DESTINOS é uma rubrica do Maisfutebol: recupera personagens e memórias dessa década marcante do futebol. Viagens carregadas de nostalgia e saudosismo, sempre com bom humor e imagens inesquecíveis. DESTINOS.

LEWIS: Académica (de 1990 a 1994); Felgueiras (1994 a 1996); Boavista (1997); Chaves (1997/1998); Estrela da Amadora (1998 a 2000); U. Lamas (2000 a 2002)

EARL: Oliveirense (1991/1992); União de Coimbra (1992/1993); Leça (1993 a 1995); Felgueiras (1995/1996)

Na sua estreia na I Liga, Jorge Jesus levou para o Felgueiras os ensinamentos do mestre Johan Cruyff. E o plantel tinha gente dos quatro cantos do mundo. E Sérgio Conceição ainda com 20 aninhos. 

A propósito do Clássico da Luz, o Maisfutebol vasculhou os nomes desse grupo e viu gente oriunda da Austrália (Bozinoski), Peru (Baroni), Trindade e Tobago (Clint e Lewis) e Santa Lucia (Earl). 

Lewis e Earl foram em muitos jogos os avançados de Jesus naquele 3x5x2 que procurava replicar nos nossos relvados a fórmula mágica do Barcelona. Por onde andarão? Como estará esse concílio caribenho de tão boas memórias e tantas histórias no campeonato português? 

E fomos atrás dele. Primeiro Earl, depois Lewis. Aquele sorriso que só faz sentido no Caribe, aquela malandragem genuína, aquela forma de comunicar que começa e acaba com gargalhadas. 

Russell Latapy foi o tobaguenho de mais sucesso - chegou ao Boavista e ao FC Porto -, mas Lewis e Earl deixaram a marca do futebol leve e descomprometido também no escalão maior. Uma conversa carregada de boa disposição e, claro, com Jesus e Conceição lá pelo meio.

Ah, e aprecie nos vídeos associados o português irrepreensível (e açucarado) de Lewis. 19 anos depois de deixar Portugal. 

Earl (à esquerda, de blazer branco) com Sérgio Conceição em Leça (arquivo pessoal)

Maisfutebol – O Lewis tem 54 anos e o Earl tem 49. Ainda estão ligados ao futebol?

Lewis – Vou tentar falar em português (risos). A minha vida é diferente agora. Estou casado há alguns anos. Fui treinador da seleção de sub17 de Trindade e Tobago, mas o futebol daqui tem muitas problemas. Deixei o futebol profissional e agora dedico-me ao golfe. Além disso, ajudo as camadas jovens de um clube de futebol de cá.

Earl – Eu sou o treinador de uma equipa chamada W Connection, da primeira divisão. Fui o adjunto durante algumas épocas e no ano passado passei a treinador principal. E ainda não experimentei golfe, é verdade (risos). A paixão continua cá e ainda faço uns jogos de veteranos. O futebol deu-me tudo o que tenho.

MF – Ainda se juntam com o Latapy e o Clint, os outros tobaguenhos que passaram por Portugal?

L – Com o Earl falo regularmente, porque também vive aqui em Trindade. O Latapy agora é o selecionador nacional de Barbados e já não o vejo há algum tempo. O Clint joga golfe comigo e é bem melhor do que eu (risos). Fui o último a começar, já fui atrás do Clint e do Latapy. Só falta o Earl. A vida aqui é boa, mas em Portugal é que era mesmo perfeito. Aqui as coisas são mais desorganizadas, a federação ainda me deve muito dinheiro. Mas tenho uma vida boa. De manhã jogo golfe e à tarde ajudo os miúdos do futebol.

E – Com o Clint estou muitas vezes mesmo. Falo duas ou três vezes por semana com o Latapy, mas por telefone. Ele está a viver em Barbados. E com o Lewis mantemos um contacto regular aqui em Trindade e Tobago.

MF – Vivem em Port of Spain, a capital de Trindade e Tobago?

L – Não, eu vivo em San Fernando. É a segunda maior cidade do país.

E – Eu estou numa cidade mais pequena chamada Marabella.

MF – Há quantos anos não vêm a Portugal?

E – Eu já não vou há mais de 20 anos. Mas quero muito voltar e ver a malta toda do Leça. Foi o clube onde fui mais feliz e terei o clube para sempre no coração. Quero voltar a ver o Lecinha na primeira divisão. Fui sempre bem tratado pelo presidente Manuel Rodrigues, um homem muito reservado. A verdade é que esteve sempre lá para mim quando precisei.

