A entrevista só vai ser publicada esta quarta-feira, pelo semanário francês «L'Express», mas a pré-publicação já levanta polémica em França: Raymond Domenech, o ex-seleccionador caído em desgraça após a desastrosa prestação francesa no Mundial-2010, aponta as suas causas para o sucedido e, como seria de prever, não poupa os jogadores pelos episódios de indisciplina, que culminaram com uma greve a um treino em pleno Mundial.

«Toda a gente fala por mim, e tenho vontade de restabelecer a minha verdade. Não sou o abrutalhado que as pessoas descrevem», revela o técnico, que admite ter lidado mal com o «motim» dos jogadores na África do Sul: «Sejamos claros: espalhei-me. Não encontrei os jogadores certos nem as palavras adequadas para aquela situação. Mas não aceito as críticas dos políticos, nem dos antigos internacionais que agora são jornalistas», reforça.

Domenech sublinha que na sua opinião não foi justo a Federação punir em particular alguns elementos considerados pelo inquérito como instigadores da revolta: «Se os houve, não dei por isso. De cada vez que eu ia para o autocarro, não estava lá ninguém. Na altura pensei que estavam loucos e não sabiam o que faziam, mas enganei-me. Eles sabiam muito bem o que estava a acontecer. E, à distância, vejo-os (aos jogadores) como um bando de garotos mal-educados e inconscientes», afirma Domenech.