Data de nascimento: 2/10/1992
Clube: Liverpool
Posição: Guarda-Redes
A família foi sempre importante para Allison. A sua inspiração é o irmão mais velho, Muriel, que também fez carreira como guarda-redes, maioritariamente em clubes brasileiros, mas que jogou duas épocas na BSAD. No seu segundo Mundial, Alisson terá uma razão maior para lutar. Em fevereiro do ano passado o seu pai, José Agostinho Becker, morreu aos 57 anos. Afogou-se enquanto nadava na propriedade da família na região sul do Brasil. «Desde que me lembro que jogava com o meu. Queria que estivesse cá para ver. Espero que esteja a celebrar com Deus», disse depois de marcar o golo da vitória do Liverpool frente ao West Bromwich nesse mesmo ano.
Data de nascimento: 15/7/1991
Clube: Juventus
Posição: Lateral Direito
A sua versatilidade na defesa faz com que a imprensa italiana lhe chame «o novo Maldini»: um lateral que se torna central aos 30 anos. Peça de valor para Tite no Brasil e para Massimilano Allegri, na Juventus. O italiano não tem dúvidas sobre o seu futuro: «Tem pés, técnica, força, coragem e inteligência. Estou seguro de que será um central no futuro.» Para o jogador não há preferência: «Para mim é indiferente.» Isto se conseguir ficar fora dos recentes traumas por lesão que o tiraram de muitos jogos na Rússia em 2018.
Data de nascimento: 22/9/1984
Clube: Chelsea
Posição: Central
A vitoriosa carreira de Thiago Silva quase acabou prematuramente há 17 anos, antes da magia acontecer. Na altura o defesa foi emprestado aos russos do Dínamo de Moscovo, e foi-lhe diagnosticada tuberculose. A condição piorou ao ponto de os médicos considerarem remover partes dos seus pulmões para diminuir o risco de morte. «Estava em isolamento. De vez em quando um médico ia lá e dava-me uma injeção, três ou quatro vezes por dia, e 10 ou 15 comprimidos», recorda. Depois de seis meses no hospital, teve finalmente alta e foi dado como apto a construir a carreira que todos podemos testemunhar.
Data de nascimento: 14/5/1994
Clube: PSG
Posição: Central/Médio defensivo
Apesar de ser um defesa, ganhou o seu primeiro título profissional com a camisola ‘10’ pelo Corinthians. Coisas aleatórias. Incluído na lista da Libertadores 2012 no lugar do avançado Adriano, herdou a camisola do Imperador, mas nem entrou em campo. Não era preciso. Pouco depois encantou a Europa com a sua qualidade e liderança, a mesma que já tinha mostrado nos escalões jovens do Brasil. Capitão do PSG, forma dupla na defesa com o antigo colega no clube, Thiago Silva.
Data de nascimento: 23/2/1992
Clube: Manchester United
Posição: Médio
Depois de oito anos, o médio saiu do Real Madrid para o Manchester United, mas levou consigo as características que o acompanharam por toda a carreira: um jogador apreciado por todos e que dá o apoio necessário para os atacantes terem liberdade. Christian Eriksen foi rapidamente convencido por ele. «Acho que pessoas que entendem de futebol sabem o quão bem ele jogava em Madrid. Não estou surpreendido com aquilo de que ele é capaz.» A indiscutível capacidade do médio brasileiro estava em falta nos ‘oitavos’ frente à Bélgica, em 2018. E a sua liderança foi clara na Copa América 2021, na qual o capitão expressou a insatisfação do grupo, que não queria jogar o torneio vido à mudança de «quartel-general» à última da hora.
Data de nascimento: 26/1/1991
Clube: Juventus
Posição: Lateral-Esquerdo
Residente de Turim há sete anos, o lateral não vai renovar com a Juventus e terá de se despedir de Itália em 2023, devido ao salário elevado: 6 milhões de euros. Dinheiro que não o faz deslumbrar muito. De origens humildes, no interior de São Paulo, prefere partilhar o que tem e evitar uma vida de ostentação. «Muitas vezes a minha mulher e mãe dizem: vive um pouco, tu mereces. Mas a minha felicidade está em ajudar os outros», disse uma vez à imprensa italiana.
Data de nascimento: 27/8/1997
Clube: West Ham
Posição: Médio-ofensivo
Pode parecer um sobrenome, mas na verdade Paquetá é uma alcunha. Faz referência ao sítio onde Lucas cresceu, uma pequena ilha na costa do Rio de Janeiro com apenas 3 mil habitantes. Até aos dias de hoje, só se pode chegar lá de barco e a circulação de carros na ilha é proibida. Isso faz de Paquetá o destino perfeito para aqueles que querem um sítio para relaxar. Nada a ver com Paquetá – o jogador –, cujo estilo se baseia em alta intensidade e dribles – e muito samba, também.