L – Eu fui há cerca de oito anos pela última vez. Vi que Portugal mudou muito. No meu tempo nem havia o metro no Porto. Só havia táxis. Curiosamente, fui aí para levar um jogador meu conhecido ao Jorge Jesus. Um miúdo chamado Shahdon Winchester. O Jesus estava no Benfica, na altura, e o Winchester era a grande promessa aqui do país. Ele não ficou em Portugal e, infelizmente, em 2019 morreu num acidente de viação. Lembrei-me agora de uma história boa.

MF – Aqui de Portugal?

L – Quando fui com o Shahdon aí, os polícias do aeroporto viram-me e reconheceram-me. Passei à frente de toda a gente (risos). O miúdo olhava para mim e dizia ‘não acredito, não acredito’. Foi a melhor parte da minha vida, fui muito feliz em Portugal. Não tenho redes sociais, mas vocês podem dar o meu número de telefone a quem quiser. Foi uma coisa do outro mundo. Estive 13 anos em Portugal e só há três pessoas de quem não posso dizer bem. Não gostavam de mim. Não somos perfeitos.

MF – Quem eram essas pessoas, Lewis?

L – O treinador Mário Reis. Não gostava de mim, pronto. O treinador José Rachão. E o meu antigo empresário, o Tozé Francisco. O resto foi tudo incrível, gente incrível.

Aos 49 anos, Earl mantém a excelente condição física (arquivo pessoal) 

MF – Como é que vieram parar a Portugal? O Lewis em 1990 e o Earl em 1991.

E – Eu fui abordado pelo empresário Tozé Francisco na Caribbean Cup. Eu estava a representar a seleção de Santa Lucia, o meu país, na Jamaica. Tinha 19 anos e quando me falaram de Portugal tive de pedir autorização aos meus pais, até porque eu tinha uma bolsa de estudo para entrar na universidade e continuar a jogar basquetebol. Media 1,66 metros e era um base de grande qualidade (risos). Mas acho que fiz bem em optar pelo futebol nessa altura. A viagem para Portugal foi de loucos. Fiz Santa Lucia-Canadá, onde vivia o empresário, e vi lá neve pela primeira vez na vida. Depois voámos para Inglaterra e a seguir Portugal.

L – O meu empresário veio aqui ao país e levou umas cassetes VHS à Académica de Coimbra. O objetivo era mostrar o Latapy, o número 10. Mas as pessoas da Académica viram os jogos e disseram que não queriam só número 10. ‘Queremos o 10 e o 11, o avançado mais alto’. Foi assim que a Académica me escolheu. Fiquei lá quatro anos, fiz o melhor que pude. Gostei muito do mister José Alberto Costa, começava todas as frases por ‘ora bem’. O único problema foi mesmo com o meu empresário.

MF – O que se passou com ele?

L – Quando eu fui para o Estrela, em 1998, um dirigente da Académica veio ter comigo e contou-me toda a verdade: ‘Olha, Lewis, nós não podíamos dizer nada, mas nós pagávamos ao teu empresário para ele te deixar em Coimbra e não fazer nenhuma transferência’. Falavam-me do Sp. Braga, do Boavista e eu nunca saía. Fiquei quatro anos e saí chateado quando acabou o contrato. Só aí me mudei para Felgueiras. Fiquei muito triste com esse senhor. Eu fiz dois jogos pela seleção de Trindade e Tobago contra o Crystal Palace e marquei cinco golos. Depois disseram-me que o meu agente lhes pediu um milhão de dólares por mim. Disseram-lhe que estava maluco, claro. Ele achava que podia fazer dinheiro fácil connosco.

MF – Portanto, em 1994 o Lewis saiu de Coimbra e foi trabalhar com o Jorge Jesus em Felgueiras.

L – Xi, nem me fale do Jorge Jesus. Esse homem foi o homem mais espetacular que conheci na minha vida. Ele dizia-me assim: ‘Tu vens de uma ilha e jogas à bola com cocos, não sabes o que é uma bola’. (risos) Mas ele ensinou-me a ser um homem. Nunca me vou esquecer do que ele me disse um dia: ‘Lewis, não quero saber se és preto, se és careca, se és feio, se és gordo, ou se não tens dentes. A única coisa que quero é que jogues futebol da forma que eu gosto’. Este homem foi o presidente dos homens. Às vezes pegávamo-nos. Ele falava, eu falava, a minha cabeça aquecia, mas ele queria sempre o melhor para a equipa e tratava-me como um homem, não me tratava como um preto. Dava-me valor. A mim e ao resto da equipa.

