A NOS anunciou hoje a celebração de um memorando de entendimento com a Vodafone Portugal que define as «principais linhas» para a disponibilização recíproca de direitos de transmissão de eventos desportivos e a comparticipação nos custos associados.

Em comunicado enviado hoje à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a operadora de telecomunicações adianta que foi celebrado um memorando de entendimento entre a NOS, a NOS Lusomundo Audiovisuais e a Vodafone Portugal.

O acordo assinado entre a NOS e a Vodafone Portugal é plurianual e inclui todos os conteúdos desportivos, já adquiridos ou que venham a ser adquiridos, por qualquer uma das duas operadoras para o território português.

Este memorando tem como objeto «a definição das principais linhas de um acordo para a disponibilização recíproca de direitos de transmissão relativos a eventos desportivos, bem como de direitos de transmissão e distribuição de canais de desporto e de canais de clubes, que sejam atualmente detidos ou venham a ser adquiridos pelas partes».

O acordo inclui ainda «a comparticipação nos custos (atuais e futuros) associados a estes conteúdos desportivos».

A NOS abre a porta a um possível acordo com a Meo ao adiantar que o memorando de entendimento prevê «que os demais operadores de comunicações eletrónicas presentes no mercado português poderão aderir ao acordo que venha a ser estabelecido, desde que tal adesão seja efetuada nos termos e em condições idênticas às acordadas entre as partes».

Num outro comunicado entretanto divulgado, as operadoras avançam que o acordo irá vigorar por várias épocas desportivas, embora não especificando quantas, terá início já 2016/17, garantindo que todos os clientes da NOS e Vodafone vão ter acesso ao canal do Benfica e aos jogos do Benfica em casa, independentemente do canal onde estes estejam a ser transmitidos.

«Este acordo é um passo determinante na concretização do compromisso que assumimos, desde o primeiro momento, em assegurar condições para que os conteúdos desportivos estejam disponíveis para todos os operadores», avançou Miguel Almeida, CEO da NOS.

Já Mário Vaz, CEO da Vodafone Portugal, trata-se de um momento «decisivo para a Vodafone e para o mercado» considerando que a empresa cumpre a promessa de levar aos clientes «os conteúdos que estes valorizam», lançando as bases para o desenvolvimento de um mercado de acesso a conteúdos.

Detalhes sobre o acordo não revelados

Segundo analistas contactados pela agência Reuters, a incógnita sobre o plano da NOS para monetizar o milionário investimento em conteúdos televisivos de futebol tem sido um factor de incerteza que contém o potencial de subida das ações e ofusca os fortes fundamentais da telecom. 

Desde Dezembro de 2015, a NOS e a PT lançaram-se numa corrida pelos conteúdos de transmissão de jogos de futebol da Primeira Liga e canais dos clubes, cujo investimento previsto ascende a mais de 1 300 milhões de euros.

A partir de Julho, os direitos de transmissão da Benfica TV e a exploração dos jogos do Benfica cabem à NOS, que também assinou um contrato com o Sporting, que inclui a Sporting TV e a transmissão dos jogos em casa a partir de Julho de 2018.

Michel Combes, Chief Operating Officer (COO) da Altice, que comprou os direitos de transmissão televisiva do FC Porto, disse a 11 de Maio que está aberto a um acordo para partilhar os conteúdos desportivos com as outras operadoras mas «não a qualquer preço». 

A PT Portugal já detém os direitos de comercialização da distribuição do Porto Canal e comprou os direitos de transmissão dos jogos em casa do FC Porto a partir de Julho de 2018.