Maradona cumpria a primeira temporada no Nápoles, em 1984, quando chegou ao clube um pedido feito por um pai: o filho estava doente e precisava de uma cirurgia que era muito cara, pelo que pedia ao presidente que autorizasse a realização de um jogo amigável para angariar fundos.

O pedido foi entregue Pietro Puzone, médio da equipa de reservas que era vizinho da família do menino, mas a resposta do presidente Corrado Ferlaino não foi positiva: não autorizava o jogo, por receio que os jogadores se pudessem lesionar e desfalcar a equipa principal do Nápoles.

O jogo devia realizar-se em Acerro, uma pequena localidade no norte de Nápoles, de onde o menino era natural, e o campo local era pequeno e em terra batida. Por isso o presidente não autorizou a equipa a viajar. Infelizmente para ele, Maradona nunca foi de cumprir ordens.

A história chegou aos ouvidos do astro, que disse logo que iria estar presente. O presidente insistiu que não tinha autorização e Maradona repetiu que não ia faltar ao jogo. A imprensa até conta que, para o poder fazer, Maradona se disponibilizou a pagar a apólice de seguro de trabalho.

Certo é que num dia à tarde, Maradona viajou para a pequena localidade de Acerro juntamente com a equipa de reservas do Nápoles e defrontou num campo de terra batida, transformada em lama pela chuva, e cheia de buracos, uma equipa de jogadores locais.

O campo encheu-se de gente para ver Maradona, que já era por essa altura um ídolo do Nápoles. Com capacidade para cinco mil pessoas, recebeu cerca do dobro: dez mil espectadores, que se empoleiraram até em cima dos muros para ver o astro argentino jogar ao lado de humanos.