MF – O Lewis trabalhou com ele em Felgueiras e depois na Amadora.

L – Cheguei lá ao estádio e estavam muitos jogadores negros. E todos eles, toda a gente, olhava para o Jorge Jesus e tratava-o com respeito. Vi que ele era diferente, vi que o Jesus era um homem espetacular. Não há muitos assim como ele. Dizem que agora ele é um grande treinador, mas já nessa altura era um grande treinador. Só não tinha era jogadores para jogar como ele queria. No Benfica e no Flamengo tem craques, no Felgueiras e no Estrela não tinha. Mas o Jesus tratava toda a gente da mesma forma e isso era o que eu mais gostava nele.

MF – No Felgueiras subiu e desceu de divisão com o Jorge Jesus.

L – É verdade. Na II Liga as equipas eram mais ou menos do mesmo nível, mas na I Liga apanhámos o FC Porto, o Benfica, o Sporting e era difícil. E as arbitragens também penalizavam muito o Felgueiras, por ser uma equipa pequena. O nosso nível era diferente. Até começámos bem, mas a quebra era inevitável. Uma vez no treino o mister Jesus disse assim: ‘Temos x golos e o Lewis marcou-os quase a todos, não pode ser’. Eu marquei 15 nesse campeonato português [o Felgueiras acabou com 20]. Não havia muita gente para fazer golos. O Kristic, o Clint, o Vicente, o Lopes da Silva e o Sérgio Conceição eram bons, mas não se fazia golos.

Earl (primeiro em baixo, à direita) com o Leça que subiu à I Liga

MF – O Earl conheceu o Sérgio em Leça e o Lewis em Felgueiras.

E – Exatamente. Eu treinei primeiro no Caldas, mas não assinei. Segui para a Oliveirense e depois para o União de Coimbra, na II Divisão B. E depois é que apareceu o Leça na II Liga, onde conheci o grande Sérgio. Criámos uma grande amizade, ele foi muitas vezes um irmão mais velho para mim. Ele e o treinador Joaquim Teixeira. Subimos juntos à primeira divisão. O Sérgio estava numa fase de transição, emprestado pelo FC Porto. Estivemos juntos no Leça e em Felgueiras. Um gajo espetacular, muito inteligente e que tinha fome de futebol e de sucesso. Um maluco bom. Aliás, a equipa do Leça estava cheia de malucos bons: Serifo, Constantino, Vladan, Alfaia, Nando. Mas foi em Felgueiras que a nossa amizade se tornou mais forte ainda.

L – Eu e o Sérgio estávamos sempre a bater de frente (risos). Ele achava que era bom jogador, eu pensava que era melhor do que ele, ele pensava que era melhor do que eu. Mas quando chegávamos aos jogos, o Felgueiras era mesmo uma equipa. Nos treinos é que era duro. Gosto do Sérgio, é uma pessoa espetacular, muito parecido comigo. Nós achávamos que podíamos resolver as coisas sozinhos para ajudar a equipa. Tinha uma personalidade muito forte, tinha raiva, bom espírito, acreditava muito nele. Toda a gente gostava de jogar com o Sérgio.

MF – O Sérgio e o Jesus tinham uma boa relação?

L – O Jesus nessa altura dava-se bem com toda a gente. Falava bem comigo, por exemplo, mas se eu fizesse asneiras ele vinha para cima de mim. E com o Sérgio era a mesma coisa, o Jesus não era de brincadeiras (risos). O Jesus dizia as coisas como elas eram: se tu fazias asneiras, ele dizia-te que tu fazias asneiras. Não era um treinador novato, já treinava há uns anos, mas ainda não estava no topo. Ainda tinha muita raiva, estava a aprender. Vejo-o mais calmo agora. Há 20/25 anos era quase mais um jogador. E com o Sérgio vai ser igual, daqui a uns anos vai ser um treinador do outro mundo.

E – Eles andavam sempre à cabeçada, mas adoravam-se (risos). Eram muito parecidos, o Jesus não facilitava em nada. E o Sérgio, que era um grande profissional e treinava sempre no limite, às vezes não estava para aturar o mister. Lembro-me que o Jorge Jesus andava sempre vestido de preto e era um tipo supersticioso. Mas foi o melhor treinador que apanhei na carreira, já treinava muito bem todos os aspetos táticos.

MF – Depois dessa época com o Jesus, o Lewis transferiu-se para um Boavista muito forte.

