A Dinamarca continua no mesmo caminho que conduziu às meias-finais do Europeu, em 2021, e a única preocupação é a procura por um central do lado direito no 4x3x3 de Kasper Hjulmand. A Dinamarca pode ter perdido por duas vezes frente à Croácia, na Liga das Nações, mas também bateu a França por duas vezes. Em Paris venceram por 2-1, contra uma França na máxima força, graças a um bis do suplente Andreas Cornelius, e no último jogo antes do Mundial o resultado foi de 2-0 no Parken Stadium, em Copenhaga
«Temos uma equipa fantástica e estamos cheios de confiança porque sabemos o que os nossos jogadores conseguem fazer», disse Kasper Schmeichel. «Mas quando jogarmos contra a França no Mundial será um jogo diferente.»
Christian Eriksen que, claro, sofreu uma paragem cardiorrespiratória no mesmo estádio, durante o Euro2020, foi magnífico contra a França, levando a que Mikkel Damsgaard dissesse: «Temos grande autoconfiança à partida para o Mundial. Vamos fazer barulho e queremos ir longe, esperançosamente ganhando tudo», sorriu.
Kasper Hjulmand adota frequentemente o 3x4x3 contra seleções mais fortes, mas muda para o 4x3x3 mais ofensivo contra equipas mais frágeis. É adepto de mudar o sistema durante os jogos, quer por mera mudança tática, quer por causa das substituições.
A Dinamarca venceu o seu grupo de qualificação com mais quatro pontos que a Escócia, vencendo nove dos seus dez jogos, e com uma diferença de golos final de +27.
O eloquente Kasper Hjulmand, treinador de mente aberta, foi capaz de restaurar o carinho do país pela seleção depois de herdar a equipa de Age Hareide, em 2020. Desde o primeiro dia que tem sido quase como um missionário, dizendo que a seleção pertence a todos os dinamarqueses. Durante muito tempo os particulares em Copenhaga estavam longe de ter enchentes, mas agora estão sempre esgotados, independentemente do adversário. Hjulmand foi também elogiado pela forma como lidou com a situação de Christian Eriksen, no Europeu. O seu contrato tem mais dois anos de duração.
Voltou literalmente dos mortos em junho de 2021, quando sofreu uma paragem cardiorrespiratória, quatro minutos antes do intervalo do primeiro jogo da Dinamarca no Euro2020, em Copenhaga. Mostrou uma incrível vontade em fazer com que a sua carreira continuasse ao mais alto nível, e agora está no Manchester United após seis meses de sucesso no Brentford. Eficiente e confiável, quer ter sucesso num grande torneio depois de ter falhado o do ano passado.
É regularmente elogiado pelo selecionador, Kasper Hjulmand, que costuma apontar para o incrível índice de trabalho e eficiência na bola parada. É fácil ser esquecido quando jogas num meio-campo com Pierre-Emile Højbjerg e Christian Eriksen, mas Delaney acrescenta algo importante, e contribui com golos aqui e ali, também, como nos quartos de final do Euro 2020, frente à Rep. Checa. «Tínhamos um plano, mas o meu golo não fazia parte do plano», disse, a sorrir, após o jogo.
«Pergunta a qualquer futebolista e vão dizer que é um desastre», disse Thomas Delaney num documentário sobre o Mundial no Qatar. «E é assim que o vejo. Ninguém acha que é uma boa ideia», acrescentou Kasper Schmeichel. «Estou contente por jogar no Mundial, mas estou contente com onde se vai realizar? Não, não estou. Mas não posso mudar isso, só manifestar o meu desagrado». O executivo da federação dinamarquesa, Jakob Jensen, disse que não vão fazer 'fan zones' no Qatar: «Não apoiamos o país», justificou. O fabricante de equipamentos da Dinamarca, a Hummel, fez camisolas a criticar o historial de direitos humanos dos anfitriões, com uma camisola em preto para honrar os trabalhos migrantes que morreram durante as construções dos estádios do torneio.
«Der er et yndigt land» («Há um país lindo»), de 1819, é o hino nacional cheio de aclamação. Pelo país, pela natureza e pela história. As letras foram escritas por Adam Oehlenschläger, famoso poeta e dramaturgo, e um dos principais pioneiros do movimento romântico na Europa. A música foi composta por HE Krøyer. «Der er et yndigt land» é um de dois hinos nacionais, sendo que o outro é «Kong Christian» («Rei Christian»), um hino bombástico sobre a bravura do rei e de outros heróis de guerra no mar.
O jogo das meias-finais do Euro 1984, entre a Dinamarca e Espanha, foi a penáltis, e o último cobrador foi Preben Elkjaer. O avançado já se tinha tornado um herói nacional ao marcar o golo da vitória contra a Bélgica, no último jogo da fase de grupos. Tinha uma atitude imparável e era desbocado (de uma forma charmosa). Antes dos penáltis os seus calções tinham rompido tanto que tinha o rabo à mostra. O número 10 falhou o penálti, mas ninguém o culpou por isso. Fez parte da bem-sucedida seleção do Euro 1986 e é agora comentador na televisão.
Textos de Jesper Engmann, que escreve para o Jyllands-Posten.