Data de nascimento: 5/3/1993
Clube: Manchester United
Posição: Médio
A suspensão por doping em 2015 – passou um ano fora do futebol por usar um diurético banido – não afetou a sua carreira. Antes do Mundial 2018, foi comprado pelo Manchester United, no qual tem sido titular. Mas até encontrar o seu lugar nos 11 do Brasil demorou. Há quatro anos foi convocado e apanhado de surpresa, mas uma lesão durante a preparação impediu-o de ser utilizado no torneio. Mesmo com outro estatuto neste momento, a ansiedade apoderou-se dele até ao anúncio da convocatória: «É aquela coisa: estás perto, mas longe», disse.
Data de nascimento: 10/5/1997
Clube: Tottenham
Posição: Ponta-de-lança
Ao longo dos anos, Richarlison provou o seu valor dentro e fora de campo. Foi voz contra o racismo após a morte de George Floyd e alguns episódios no futebol brasileiro; juntou-se a uma campanha para estimular a vacinação contra a COVID quando muitos cidadãos estavam inseguros em relação à mesma; chamou a atenção das autoridades depois dos incêndios no Pantanal, uma zona importante para a biodiversidade brasileiro. «É importante falar, mobilizar as pessoas porque, infelizmente, quem está no poder só faz algo quando há pressão do povo ou a possibilidade de ganhar votos», explicou.
Data de nascimento: 5/2/1992
Clube: PSG
Posição: Extremo/Médio ofensivo
Este Mundial será, verdadeiramente, o momento que vai decidir se Neymar chega finalmente ao estatuto de lenda, ou se vai ficar aquém das expectativas que o têm perseguido, como a maior promessa do Brasil na última década. Aos 30 anos, Neymar ainda está a tempo de alcançar dois grandes objetivos na carreira: tornar-se campeão do mundo pela seleção e vencer a Bola de Ouro. E será provavelmente a última oportunidade para limpar a sua imagem junto dos fãs em redor do mundo, que o rotularam de piscineiro.
Data de nascimento: 14/12/1996
Clube: Barcelona
Posição: Extremo-Direito
Nos últimos seis anos concretizou uma espécie de protocolo do jogador de futebol na Europa. Começou em Portugal – V. Guimarães e depois Sporting - teve uma oportunidade em França, chegou à Premier League e chegou ao seu auge esta época quando assinou pelo Barcelona. Há pouco mais de um ano estreou-se na seleção como titular e marcou os primeiros golos frente ao Uruguai: «Esta noite vai ser difícil de esquecer, nunca devia acabar», disse. Para complementar, o lugar no Mundial foi a cereja no topo do bolo na sua carreira.
Data de nascimento: 13/12/1987
Clube: Palmeiras
Posição: Guarda-Redes
Se há um penálti e ele está em campo, já se sabe: a probabilidade de vitória da equipa aumenta consideravelmente. Sempre que jogou pelo Brasil, impressionou pela destreza de adivinhar o lado para onde ia a bola. Chegar à seleção, contudo, também foi fruto do acaso. Fernando Prass, o titular da seleção olímpica, foi dispensado na véspera dos Jogos Olímpicos de 2016. Weverton foi chamado, fez os seis jogos e defendeu o penálti de Nils Petersen na final frente à Alemanha. O Brasil ganhou o seu primeiro ouro olímpico. «Concretizei o sonho de menino, de vestir a camisola de maior sucesso do mundo», disse então.
Data de nascimento: 6/5/1983
Clube: Pumas
Posição: Lateral-Direito
Ser o jogador com mais títulos da história do futebol (43) não é suficiente para o lateral que fez história no Barcelona. Aos 39 anos é a sua última oportunidade para conquistar o Mundial, o único troféu que lhe falta. «Estou a treinar que nem um animal», disse numa entrevista recente. O objetivo é estar em força e apagar a dor de não ter ido ao Mundial 2018, na Rússia, por uma lesão de última hora. A de 2018 magoa-me mais, com certeza», disse, comparando com a derrota por 7-1 frente à Alemanha em 2014.
