O antigo diretor do Euro2004, António Laranjo, espera que o Brasil evite, após o Mundial 2014, os erros cometidos por Portugal em relação aos seus estádios, uma vez concluído o torneio. O responsável pela organização do Europeu português, que falava à margem da conferência «Portugal-Brasil, um olhar atual», fez uma comparação entre os dois eventos e admitiu que os estádios agora a ser construídos no Brasil podem enfrentar a mesma situação de inutilidade após a realização do evento.

«Pode acontecer e penso que o Brasil está preparado para que não aconteça. É preciso saber aproveitar o espaço. Não demos os passos todos certos para o Euro2004 e espero que o Brasil saiba aproveitar os seus estádios. Um estádio não é só um palco para um jogo de futebol. É isso que tem de ser potenciado», afirmou, citado pela agência Lusa.

Para António Laranjo, a dimensão do Brasil e as consequentes distâncias entre as cidades-sede que vão acolher o Mundial2014 de futebol serão a principal dificuldade logística para os organizadores do evento. «Para se movimentarem pessoas e equipas ao interior do Brasil são precisos 100 aviões. São situações para as quais o Brasil vai ter de encontrar respostas. Há uma dimensão enorme comparativamente com Portugal. No resto, é a mesma coisa. Fazer 31 jogos ou 64 é indiferente», frisou.

O custo total do Mundial 2014, incluindo estádios, mobilidade urbana, aeroportos e portos, está estimado em mais de 10 mil milhões de euros, sendo que no caso dos recintos desportivos, o Morumbi, em São Paulo, será o mais caro, com um custo total de 313 milhões de euros.