Os presidentes dos clubes das duas Ligas profissionais de futebol acordaram hoje a criação de um plano para pôr em prática a centralização de direitos televisivos.

Esse foi, aliás, o tema que dominou a VII Cimeira de Presidentes, que decorreu esta tarde no Centro de Congressos da Alfândega do Porto, onde ficou decidida a criação de um comité para estudar o modelo de comercialização, a exploração de conteúdos, a repartição de receitas, o plano de expansão para mercados internacionais, bem como a estratégia para melhorar o produto audiovisual e marca das competições.

Esse grupo de trabalho, que deverá ter a participação da direção da Liga e da FPF, apresentará as conclusões na VIII Cimeira de Presidentes, marcada para fevereiro de 2022. «Fica desde já a garantia de que em Fevereiro de 2022, na VIII Cimeira de Presidentes, iremos apresentar o trabalho efectuado sobre todas as deliberações tomadas de hoje», garantiu Pedro Proença, o presidente da Liga, nas redes sociais.

No final da reunião de hoje, Rui Costa, presidente do Benfica, afirmou aos jornalistas que «o futuro do futebol português passa pelo interesse de todos e não apenas de quarto ou cinco clubes». 

Por sua vez, António Salvador, presidente do Sp. Braga, salientou a necessidade de avançar com o processo em nome de um futebol «mais competitivo e mais equitativo»: «Ninguém vai querer ser prejudicado, queremos, sim, uma maior igualdade. Se possível, vender os nossos conteúdos com qualidade lá para fora. Espero que a centralização de direitos esteja em prática já em 2023/24, mas o presidente da Liga foi mais otimista e acredita que até pode entrar em vigor na próxima época. Como? Em relação aos contratos que estão assinados, a Liga tem de acordar com as operadoras para que cedam esses direitos para a centralização de modo a que possam ser comercializados.» 

Na reunião, o presidente da Liga, Pedro Proença, salientou a necessidade de cumprir a portaria do Governo, publicada em março deste ano, que obriga à apresentação de um modelo comercial até 2025-26 e à sua execução até 2027-28. Seguidamente, Miguel Farinha, responsável da EY Portugal, apresentou um estudo em que se consagra que em caso de centralização nenhum clube receberá menos pelos seus direitos audiovisuais do que atualmente, antecipando que as operadoras detentoras dos direitos estão disponíveis para negociar e, por outro lado, existe disponibilidade do mercado para financiar esta operação.