Data de nascimento: 18/1/1998
Clube: Real Madrid
Posição: Central
O defesa mais caro da história do Real Madrid – deixou o FC Porto em 2019 – e rapidamente convenceu o então treinador do Real Madrid, Zinedine Zidane. «Ele é um jogador do presente e do futuro», previu o francês. Não demorou muito a mostrar o seu valor, que pode ser visto quer a central, quer a lateral-direito. Sem falsas modéstias, declarou categoricamente à imprensa espanhola: «Agora mostrei mesmo a razão pela qual me contrataram». A versatilidade também é importante para Tite, que o pode usar na ala.
Data de nascimento: 23/10/1993
Clube: Liverpool
Posição: Médio
Médio defensivo, lateral-direito, central… não há muitos jogadores tão versáteis como Fabinho. É por isso que é uma peça chave para Tite e uma das peças mais importantes da passagem de Klopp como treinador do Liverpool. É também a razão pela qual é chamado de «Aspirador» pelos colegas. Forte, rápido, eficaz pelo ar, competente nos duelos. «Dá para ver em situações diferentes que a sua qualidade nos duelos defensivos é impressionante», elogiou Klopp.
Data de nascimento: 15/12/1992
Clube: Sevilha
Posição: Lateral-Esquerdo
Convocado à última hora por Tite, o lateral Alex Telles quase não jogou pela seleção, de todo. Nascido numa família de origens italianas, considerou juntar-se aos Azzurri em 2016, depois de um empréstimo ao Inter. «Posso ser brasileiro, mas os seus bisavós eram italianos e sinto-me italiano», disse na altura. As coisas não aconteceram assim, e foi apenas em 2019 que representou uma seleção – o Brasil. Com a vaga aberta pela lesão de Guilherme Arana, Telles tornou-se aposta de Tite.
Data de nascimento: 16/11/1997
Clube: Newcastle
Posição: Médio
Frequentemente se veem jogadores a utilizar os números 9, 7 ou 10 nas costas. Mas para Bruno Guimarães o verdadeiro número de ouro… é o 39. A preferência não tem nada a ver com futebol. Na verdade, é um tributo ao seu pai que era taxista no Brasil. O número do seu veículo era o 39. «Se puderes escolhe o 39. Sempre trouxe boa sorte à nossa família e vai-te trazer sorte também», encorajou o pai. Até agora tem razão.
Data de nascimento: 3/4/1997
Clube: Arsenal
Posição: Ponta-de-lança
As mudanças na celebração dos golos refletem um novo momento na carreira do avançado de 25 anos, que saiu do Manchester City esta época em busca de maior destaque. «Alô, Mãe!», na qual simulava uma chamada à sua mãe na bandeirola de canto, deu lugar a «Alô, Helena», na qual imitava um bebé a chuchar no dedo em honra da sua filha nascida em maio. O filho-tornado-pai mostrou a maturidade que advém de ser pai. Espera-se que essa felicidade abrilhante ainda mais o seu futebol.
Data de nascimento: 24/2/2000
Clube: Manchester United
Posição: Extremo-Direito
O rodopio 360 graus tornou-se na sua imagem de marca. Insiste em mostrar a sua habilidade com a bola nos treinos, aquecimentos e, claro, jogos. O United promove o talento do jogador nas redes sociais e já lançou um desafio para os adeptos tentarem imitar a sua técnica. Contudo, o movimento não sai sempre bem. Antes do Mundial fez o rodopio frente ao Sheriff na Liga Europa e foi-lhe dada uma repreensão pelo treinador Erik ten Hag. «Somos conhecidos pela nossa arte e não vou deixar de fazer o que me fez chegar até aqui», disse.
Data de nascimento: 12/7/2000
Clube: Real Madrid
Posição: Extremo-Esquerdo
Em 2018, o avançado previu o seu futuro, de certa forma. Numa entrevista, disse que queria «uma Libertadores e Liga dos Campeões em cinco anos» e provocou sorrisos no colega Lucas Paquetá. Não teve tempo de ganhar a Libertadores. Aos 18 anos foi apresentado como o futuro do Real Madrid, num negócio de 45 milhões de euros com o Flamengo. A Liga dos Campeões veio em menos tempo do que o esperado. Este ano não só levantou o troféu, como marcou o golo do título e foi eleito revelação da prova. Recentemente, ‘desenhou’ o Mundial. «A Argentina está bem, o Brasil, Inglaterra, Alemanha… vai estar forte neste Mundial – e que ganhe o Brasil!».
