problema cardíaco, e é treinador de futebol. Tem muito para contar sobre a passagem pelas águias, apesar de só ter jogado 62 minutos. E marcado um golo.

Maisfutebol – Bom dia, Clóvis. Já não sabemos de si há muitos anos, como vai a vida no Brasil?
Clóvis – Tudo bem, obrigado. Apanham-me aqui em casa da minha mãe, na cidade de General Carneiro, no Mato Grosso. Mas eu vivo em Barra do Garças, um local maior, já com quase 100 mil habitantes. Deixei de jogar em 2005, devido a um problema no coração. O meu pai morreu com problemas cardíacos e a minha irmã mais nova também. Mas estou bem, faço desporto cinco vezes por semana e às vezes até jogo futebol com amigos. Não posso é forçar muito, de forma repetitiva.

MF – Então está afastado do futebol?
C – Não, não. Sou treinador e já tenho algum nome aqui no meu estado e no estado de São Paulo. Há seis anos comecei a ter muitas saudades e iniciei a carreira de técnico. Passei por quatro clubes, todos de pequena/média dimensão: Barra do Garças, Primavera, Rio Preto e Araguaia. Considero-me um técnico da nova geração, apesar de já ter 50 anos. Agora estou sem clube, estou a aguardar novos convites. Se algum clube português se lembrar de mim, terei muito gosto. Infelizmente, depois de sair do Benfica, no início de 1995, nunca mais voltei a Portugal. Tive o privilégio de jogar em grandes clubes do Brasil: Vasco da Gama, Corinthians, Santos, Grémio e Athlético Paranaense, por exemplo.

MF – Como é que o Benfica o descobriu em 1994?
C – Fui o segundo melhor marcador do Brasileirão, pelo Guarani, e já tinha tudo tratado para assinar pelo Palmeiras. A Parmalat era a patrocinadora do clube e estava com muita força na época. Eu destaquei-me de forma muito rápida, em oito meses. Mas o meu empresário, que era o Juan Figger, à última da hora falou-me do Benfica. A verdade é que eu ainda era muito jovem e não estava preparado para sair do Brasil. Foi tudo muito rápido para mim.

MF – Lembra-se deste jogo, Clóvis?

C – Que maravilha, isso foi na minha estreia. Eu só não me lembro do nome do clube adversário.

MF – Beira-Mar.
C – Entrei na segunda parte e fiz o meu golinho. Eu joguei muito pouco no Benfica, infelizmente, mas em dois jogos marquei um golo. Queriam mais o quê? Havia muitos estrangeiros no Benfica e um deles era um nome grande do futebol mundial, o Caniggia. Havia ainda limite no número de estrangeiros dentro de cada equipa e isso limitou-me muito. Hoje não é assim. Por isso tive de sair uns meses depois para o Vitória de Setúbal, emprestado. Gostava de ter ficado mais uns anos no Benfica e não tenho dúvida que seria uma referência.

MF – Mas o Clóvis marcou logo na estreia e depois não teve continuidade. O treinador Artur Jorge não gostava de si?
C – Fiz um golo no primeiro jogo e podia ter recebido mais oportunidades. Não foi assim. O Artur não conversava comigo, não havia diálogo entre nós, e o adjunto croata [Zoran Filipovic] a mesma coisa. Tive muitas dificuldades, porque no Brasil a comunicação era diferente. Os treinadores preocupavam-se comigo, mas o Artur Jorge não falava, não dizia nada. Devia ter tido mais atenção comigo, dar-me conselhos, mas isso nunca aconteceu. Tenho alguma mágoa dele por causa disso, porque o Benfica fez um forte investimento em mim e eu não joguei. Fui um grande jogador, muito rápido, com qualidade técnica e sabia fazer golos.

MF – Como é que ficou a saber do interesse do Benfica?
C – Estava em casa de um amigo meu para o fim-de-semana e na segunda-feira eu ia apresentar-me no Palmeiras. Entretanto, o presidente do Guarani telefonou-me e pediu-me para ir ao clube. ‘Clóvis, vem para cá porque o negócio deu certo’. Eu fui, a pensar que era a gente do Palmeiras que me esperava, e quando cheguei lá era um dirigente do Benfica que estava com o meu empresário. Fiquei completamente surpreendido, isso foi dois dias antes de viajar para Portugal. Fui para Portugal com o Paulão [Coice de Mula] e o Edilson.

