O parecer consultivo da Procuradoria Geral da República sobre o caso de doping de Nuno Assis defende que o Conselho de Justiça da FPF violou a lei ao arquivar o processo. Diz ainda, segundo a agência Lusa, que a decisão deve ser revogada e se isso não acontecer a Federação pode ver o estatuto de Utilidade Pública Desportiva suspenso.
Segundo a Lusa, que revela ter tido acesso a «linhas do parecer consultivo», a FPF pode ver igualmente suspensos os contratos-programa celebrados com o Estado actualmente em execução, que ascendem a mais de 500 mil euros.
O parecer foi pedido pelo secretário de Estado da Juventude e Desporto, que contestou a decisão desportiva sobre o processo. Laurentino Dias defendeu que o acórdão do CJ violava «grosseiramente as normas e regulamentos nacionais e internacionais da luta contra o doping». O governante revelou ainda que iria expor o caso à UEFA, à FIFA e à Agência Mundial Antidopagem. Esta última remeteu o caso para o Tribunal Arbitral de Desporto (TAS), que solicitou a audição do jogador do Benfica, a qual estará marcada para segunda-feira, 11 de Dezembro.
Nuno Assis acusou positivo por 19 norandrosterona a 3 de Dezembro de 2005, após o Marítimo-Benfica. Foi suspenso por seis meses pela Liga, os quais devia acabar de cumprir em Agosto, mas o clube recorreu e o caso foi arquivado pelo Conselho de Justiça em Julho, antes de cumprida integralmente a pena.