Data de nascimento: 9/1/2001
Clube: Real Madrid
Posição: Extremo-Direito
Poucas pessoas tiveram a honra de jogar com a sua maior inspiração. Rodrygo é uma delas. Produto da academia do Santos, sempre admirou Neynar, e até o ultrapassou em algumas coisas: Rodrygo tornou-se o mais jovem atleta a assinar com a Nike, aos 11 anos e dois anos antes do seu ídolo. «Adoro vê-lo jogar e tento imitar alguns dos seus dribles. Às vezes consigo, mas é difícil», disse Rodrygo, aos 15 anos. Anos mais tarde, é um sólido avançado do Real Madrid e pode efetivamente ajudar Neymar a ganhar o Mundial pela seleção.
Data de nascimento: 10/4/1989
Clube: Flamengo
Posição: Médio ofensivo/Extremo
Everton Ribeiro parecia destinado a ser atleta desde tenra idade. Mas quase seguiu um caminho diferente. Aos três anos começou a competir no judo. Ganhou títulos regionais, e foi só aos 10 anos que deixou a sua paixão para procurar a outra. «Uma coisa que ficou comigo é a disciplina do judo. Aprendi a cair e a levantar-me sempre, a lutar», explicou. Compensou: Ribeiro, aos 33 anos, tem sido provavelmente o médio mais sólido a jogar no Brasil na última década.
Data de nascimento: 17/8/1993
Clube: Manchester City
Posição: Guarda-Redes
Um telefonema quase que lhe custava a carreira. Aos 15 anos foi dispensado pelo São Paulo, numa chamada atendida pela mãe. Durante um mês nem pensou em futebol. «Chorei muito», disse. Deu a volta e depressa. O guarda-redes, que está no livro dos recordes do Guinness pelo pontapé de baliza mais longo da história do futebol (73.35 metros) rapidamente despertou a atenção do Benfica que o incluiu na sua formação. Cresceu na Europa e tornou-se no indiscutível do Manchester City pelas mãos de Pep Guardiola. O seu maior rival na seleção, Alisson, também é o seu maior adversário na Premier League com o Liverpool.
Data de nascimento: 18/3/1997
Clube: Juventus
Posição: Defesa Central
O jogador de 25 anos teve uma rápida ascensão para chegar ao Qatar: a primeira chamada à seleção foi em setembro para dois amigáveis e estreou-se na vitória por 3-0 frente ao Gana. O poderoso central fez nome no Atlético Mineiro e juntou-se ao Torino em 2018. Tendo impressionado domestica e internacionalmente, foi eleito defesa do ano da Serie A na temporada 2021/2022. Isso ajudou-o a garantir um contrato de cinco anos com a Juventus, que o assinou por cerca de 38 milhões de euros. Em março explicou a origem do seu nome: «O meu pai escolheu chamar-me assim por causa do alemão Andreas Brehme». Os seus próprios ídolos? «Quando és novo só queres marcar: gostava muito do Robinho. Mas quando comecei a jogar na defesa o meu ídolo era o Lúcio.» Também falou da sua ambição: «É jogar na seleção. Estou à espera do meu momento.»
Data de nascimento: 20/6/1997
Clube: Flamengo
Posição: Ponta-de-lança
Um dos favoritos de Tite pela sua impressionante técnica, Pedro seria uma escolha fácil para a seleção numa fase precoce. Mas havia um problema: não conseguia jogar pelos clubes. Muitos disseram que Pedro devia deixar o Flamengo, mas ele insistiu apesar de ter passado os últimos anos no banco. A sua esperança foi finalmente recompensada. Quando Bruno Henrique sofreu uma lesão grave, Pedro assumiu o papel principal. Em apenas alguns meses brilhou tanto que era impossível para Tite não lhe mostrar, finalmente, algum carinho.
Data de nascimento: 18/6/2001
Clube: Arsenal
Posição: Extremo Esquerdo
A inclusão de Martinelli, às custas de Roberto Firmino, fez ruído. O extremo chega ao Qatar com apenas 81 minutos pela seleção, tendo feito a sua estreia pelo Brasil em junho – mas a sua grande forma no Arsenal deu-lhe a vantagem, com cinco golos e duas assistências em 13 jogos. O jogador de 21 anos, que fez testes no Manchester United enquanto jovem, transferiu-se para o Arsenal vindo dos brasileiros do Ituano, em 2019, e falou em março sobre a sua rápida ascensão ao topo: «Quando vi o Cristiano Ronaldo num jogo frente ao United não conseguia acreditar que ele estava ali. Foi fantástico para mim. Lembro-me de estarmos no túnel, vi-o e fiquei do género ‘uau, isto é o Ronaldo’. Sou um pouco tímido e não disse nada, só lhe apertei a mão. Mas jogar contra o meu ídolo mostra que cheguei onde queria. É um sonho tornado realidade.»
Textos de João Pedro Fonseca e Tatiana Furtado, que escrevem para O Globo.