MF – A Parmalat patrocinava o Palmeiras e o Benfica. Essa surpresa teve a ver com isso?
C – Acredito que sim, mas nunca falei muito sobre isso. Deve ter havido essa influência, terá existido uma lutinha por mim, porque eu tinha sido a grande revelação do campeonato brasileiro.

MF – Há pouco dizia que tinha viajado com o Edilson. Viveu coisas engraçadas com ele?
C – É uma pessoa incrível, falo com ele até hoje. Está a trabalhar na televisão brasileira, tipo sensacional. Ele tem um cabelo muito ruim, sempre teve, e quando chegámos a Portugal o Edilson alisou-o. Depois colocou um produto muito forte no cabelo, para mantê-lo liso, e um dia foi treinar com esse produto no cabelo. Molhou um pouco no balneário e foi. Mas estava muito sol e aquilo ficou tudo duro, o rapaz até o couro cabeludo queimou (risos). Saiu a correr do treino e foi para o vestiário tirar o produto, teve de lavar tudo. Nunca mais usou isso.

MF – O Edilson era o seu melhor amigo no Benfica?
C – Era, acho que sim. Também me dava bem com o Isaías, um rapaz incrível. Era mesmo boa pessoa. Eu vivia no prédio do Edilson, andávamos sempre juntos. Depois também falava muito com o João V. Pinto, um craque. Dos portugueses, o João era o mais próximo de mim. E ele na altura era dos melhores jogadores do país, talvez o melhor. Era muito humilde, tenho saudades dele. No Brasil os jogadores saem do treino e juntam-se, vão almoçar juntos, a uma pizzaria. No Benfica não era assim. Acabava o treino e eu não via mais ninguém (risos). Eu ficava sozinho no meu apartamento ou estava com o Edilson. Era assim, senti falta do convívio. Era uma cultura diferente.

MF – Chegou a conhecer o Eusébio?
C – Sim, sim. Pelo menos duas ou três vezes por semana ele aparecia lá no clube. Corria, fazia caminhadas, ia ao ginásio, falava com os atletas. É um grande prazer poder dizer que conheci bem o Eusébio.

MF – O segundo jogo do Clóvis é um Benfica-FC Porto que teve cinco expulsões. Que memórias tem desse clássico?
C – Entrei ao intervalo, não foi? [certo, 24 de agosto de 1994, 1-1 e o último golo da vida de Rui Filipe]. Eu estava há um mês no Benfica e fiquei até assustado com as entradas violentas que vi nesse jogo. ‘Xi, onde é que eu me vim meter?’ Era vermelho para um lado, vermelho para o outro, e toda a gente a discutir. Mas posso dizer que joguei num gigante como o Benfica e que estive numa partida com a dimensão de um Benfica-Porto. Tenho atletas meus que ainda nem nascidos eram quando eu estava em Portugal. Eles ficam maravilhados a ouvir-me.

MF – Depois do seu golo na estreia não teve uma palavra, um incentivo do treinador?
C – Nada, não tive nada. Nem aí. O Edilson dizia-me a mesma coisa. Eu marquei o golo ao Beira-Mar e ainda tive de ouvir umas críticas dele (risos). ‘Tu fizeste um golo, mas tocaste muito poucas vezes na bola, tens de procurar mais jogo’. Ele era assim, não soube fazer-me sentir em casa.

MF – Como era o Caniggia dentro do balneário?
C – Muito, muito fechado. Era dos que conversava menos com a malta. Eu gosto de conversar, de brincar, e na altura era um menino de 23 anos. Veja bem esse episódio. Eu estava lá há dois meses só e um dia vi o Mozer a pegar num balde de água fria e a atirá-lo a um colega que estava no duche. E então o que fui fazer? Um pirralho como eu decidiu chatear o grande PreudHomme. Ele estava no WC e atirei-lhe um balde de água fria. A porta estava fechada e ele não viu quem foi. Saiu, ainda com os calções pelo meio das pernas e gritou: ‘Quem foi, quem foi? O Clóvis? Não me acredito, o rapazinho só está cá há dois meses, chegou agora’. O PreudHomme era mesmo impecável, mas vejam bem a minha lata.

