O CEO do Benfica, Domingos Soares de Oliveira, admitiu que a emissão de obrigações até 50 milhões de euros vai servir para investir na equipa de futebol do clube.

Na apresentação dos resultados do empréstimo, o administrador disse: «Algumas pessoas comentaram se o sucesso desta oferta significa que vamos ter mais capacidade de investimento. A minha resposta é que o Benfica vai ter essa capacidade de investimento. Conforme sempre defendi, o nosso trabalho resulta, e tem de resultar sempre, no sucesso desportivo, mas com uma base sólida do ponto de vista de estrutura do balanço. Este reforço vai dar-nos uma capacidade adicional.»

Domingos Soares de Oliveira foi mais assertivo depois, quando questionado se esta ação permite o reforço da equipa de futebol: «De uma forma direta, sim.»

O responsável dos encarnados considera também, que «não há uma mudança de paradigma» no clube. 

«Existe pouca consciência do que tem sido a politica de investimento do Benfica no plantel. Temos um valor médio de investimento anual que ultrapassa os 55 milhões de euros. Já tivemos anos de investimentos de 84 milhões de euros, o desta época foi superior a 60 milhões de euros. O Benfica nunca deixou de investir por contraponto de uma aposta cega no Seixal. Já fizemos operações de recurso ao mercado superiores ou iguais ao que fizemos agora e nunca houve uma travagem. O que acontece também é que a qualidade dos atletas produzidos no Seixal permitiu acrescentar um montante não mensurável a nível de balanço com jogadores de alta qualidade.»

Domingos Soares de Oliveira explicou ainda o impacto dos jogos à porta fechada, que por norma resultam numa receita de «um milhão de euros por partida». Nesse sentido, o Benfica perdeu cinco milhões de receita de bilhética. 

«Se considerarmos quebras de merchandising, houve uma quebra importante, e achamos que impacto global vai ser de 20 ou 25 milhões de euros no exercício de 2019/20», acrescentou.

DSO garantiu que «o Benfica continua a ter uma questão de tesouraria boa, sã» e argumentou a decisão de a SAD emitir obrigações por «não se saber como o mercado de transferências se vai comportar, o mercado de bilhética se vai comportar e como vão ser as provas europeias e a evolução do Benfica nelas». O responsável financeiro jutificou, então que «esta era a altura certa para antecipar qualquer hipotética situação mais difícil e fazer esta emissão».

Há poucas semanas, Soares de Oliveira admitia uma contração, mas as notícias vindas do mercado de transferências fazem com que, agora, tenha uma perspetiva mais otimista.

«Estamos a sentir boas notícias em praticamente todas as rubricas que referi e são rubricas que nos causavam algum desconforto do ponto de vista do mercado de transferências. O mercado está a mexer, do ponto de vista de jogos à porta fechada, o que estamos a ver é que jogos vão passar a estar à porta aberta e do ponto de vista de competições europeias, aqui mais do que o caso específico do Benfica, o que vemos é que os países da Europa em termos de clube de Liga estão a seguir protocolos sanitários muito idênticos», disse.

«Da mesma maneira que os atletas em Portugal são testados duas vezes por semana, lá fora também. Isso significa que o risco de contágio pode ser atenuado se clubes continuarem a ter cuidados. Isto significa que respeitando protocolos que a UEFA está a preparar estou perfeitamente convicto que as provas europeias vão ter o mesmo ritmo e encaixe para os clubes, tal como tiveram no passado. Acredito que haverá maior capacidade investimento do que aquela que antecipava há quatro semanas», concluiu.