DESTINOS é uma rubrica do Maisfutebol: recupera personagens e memórias dessa década marcante do futebol. Viagens carregadas de nostalgia e saudosismo, sempre com bom humor e imagens inesquecíveis. DESTINOS.
N’DINGA: Vitória de Guimarães (1986 a 1996)
República Zairense de Guimarães. O micro-Estado foi criado em 1986 e prolongou-se por uma década à volta das muralhas da Cidade-Berço. Cidadãos? Poucos, mas inesquecíveis. Basaúla Lemba, claro, mas também N’Kama, Kipulu e o líder absoluto: N’Dinga.
N’Dinga é o recordista de jogos oficiais pelo Vitória Sport Clube (335/23 golos), uma personagem marcante, uma verdadeira instituição dentro do emblema que tem D. Afonso Henriques ao peito.
Ganhou uma Supertaça Cândido de Oliveira, esteve numa final da Taça de Portugal e nos quartos-de-final da Taça UEFA, conseguiu ser uma vez terceiro e duas vezes quarto no campeonato português. Sempre, sempre, ao serviço do seu querido Vitória.
O Maisfutebol apanha esta pérola do futebol português dos anos 80 e 90, um DESTINOS inesquecível, na cidade de Toronto. N’Dinga acabou por se tornar mais um português no Canadá, ajudado que foi pela comunidade lusa a superar um momento menos bom na vida. Um momento que o obrigou a deixar Guimarães de mãos a abanar, sem um tostão.
N’Dinga Mbote, num português irrepreensível, fala até do famoso ‘caso’ que foi batizado com o seu nome (recorde o Caso N'Dinga). Um processo que levou a uma disputa entre o Vitória e a Académica nos tribunais e que foi mais tarde despertado por uma confissão ‘off the record’ de António Oliveira, treinador dos dois emblemas na época de todas as polémicas.
Bom de bola, gingão, uma energia inesgotável dentro de um corpo magro. Uma das grandes personagens das décadas que marcam esta rubrica. N’Dinga Mbote.
N’DINGA NO CAMPEONATO NACIONAL:
1986/87: 23 jogos/3 golos (3º lugar)
1987/88: 17 jogos (14º lugar)
1988/89: 31 jogos/2 golos (9º lugar)
1989/90: 31 jogos/5 golos (4º lugar)
1990/91: 38 jogos/2 golos (9º lugar)
1991/92: 26 jogos (5º lugar)
1992/93: 31 jogos/3 golos (11º lugar)
1993/94: 33 jogos (8º lugar)
1994/95: 31 jogos/1 golo (4º lugar)
1995/96: 24 jogos (5º lugar)
TOTAL: 285 jogos/16 golos na I Liga
Troféus: uma Supertaça
Maisfutebol – Boa tarde, N’Dinga. Como é que foi parar ao Canadá?
N’Dinga – Olá, obrigado por se lembrarem de mim. Isso é uma história um bocado longa. As coisas não estavam como eu queria em Guimarães. Vim cá passar férias e fiquei. Já cá estou há quase 20 anos.
Em que cidade do Canadá está a viver?
Vivo em Toronto. Estou muito bem integrado na comunidade portuguesa.
Está ligado ao futebol ou tem outra profissão?
Quando cheguei ao Canadá ainda joguei num clube pequeno, o Benfica de Toronto. Não era nada muito sério. Mais tarde até treinei as camadas jovens no Sporting de Toronto também. Agora, só jogo futebol para brincar. Com amigos.
Qual é a sua ocupação profissional em Toronto?
Já fui carpinteiro. Agora sou funcionário de uma companhia que está ligada à área da alimentação. Estou na fábrica e tomo conta de um dos setores.
O N’Dinga é adorado em Guimarães. Ainda segue o Vitória?
Sempre, sempre. Fui mais bem tratado em Guimarães do que no meu país, o Congo. O Vitória faz parte do meu coração.
VÍDEO: o golo de N’Dinga no Domingo Desportivo (aos 1m45, imagens RTP)
Em dez anos fez mais de 300 jogos. É uma marca fantástica.
Quando nos sentimos bem, isso é refletido no nosso trabalho. No Vitória estava em casa. Sentia-me tão bem, tão tranquilo. Isso ajudou-me a ser o jogador que fui.
Lembra-se do dia em que chegou a Guimarães no ano de 1986?
Ya, sim. Foi no dia 28 de maio de 1986. Cheguei com o Basaúla, o N’Kama já estava. Chegámos a Lisboa dois dias antes, lembro-me de ir ver um jogo-treino do Benfica. E depois lá fomos para Guimarães.
Como é que surge o Vitória no seu caminho?
Foi o Valter Ferreira, meu empresário. Ele tinha sido treinador do Vita Club, no Congo, conhecia-o bem. A ideia inicial era jogar em França [Nice], mas passámos por Portugal e disseram-nos que havia o interesse de um clube. Dissemos logo que não havia problema. E ainda bem que ficámos, o Vitória foi das melhores coisas que me aconteceu na vida.
