O médico espanhol Eufemiano Fuentes foi condenado a um ano de prisão e a quatro anos de impedimento de exercer a profissão em primeira instância pelo tirbunal espanhol que julgou a chamada «Operação Puerto». A mega-investigação de doping no desporto espanhol redundou ao fim de quase sete anos em mais uma condenação, a do preparador físico José Ignacio Labarta, a quatro meses de prisão. A juíza recusou de resto entregar as bolsas de sangue de dezenas de atletas recolhidas no laboratório de Fuentes às autoridades antidopagem.
A Agência Mundial Antidopagem (AMA), a União Ciclista Internacional (UCI), o Comité Olímpico Italiano (CONI) e a Real Federação Espanhola de Ciclismo (RFEC) pretendiam ter acesso às cerca de duas centenas de amostras de sangue recolhidas,mas o tribunal recusou e mandou que fossem destruídas logo que a sentença transite em julgado. Justificou a decisão com «os direitos fundamentais dos desportistas, reconhecidos pela Constituição espanhola», e ordenou que fosse igualmente destruído o material informático apreendido nas investigações, que era também requisitado pelas autoridades desportivas.
Fuentes foi condenado por crime contra a saúde pública e Labarta como seu cúmplice. O tribunal absolveu os outros três arguidos: Manolo Saiz e Vicente Belda, ex-diretores desportivos, e Yolanda Fuentes, antiga responsável clínica das equipas Kelme e Comunidad Valenciana.