«Dossier» clubes-jogadores: 25 por cento do ordenado ou talvez um jantar para todos

Meyong foi expulso aos 74 minutos do jogo com o Boavista (1-1), na 10ª jornada. Depois de ter marcado o golo que deixou a equipa em vantagem (72m) através de um penalty, o camaronês viu o cartão vermelho directo por agredir Cadu, após uma entrada mais dura..
O Belenenses, que vencia e estava com mais um jogador em campo (Areias fora expulso aos 71), acusou a saída de Meyong e acabou por sofrer o empate aos 87 minutos, por intermédio de João Pinto.
Esta expulsão valeu ao camaronês dois jogos de suspensão, o que dentro do Regulamento Interno do Belenenses equivale a uma multa de 25 por cento do ordenado, sendo que uma nota prevê que este valor possa ser atenuado após deliberação da SAD.
Na verdade foi reduzido. Aliás, bastante reduzido. A Administração da SAD belenense e a equipa técnica liderada por José Couceiro analisaram a tentativa de agressão de Meyong e Cadu e o treinador voltou a pôr em prática uma máxima que lhe deu bons resultados em Setúbal.
Aquando de um acto de indisciplina de Bruno Moraes, Couceiro decidiu que o brasileiro não tinha mais espaço na equipa sadina. Depois das férias de Natal no Brasil, com a perspectiva de que seria «devolvido» ao F.C. Porto, o avançado regressou e viu o técnico informá-lo de que a multa e expulsão do clube seriam transformadas num jantar de equipa financiado pelo próprio Moraes.
Todos os elementos que trabalhavam junto da equipa sadina foram jantar «à conta» de Bruno Moraes, que daí por diante se transformou (até à lesão no joelho) e foi decisivo para as aspirações do V. Setúbal, principalmente na Taça de Portugal.
Perante os bons frutos que deu a multa transformada em jantar financiado no Sado, José Couceiro não teve quaisquer dúvidas e optou por igual procedimento no Restelo. Depois de uma conversa com a SAD, a sanção de Meyong foi transformada num jantar pago, numa marisqueira com todos os jogadores do plantel, elementos da equipa técnica, médica e da SAD.
O avançado camaronês já pagou o repasto e a quantia dispendida para pagar o marisco e demais iguarias que satisfizeram os «convidados» foi bastante inferior à verba expressa no Regulamento Interno, caso tivesse sido multado.
Já cumpridos os dois jogos de castigo (com Marítimo e Benfica), Meyong volta a estar disponível para José Couceiro e já sabe que caso volte a ser expulso por agressão já não terá direito a pagar qualquer jantar e será alvo de uma multa pesada. Para além disso, o camaronês recorda-se bem que depois de Bruno Moraes ter pago o jantar, onde ele próprio esteve presente pois representavam os dois o V. Setúbal, o brasileiro tornou-se fundamental para a equipa. Posto isto, José Couceiro anseia igual resposta de Meyong.