Polémico como sempre, Raymond Domenech acusa Nicolas Anelka de ter «morto o grupo» francês no Mundial 2010. O antigo selecionador gaulês aponta o dedo aos jogadores a quem chama de «fedelhos» num autobiografia que vai para as bancas na quarta-feira, em França.

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Anelka esteve no centro de toda a confusão francesa, com o LEquipe ter uma das manchetes mais «violentas» da história, em que publicava as palavras do avançado para o selecionador.

Domenech admite o insulto ao intervalo do jogo com o México, mas, tal como Anelka, o treinador refere que os termos usados foram outros. Em vez daqueles, Anelka terá dito :«Maricas, faz tu a equipa sozinho, estou fora.»

Domenech prossegue nas críticas ao avançado: «Depois da derrota vi Anelka e Gallas a rirem. Que inconscientes! Estavam eles contentes com a derrota? Ele não se quis explicar ao grupo. "Aceito, serei sempre um incompreendido." Ele e sempre ele. Tudo o resto, como a noção de equipa, passam-lhe ao lado.»

Henry também não passa incólume e Domenech admite que foi um erro ter levado o então jogador do Barcelona. E mais críticas, agora para Ribery. «Não gosta de Gourcuff, isso é certo.» Domenech explica que antes do jogo com o Uruguai disse a Gourcuff que confiava nele para o encontro. «O problema é o olhar de Ribery. Podia estar a fazer um filme, mas vi o ódio, desprezo ou ciúme nos seus olhos. Ele é como Anelka e Henry: tudo gira em torno do seu umbigo. São os primeiros a abandonar o navio.»

Na África do Sul, os jogadores franceses decidiram fazer greve aos treinos e emitiram um comunicado. «A primeira coisa que pensei foi que eles eram incapazes de escrever aquele texto sozinhos, com um tom frio e com recurso a termos que a maioria deles não compreendia», escreve Domenech, que considera a situação como um «suicídio coletivo» e apelida os internacionais franceses de «fedelhos inconscientes».