L – Foi o João Alves que me contratou, um treinador espetacular. Chamou-me ao escritório dele e disse-me assim: ‘Qual é a tua posição preferida? Onde queres jogar?’ Deixou-me confortável e colocou-me logo a titular. O problema foi quando ele saiu e entrou o Mário Reis. O João Alves saiu e o Lewis no Boavista acabou. Nunca mais tive oportunidades a sério.

MF – O Mário Reis não gostava de si porquê?

L – Quando ele estava no Salgueiros e eu no Felgueiras fazíamos alguns jogos-treino. Aquilo às vezes fazia faísca. Quando ele chegou ao Boavista me viu, senti que a minha era lá tinha acabado. Tentei cumprimentá-lo e ele fez uma cara… Depois meteu-me 25 minutos contra o FC Porto e no final disse-me que eu não fiz nada. O que queria ele? Milagres? Contra o João Pinto? Era impossível.

Lewis trocou recentemente o futebol pelo golfe

MF – Foi colega do Nuno Gomes no Boavista. Ele é comentador do Maisfutebol.

L – A sério? Dê o meu número ao Nuno, gostava de falar com ele. Era um gajo muito ‘nice’, muito, muito ‘nice’. E um avançado espetacular. Também joguei com o Jorge Andrade no Estrela e com o Alfredo, o guarda-redes. Todos eles foram jogadores da seleção de Portugal.

MF – E como era a vida em Portugal? Três jovens caribenhos, sempre juntos, portavam-se bem?

E – Acho que sim, quase sempre (risos). A única situação triste que sofri foi numa noite de sábado. Estávamos de folga no domingo e nessa noite fui jantar fora e bebemos umas cervejas, nada de especial. Depois tive um acidente de carro na Avenida da Boavista, com o Clint. O carro ficou todo destruído, foi assustador. Pensei que ia morrer porque batemos numa árvore em cheio. O Clint foi para o hospital e eu fiquei traumatizado, muito traumatizado.

L – Eu não estava nesse acidente de carro. Nem me lembrava disso. Eu estava em casa, sossegadinho, a descansar para o treino do dia a seguir (risos). Eles é que gostavam de ir a uma discoteca, eu não.

E – Depois desse acidente, o Sérgio Conceição veio ter comigo e emprestou-me um dos carros dele. Disse que eu podia ficar com o carro durante o tempo que quisesse e isso demonstra o nível de confiança que tínhamos.

MF – Alguma vez foram vítimas de racismo em Portugal?

L – Havia muito racismo nos campos. Mal cheguei a Portugal, para a Académica, peguei na bola e ouvi as pessoas na bancada a fazer ‘uhuhuhuh’ [imita o som de um macaco]. O Rocha, que era o capitão, veio ter comigo e pediu para eu não ligar. ‘Não ligues, joga futebol’. Era uma estupidez. Havia jogadores de cor em todas as equipas. Não era uma equipa de brancos contra uma equipa de pretos. E eles fizeram isso. Nessa altura as coisas eram diferentes, as pessoas eram mais atrasadas. Aqui em Trindade e Tobago é a mesma coisa. Os mais velhos são um pouco mais atrasados. As pessoas mais jovens pensam já de forma diferente. Lembro-me de ir a um supermercado a Portugal e uma criança dizer ‘olha, um senhor preto’. A mãe segurou-lhe não mão e disse para ela não dizer isso. Encontrei outro casal e brancos e o miúdo deles veio ter comigo, tocou-me no braço, na cabeça, mas nunca me chamou preto. Tem a ver com a educação, a culpa não é das crianças. Ouvem os pais a falar em casa, é assim.

E – Eu sou um bocado menos moreno (risos). Mas, sim, é verdade. Nos estádios em Portugal era muito normal ouvirmos esses comentários e esses sons. Espero que as coisas tenham melhorado.

MF – Quais foram os melhores golos que marcaram em Portugal?

E – Essa é fácil (risos). No último jogo pelo Leça marquei à Académica e subimos de divisão. Não foi o mais bonito, mas foi o golo mais importante da minha carreira.

L – O meu foi em Chaves, contra o Estrela da Amadora. Era um dia de chuva, estava 0-0. Eu estava a ser muito marcado, não fazia nada. Até que houve uma disputa de bola no meio-campo, a bola foi ao ar, bateu no chão e eu rematei de pé esquerdo, ainda antes da linha de meio-campo. Pensei que a bola ia para o bar, mas começo a vê-la a baixar e entrou, com o guarda-redes [Ivkovic] à rasca. Tenho aqui isso em VHS, mas já nem vídeo tenho (risos). Se me puderem enviar fotografias e resumos dos meus jogos, agradeço muito.

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