E ficou de 86 a 96. Uma década. O que encontrou em Guimarães?
Uma equipa muito forte. Conto sempre esta história. O primeiro treino que fiz no Vitória foi o último treino da época 85/86. Voltei para casa e perguntei ‘o que é que eu vim fazer aqui?’. Eu era tão lento e eles [os colegas] voavam! Felizmente fui de férias e quando voltei estávamos todos a começar do zero. Aí senti que podia ter condições de ajudar o Vitória.
O seu primeiro treinador foi o Marinho Peres?
Não, o treinador que me viu no último treino da época 85/86 foi o António Morais. Depois, sim, ele saiu e entrou o Marinho. A idade não perdoa, mas ainda me vou lembrando (risos).
Com que treinador mais gostou de trabalhar em Guimarães?
Gostei de alguns. O Marinho era um homem espetacular, o Quinito também. O Paulo Autuori era bom treinador, mesmo o João Alves. Quando o conhecíamos bem, percebíamos que era um homem muito engraçado. Gostei de trabalhar com o João. O Bernardino Pedroto e o Manuel Machado também eram muito bons. Tive sorte com os treinadores que apanhei no Vitória.
O N’Dinga foi praticamente sempre titular com todos.
Nunca fui de complicar as coisas (risos). Mas sabe que em Guimarães, em dez anos, nunca joguei na minha posição?
Nunca? Mas o N’Dinga não era médio?
Nunca. Quem me conhece desde miúdo até me perguntava como é que eu me saía tão bem. Em Guimarães fui sempre médio-direito ou médio-centro e no meu país jogava como segundo ponta-de-lança.
Na posição dez?
Isso mesmo, em Guimarães nunca joguei como número dez. O Vitória teve o Ademir e o falecido Caio Júnior para essas posições, por exemplo. O Ademir era bom com a bola, mas o Caio era diferente. Sabia como fazer golos, aproveitava muito bem as oportunidades. Era muito bom jogador mesmo. O Ademir até foi para o Benfica mais tarde.
Nenhum dos três grandes de Portugal tentou contratar o N’Dinga?
Sim. Um empresário que trabalhava com o FC Porto chegou a falar comigo, mas o problema era o seguinte: fiquei marcado pelo ‘caso N’Dinga’ e isso foi um obstáculo para ir para outros clubes.
Os dirigentes associavam o N’Dinga a esse caso.
E eu não tive nada a ver com isso. Todos sabem o que se passou, mas na altura eu não soube de nada. Para mim foi simples: o meu clube do Congo enviou a documentação e eu assinei o que me pediram para poder jogar no Vitória. Só isso. Não sei como é que as coisas foram feitas, não sei se algum dos dirigentes levou dinheiro, isso não sei.
O N’Dinga só queria jogar futebol.
Vou dizer uma coisa muito sincera. Mesmo para assinar os novos contratos, nunca pus problemas. Não era, e não sou, uma pessoa muito ligada ao dinheiro. Até hoje. E ser assim é bom. Com muito ou com pouco ando feliz, sou sempre a mesma pessoa.
Tem algum filho futebolista?
Tenho, tenho. Ele tem 18 anos e é muito parecido comigo. É até mais rápido e mais forte. Joga em qualquer posição e joga bem. Não digo isto por ser mais filho. Estou a pensar mandá-lo a Guimarães para fazer uns testes. Se não correr bem, volta para casa do pai (risos). Vou falar com a malta do Vitória.
Basaúla, Tueba, N’Kama, N’Kongolo, Kipulu, Mapuata. O Congo [ex-Zaire] teve uma geração fabulosa de atletas em Portugal.
É verdade. Acho que os que vieram depois de nós já não tinham o mesmo nível. Essa malta dos anos 80 tinha grande qualidade. E fomos muitos.
VÍDEO: um golo de N’Dinga na Taça UEFA (aos 1m36s, imagens RTP)
Quem era o melhor de todos, o N’Dinga?
Não, não, não sou melhor do que ninguém (risos). Tive sorte. O Basaúla jogava muito, gostava de vê-lo. O Tueba também. Estive com ele na seleção e jogava bem. E há outros que nunca chegaram à I Divisão. O Ibuka jogou no Varzim e era muito bom, nunca teve uma oportunidade num clube maior. Joguei com ele no Congo, grande jogador.
O Basaúla era o seu melhor amigo?
Sim, sempre nos demos muito bem. Jogámos sempre no mesmo clube desde miúdos. No Congo jogámos em dois clubes diferentes e depois viemos para o Vitória juntos. Ele ainda jogou no Elvas e no Estrela da Amadora. Quem saía, acabava por meter mais [dinheiro] no bolso. O Elvas não tinha a qualidade do Vitória, mas ele foi para lá ganhar bom dinheiro. O Basaúla saiu, voltou e ainda estivemos mais cinco anos juntos em Guimarães.
