As autoridades dos Estados Unidos e do Canadá pediram o afastamento total da Rússia dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro caso se confirme que o governo daquele país apoiou o recurso ao doping por parte de desportistas russo.

Recorde-se que o atletismo russo foi afastados da competição deste ano devido ao escândalo de dopagem denunciado pela Agência Mundial Antidopagem (AMA), mas as punições podem ir mais além, muito por causa de um relatório do professor de direito Richard McLaren sobre os Jogos Olímpicos de Inverno (Sochi'2014), que será apresentado esta segunda-feira e que, segundo a AFP, denuncia um esquema de doping institucionalizado na Rússia.

Grigory Rodchenkov, antigo chefe do laboratório antidopagem russo que se demitiu do cargo no final de 2015, afirmou à imprensa norte-americana que os desportistas russos que participaram nos Jogos de Inverno em 2014 tiveram acesso a um sistema de dopagem supervisionado pelo governo russo. Mais: referiu que nessa teia estavam 15 medalhados olímpicos.

«Acreditamos que o relatório McLaren será claro na demonstração de que o governo da Rússia esteve envolvido no encobrimento de controlos antidoping positivos no laboratório de Moscovo desde 2011», pode ler-se numa carta assinada pelos responsáveis máximos da Agência Norte-americana Antidopagem e do Centro Canadiano para a Ética do Desporto e à qual a AFP teve acesso.

Entretanto, a Federação Internacional de Ginástica (FIG) já veio manifestar «grande preocupação» para com a possibilidade de a Rússia ser totalmente excluída dos Jogos. «Apesar de a FIG apoiar a política de ‘tolerância zero’ em casos de doping do COI, considera que nem todos os atletas russos de todos os desportos devem ser excluídos e considerados culpados por atos cometidos em outros desportos», indicou o organismo em comunicado.