Franco Baresi, Paolo Maldini, Alessandro Costacurta. Monstros sagrados, jóias valiosíssimas do museu vivo do AC Milan, nomes entranhados na história rossoneri. Baresi foi o primeiro treinador de Digão em Itália; Maldini e Costacurta revelaram-se colegas de equipa «atenciosos e pacientes».

O irmão caçula de Kaká guarda até hoje profunda admiração por todos eles. «Cheguei ao AC Milan com 17 anos. Fiquei todo empolgado quando soube que o Franco Baresi ia ser o meu técnico. Ele dizia-me que só foi um bom defesa porque sempre teve grandes colegas ao lado. Aprendi muito com ele, é um sábio», afirma, em entrevista ao Maisfutebol.

Depois, Paolo Maldini. Na única vez que alinhou na Serie A, Digão teve o privilégio de substituir o eterno capitão: 1 de Março de 2008, diante da Lazio.



«Estava no banco de suplentes e a 30 minutos do fim o Maldini sentiu uma dor na coxa. Lá fui eu, para o lugar desse jogador incrível. Tudo correu bem, felizmente. Foi essa a minha estreia. O San Siro estava completamente cheio. Se tudo der certo, ainda volto a jogar lá. Só no final, quando relaxamos, é que temos a noção de quão maravilhosa essa experiência foi.»

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Finalmente, Costacurta. «Jogou comigo um ano e depois passou a treinador-adjunto. Ajudou-me muito.» Perante tudo isto, a conclusão é simples: «inesquecível é o Alessandro Nesta. O Ancelotti punha-me sempre a treinar ao lado dele. Era um grande colega, marcou-me muito e ainda é um grande amigo. Passei horas a ouvi-lo falar.»

«Faltou-me ter mais oportunidades. É muito difícil arranjar espaço no Milan. Nesta, Maldini, Kaladze, Costacurta, Favalli... são todos defesas com história dentro do próprio clube. Por isso fui emprestado várias vezes.»

Nesses empréstimos, Digão passou pelo Rimini (2005 a 2007), Standard Liège (2007/08), Lecce (2009) e Crotone (2010). Só a primeira experiência se revelou realmente generosa. «No Rimini foi óptimo. Ficámos só atrás da Juventus, do Nápoles e do Génova. Joguei muitas vezes e a cidade era belíssima, junto ao mar Adriático.»

Em 2008, Pequim esteve muito, muito perto. Digão integrou a pré-convocatória de Carlos Dunga para os Jogos Olímpicos. «Faltou só um bocadinho. Tive algumas aparições no Milan e o Dunga gostou do que viu. Depois não tive continuidade e só cheguei à pré-convocatória. É pena, adorava ter essas olimpíadas no meu currículo.»

«O meu maior objectivo? Voltar ao nível mais alto do futebol. Às vezes temos de descer um pouco de categoria, fazer muitos jogos e depois regressar.»

Penafiel é o trampolim de Digão.

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