MF – O seu contrato com o Benfica era válido por quantos anos?
C – Três anos. A minha saída foi precipitada e provocada pelo senhor Filipovic, o adjunto. Ele foi contratar um jogador do país dele, o Mario Stanic. Eu estava inscrito na Liga dos Campeões e eles forçaram-me a sair para haver uma vaga e inscrever o Stanic. Ele era alto, forte fisicamente, mas não fez nada de especial e teve oportunidades. Só tinha força, não tinha técnica, não tinha o que eu tinha. Se eu tivesse tido as oportunidades dele, teria ficado mais de três anos no Benfica. Tenho a certeza que teria feito muitos golos. Saí para o Vitória por culpa do sr. Filipovic. Trouxe o jogador croata e depois forçaram, forçaram, forçaram a minha saída.

MF – E o que encontrou no Vitória?
C – Cheguei lá e o técnico era o Raul Águas, mas um mês depois ele saiu e entrou o meu ‘amigo’ Abel Braga. Estávamos lá em baixo na tabela, mas a equipa era boa e eu ia fazer muitos golos. Entretanto, o Abel chega ao clube e tira-me logo da equipa, nem sequer me conhecia. Fui deixando de ser opção e isso mexeu comigo. Deixei de treinar bem, deixei de falar com o Abel e quando surgiu o interesse do Vasco da Gama eu aceitei logo. Tive esse problema com o Abel Braga e regressei ao Brasil. Tinha lá muitos interessados e em Portugal não estava a correr bem. Fui logo o melhor marcador do Carioca.

MF – Pelo que estamos a ver, depois foi treinado pelo Abel Braga também no Vasco.
C – No Vasco e no Athlético Paranaense (risos). Eu era o melhor marcador do campeonato no Vasco, mudaram o técnico e entrou o Abel. Na estreia ganhámos ao Botafogo com um golo meu, no segundo eu ainda joguei e no terceiro já fiquei de fora. Mais tarde voltámos a estar junto lá no Paraná. Aí nem me deixou treinar, fui logo afastado da equipa e assinei pelo Grémio.

MF – Mas qual era o problema dele consigo?
C – O problema nasceu em Portugal. Ele afastou-me da equipa mal chegou a Setúbal, pedi para falar com ele e o Abel levou a mal. ‘Vim do Benfica para uma equipa menor para jogar. Se não for para jogar, então nem quero ir ao banco’. Começou tudo aí, ele não gostou que eu tivesse recusado ir para o banco. Ficou ali um mau estar entre nós.

MF – Que tipo de treinador é o Clóvis? O que pede às suas equipas?
C – Bem, fiz vários estágios nos grandes clubes do Brasil, aprendi muito e sempre dei uma enorme importância ao aspeto psicológico dos jogadores. Sinto que sou bom nisso, tenho a capacidade de entrar na cabeça dos atletas e perceber que fora do treino e do jogo há um homem com família e com problemas comuns.

MF – E tem algum treinador como referência?
C – José Mourinho e Pep Guardiola são os melhores treinadores do mundo. O Barcelona do Pep Guardiola foi a melhor equipa que eu vi jogar. Quando tiver a oportunidade num clube com boas condições, sinto que vou deixar a minha marca. Obrigado pela vossa lembrança, quero enviar um abraço enorme aos aficionados do Benfica, aquela gente que andava connosco para todo o lado. Sou e serei sempre apaixonado pelo Benfica, tenho muitas saudades de Lisboa. Acompanho muito os jogos do clube e adoro o Everton Cebolinha, tem características parecidas com as minhas.

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91. Tony Sealy: «O Damas era o Sean Connery, o 007 do Sporting»

92. Artur: «Saí do FC Porto porque stressei com o Fernando Santos»

93. Martin Pringle: «Antes de ir para o Benfica fui 'Navy Seal'»

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99. Edevaldo: «Joguei no genial Brasil-82 mas no FC Porto só fui feliz nas reservas»

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106. Aílton: «Jogar no Benfica custou-me um divórcio doloroso»

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