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A história do Campeonato do Mundo (2002-2014)

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2002: drama português, francês e argentino, conto de fadas coreano e festa brasileira

O CAMPEONATO DO MUNDO chega à Ásia, e pela primeira vez é entregue a dois países em simultâneo: Japão e Coreia do Sul. Ambos põem de lado divergências para organizar um dos torneios mais bem sucedidos, mesmo que o nível do futebol apresentado não seja, por vezes, o mais alto, e os erros de arbitragem pareçam em determinadas ocasiões escandalosos.

É o torneio dos underdogs, caso dos próprios coreanos, potencializados pelo holandês e futuro herói nacional Guus Hiddink, e da Turquia, apesar de a disputa do troféu ter sido entre dois países que já tinham estado em 12 das 16 finais anteriores. A Holanda fica de fora, Portugal está de volta 16 anos depois da desilusão de Saltillo, agora sob o comando de António Oliveira.

Três seleções qualificam-se diretamente: a França, como campeã em título, e os dois organizadores. Bora Milutinovic chega à quinta fase final seguida com a quinta seleção diferente: México, Costa Rica, Estados Unidos, Nigéria e, agora, a China. É o Mundial do novamente Fenômeno Ronaldo, que muda de visual a partir dos quartos quanto a mulher lhe conta que o filho beijou a televisão a gritar por ele quando viu Roberto Carlos.

Por falar em equívocos, a FIFA bane os equipamentos sem mangas dos Camarões, apesar de serem os mesmos usados na Taça das Nações Africanas meses antes.

Nervos à flor da pele

Portugal volta a ser uma desilusão. Com os melhores jogadores, os tais da Geração de Ouro, verdadeiros poços de experiência do alto dos seus 30 anos, a Seleção não se pode queixar do sorteio. Tem pela frente a Coreia, os Estados Unidos e a Polónia. Os asiáticos, aparentemente o conjunto mais fraco, embarcam num autêntico conto de fadas, com milhões de compatriotas em festa, jogo após jogo, pela madrugada fora. Um autêntico Carnaval fora de tempo. No arranque, vencem os polacos e empatam com os norte-americanos, e ficam muito perto da fase seguinte.

Já a equipa das quinas estreia-se com derrota trágica frente aos Estados Unidos (3-2) – aos 36 minutos perde por 3-0 –, e António Oliveira muda de esquema, recuperando mais um médio defensivo em detrimento do seu 10: Rui Costa cai do 11. A goleada à Polónia (4-0), com hat-trick de Pauleta, parece dar-lhe razão embora parte dos golos tenha Rui Costa em campo como suplente utilizado. Segue-se mais uma página negra do futebol português, com o supersticioso selecionador de canadianas para o ar – a contas com um entorse contraído há várias semanas, ainda no estágio em Macau, onde decidira trocar Ricardo por Vítor Baía, depois do primeiro ter feito toda a qualificação, e se soube ainda do controlo positivo de Kenedy, posteriormente substituído na lista final por Hugo Viana – a desesperar com a má sorte.

O empate serve a ambos, face ao outro resultado, mas os jogadores não sabem. Estão proibidos de saber, outros proibidos de contar. Aos 27 minutos, João Vieira Pinto derruba Park Ji-Sung com uma entrada muito dura e o árbitro Ángel Sánchez mostra-lhe o vermelho. No meio da confusão, o avançado português acerta um soco no estômago do juiz, que abre os olhos incrédulo na sua direção. A consequência: quatro meses de suspensão para João Pinto, um comunicado-ventríloquo lido por José Eduardo Bettencourt, presidente do Sporting, no regresso e na sua presença, sem uma declaração prestada.

Em Incheon, depois de João Vieira Pinto também Beto é expulso, por acumulação de amarelos, aos 66 minutos. O central adaptado a lateral-direito deixa Portugal com nove em campo, e o inevitável acontece. Park controla uma bola longa com o peito, ilude Sérgio Conceição, que é o primeiro a chegar, e remata pelo entre as pernas de Vítor Baía. O golo que vale a surpreendente qualificação e elimina Portugal.

Um fenómeno de volta

Na final, o Brasil de Luiz Felipe Scolari contraria a tendência de ganhar a Alemanha e chega ao penta. Ronaldo, decidido a recuperar o que perdera quatro anos antes, marca os dois golos, o sétimo e oitavo na competição, que garantem o caneco e ainda a Bota de Ouro, prémio de melhor marcador.

No melhor pano cai a nódoa, como se costuma dizer por cá, e o guarda-redes alemão Oliver Kahn, considerado MVP da competição horas antes com apenas um golo sofrido nos seis encontros precedentes, tem muitas responsabilidades no primeiro. O tiro inofensivo de Rivaldo é defendido para os pés do Fenômeno e o resto é história.

França e Argentina vão cedo para casa

É o Mundial das surpresas. O estreante Senegal, com muitos jogadores a representar equipas do país rival, derrota a campeã do mundo França, até aí considerada imbatível. Les Bleus não marcam um único golo na primeira fase – empatam com o Uruguai e perdem com a Dinamarca por 2-0 – e dizem adeus. Roger Lemerre é, inevitavelmente, despedido.

