A Dinamarca chega a este Campeonato da Europa com muita confiança, mas a saber que precisa de encontrar outro andamento, se quiser incomodar as equipas de topo.
Começaram a qualificação para o Mundial de 2022 em estilo, ao vencer os três primeiros jogos, marcando 14 golos e não sofrendo nenhum. Israel (2-0 fora), Moldávia (8-0 em casa com uma equipa muito alterada) e Áustria (4-0 fora) foram batidos, mas o treinador, Kasper Hjulmand, sabe que há mais a fazer.
«Tivemos alguns bons resultados, mas pudemos sentir a diferença quando jogámos contra a Bélgica duas vezes no ano passado», disse o técnico de 49 anos. «Pudemos sentir a diferença [na qualidade] e temos de nos lembrar disso. Sentimos que jogámos bem nos dois jogos da Liga das Nações contra eles, mas perdemos os dois por dois golos. Quando jogamos com as melhores equipas, devemos mesmo melhorar o nosso jogo.» A Bélgica, é claro, está no grupo da Dinamarca no Euro2020.
Hjulmand tem sido uma revelação desde que assumiu o cargo de Åge Hareide no ano passado. O norueguês estava no comando há quatro anos e ia terminar contrato com o Euro 2020, mas a pandemia meteu-se no caminho. Hjulmand tem tentado implementar algumas ideias novas, querendo que a equipa tenha mais posse de bola e jogue com laterais ofensivos.
O treinador não teve medo de experimentar novos jogadores, e jogadores jovens e ofensivos, como Mikkel Damsgaard e Andreas Skov Olsen, tiveram uma oportunidade, enquanto ele próprio não se opõe a mudanças de sistema, mesmo durante os jogos.
Hjulmand alternou entre uma defesa de quatro e três homens, com esta última a dar ao mais opções no ataque. «Acho que a parte final de uma partida é muito, muito importante», disse ele sobre a capacidade de mudar a formação e a tática durante o jogo.
A defesa é sólida - Daniel Wass (Valência), Simon Kjær (Milão), Andreas Christensen (Chelsea) e Joakim Mæhle (Atalanta) com Kasper Schmeichel atrás deles. No meio-campo, Hjulmand conta com dois árduos trabalhadores, normalmente Thomas Delaney do Borussia Dortmund e Pierre-Emile Højbjerg do Tottenham, para libertar Christian Eriksen. Este não joga como um antigo número 10, mas tem licença para vaguear por todo o campo. Um potencial problema para a Dinamarca é o ataque, onde Martin Braithwaite (Barcelona) e Yussuf Poulsen (RB Leipzig) têm lutado por marcar golos nesta temporada. O jovem do FC Copenhaga, Jonas Wind, pode ser uma opção.
A maioria dos jogadores dinamarqueses teve uma boa temporada a nível de clubes e estão ansiosos por jogar três jogos em casa perante os seus adeptos em Copenhaga.