Qual foi o melhor momento do N’Dinga no Vitória?
Eh pá, ganhei uma Supertaça, fui a uma final da Taça de Portugal, cheguei aos quartos-de-final da Taça UEFA… mas o jogo contra o Atlético de Madrid [1986/1987] foi marcante. A forma como fomos recebidos em Guimarães, nunca esquecerei. Ganhámos 2-0 em casa e depois fomos lá jogar, a equipa de arbitragem prejudicou-nos a vida e aguentámos [1-0 para os espanhóis]. Chegámos a Guimarães e vivi o melhor momento da carreira. E há outro episódio importante. No Congo eu via o Ajax jogar e adorava o clube. Nunca pensei que um dia chegaria à Europa e conseguiria jogar contra eles. Mas consegui [1992/1993]. Joguei em Amesterdão, perdemos 2-1 e eu marquei o nosso golo [Bergkamp e Alflen marcaram para o Ajax]. Os meus pais eram pobres, não tinham dinheiro, como é que eu ia chegar à Europa? Uns anos mais tarde, lá estava o N’Dinga a marcar ao Ajax.
Quando chegou a Portugal, a liga portuguesa era muito forte.
O FC Porto foi campeão da Europa, o Benfica foi a duas finais europeias… falava-se mais de Alemanha e Espanha, mas em Portugal jogava-se à bola. O FC Porto e o Benfica eram dos melhores da Europa, o Sporting era dos melhores da Europa. Até o Vitória de Guimarães. No meu primeiro ano eliminámos Atlético de Madrid e Sparta Praga da Taça UEFA. O campeonato português era muito, muito bom.
Qual era o adversário mais complicado para o N’Dinga?
Acho que o Benfica, por causa do Estádio da Luz. Entrar naquele estádio, enorme, era outro mundo. Era muito grande, era outra coisa.
E qual era o melhor futebolista desses tempos em Portugal?
O Valdo, do Benfica, era um grande jogador. Mas havia muitos portugueses bons. Eu adorava o Jaime Magalhães, do FC Porto. Nunca vi um jogador com tanta elegância. Só de o ver correr com a bola deixava-me todo contente. O Diamantino, do Benfica, era muito bom também. Lembro-me de ir jogar uma vez à Luz e o Manuel Machado chamou-me e disse-me isto: ‘N’Dinga, se o Valdo conseguir jogar, nós vamos perder. Ele não pode jogar’. O Valdo era o número dez e eu era o número dez. Manchete do jornal no dia a seguir: ‘O 10 do Vitória ganhou ao 10 do Benfica’. O Valdo falou comigo e disse-me que nunca tinha sido marcado daquela forma. E não fiz uma única falta. Em dez jogadas roubei nove bolas ao Valdo.
E como era a vida em Guimarães nos anos 80?
Era como se estivesse em casa. Fui sempre muito, muito bem tratado. Não posso dizer nada de mal da cidade de Guimarães e sei que tenho as portas da cidade e do clube abertas para mim.
Como está a sua relação com o ex-presidente Pimenta Machado? Tiveram uns problemas…
Já há muito tempo que não falo com ele. Mas terei todo o gosto em falar com ele. Tivemos alguns problemas, sim. Na vida fazemos coisas que pensamos ser certas e depois vimos a perceber que são erradas. Não tenho nada contra ele, pedi-lhe desculpas e acho que ficámos bem.
Em 1996 decidiu acabar a carreira. Só tinha 30 anos. Porquê?
Muita coisa aconteceu na minha vida nessa altura. Estive mal, cheguei a uma altura em que a minha conta bancária ficou a zeros. Quando digo zero, é mesmo zero. Perdi a minha família, não tinha onde encostar a cabeça. Acredito em Deus e hoje vivo tranquilo. Tive um problema grave familiar e a conta bancária quando saí de Guimarães não tinha nada, estava a zeros. Fiquei ainda ligado ao Vitória, a trabalhar como observador em África, mas aconteceram coisas más e lá me fui aguentando no Congo. Até ao dia em que vim passar férias ao Canadá [2003]. Fiquei até hoje. Assentei a minha vida, encontrei um bom caminho. Fui ajudado por muitos portugueses que me reconheceram dos tempos de Guimarães. Se estou hoje tão bem, devo-o a esses portugueses.
O N’Dinga é mais um português em Toronto.
Eu digo que sou de português de segunda e os meus amigos dizem que eu sou português de primeira. A comunidade portuguesa ajudou-me, levantou-me e estou-lhe muito agradecido.
Quando pensa visitar Guimarães?
Estive aí uma vez, mas tinha de acertar muitas coisas e nem aproveitei. Quero voltar depois desta pandemia e agradecer o amor que os vimaranenses sempre me deram. Obrigado aos vitorianos por tudo o que fizeram por mim. Só peço ao Vitória que dê a alegria máxima a este povo: ser campeão de Portugal. Tudo de bom para o Vitória, os vitorianos e os vimaranenses.
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