A Argentina, com mais um excelente plantel, também se fica pelo grupo da morte, atrás de Suécia e Inglaterra, com a Nigéria a terminar em último. A seleção de Marcelo Bielsa vence os africanos, mas perde com os ingleses fruto de um penálti de David Beckham – afastando o próprio jogador os fantasmas de Saint-Étienne, quatro anos antes – e empata depois perante os nórdicos.

Irlanda manda embora o capitão

O Brasil não tem dificuldades no grupo. Vence Turquia, a China de Milutinovic e Costa Rica. A partida com os turcos fica marcada por uma simulação inacreditável de Rivaldo – finge lesão na cara depois de levar com a bola nos joelhos –, que acaba por expulsar Hakan Unsal.

África do Sul, Eslovénia e Paraguai também não são grande obstáculo para a Espanha no Grupo B. Já a Irlanda de Mick McCarthy não tem caminho fácil, ainda mais depois da dispensa do capitão e grande referência Roy Keane, que entra em conflito com o selecionador e recebe guia de marcha de volta a casa. Apesar do incidente, os britânicos empatam os alemães – que tinham despachado a Arábia Saudita com oito golos e iriam bater os Camarões com mais dois – e qualificam-se na segunda posição.

Também a Itália sofre para chegar aos oitavos, ficando atrás do México. A Croácia, no pódio no França-1998, vence a squadra azzurra, mas desilude perante aztecas e Equador e também abandona precocemente o torneio.

O conto de fadas continua

Chegados os jogos a eliminar, a Inglaterra passa finalmente a Dinamarca no meio do temporal de Niigata, com golos de Michael Owen, Rio Ferdinand e Emile Heskey, alimentando a expetativa em torno de uma eventual candidatura. Também Brasil e Alemanha se livram com maior ou menor facilidade respetivamente de Bélgica e Paraguai. O Senegal, inspirado por El-Hadji Diouf, elimina a Suécia com um Golo de Ouro, enquanto os Estados Unidos afastam o vizinho México com remates certeiros dos experientes Brian McBride e Landon Donovan. Já Espanha e Irlanda precisam de desempatar o embate nos penáltis, com Iker Casillas a defender dois e a barra a devolver o de Matt Holland, terminando com a aventura dos britânicos.

Os dois organizadores jogam no mesmo dia. O Japão é eliminado por uma Turquia muito competitiva, enquanto a Coreia do Sul tem pela frente a Itália. Um verdadeiro trabalho de Hércules. Ahn Jung-Hwan passa de vilão a herói, ou seja do penálti falhado ao cabeceamento que valeu o Golo de Ouro e a morte súbita dos italianos no prolongamento, após Christian Vieri e Seol Ki-Heyon, castigando um erro de Panucci, terem feito o resultado nos 90 minutos. Em Itália, a eliminação não cai nada bem, e o presidente do Perugia Luciano Gaucci despede de imediato o autor da traição: «Este senhor não colocará mais um pé aqui. Foi um fenómeno apenas contra a Itália. Não tenho intenção de pagar o salário a quem arruinou o futebol italiano.» Os japoneses do Shimizu S- Pulse são o destino. Também o árbitro equatoriano Byron Moreno não escapa às críticas, depois de ter mostrado o vermelho a Francesco Totti por simular um penálti durante no prolongamento.

Da Itália para a Espanha, o conto de fadas prossegue. A equipa de José Antonio Camacho vê dois golos serem anulados, um por um fora de jogo discutível e outro com o árbitro assistente a assinalar erradamente a bola fora de campo antes do cruzamento de Joaquín para Morientes cabecear para as redes. É necessário recorrer aos penáltis. Lee Woon-Jae defende o remate de Joaquín, e o capitão Hong Myung-Bo garante as primeiras meias-finais da história para uma formação asiática.

A polémica em torno da arbitragem está no auge, e terá consequências para a organização de daí por quatro anos. A FIFA apostara em alargar o leque de escolhas, incluindo o tal Byron Moreno, o egípcio Gamal Ghandour e o jamaicano Peter Prendergast, que não reconhece um golo válido da Bélgica frente ao Brasil, à frente de europeus com muito mais experiência. A fórmula será abandonada na Alemanha.

Recorde para os alemães, penta para o Brasil

Ilhan Mansíz, com mais um Golo de Ouro, apura a Turquia frente ao Senegal. Já a Alemanha ultrapassa os Estados Unidos e marca presença na nona meia-final, um recorde. No jogo mais esperado, a Inglaterra de Sven-Goran Eriksson adianta-se frente ao Brasil com um golo de Michael Owen, mas o brilhantismo de Rivaldo e de Ronaldinho, este com um livre enganador e humilhante para o veterano David Seaman, resolvem o problema. Nem a expulsão de Dinho, sete minutos após o chapéu de abas largas, equilibra o embate.

O conto de fadas dos coreanos conhece o seu epílogo perante a Alemanha, mas o triunfo custa demasiado caro à Mannschaft. A estrela Michael Ballack, e autor do golo do triunfo (1-0), vê o cartão amarelo, aos 71 minutos, com uma falta altruista, no momento em que os asiáticos correm para a baliza de Kahn. Na outra meia-final, Ronaldo marca o golo (1-0) que leva o Escrete ao jogo decisivo.

Em Yokohama, os alemães, sem Ballack e com Kahn protagonista de um erro raro, a festa volta a ser brasileira.

RESULTADOS:

Coreia do Sul e Japão, de 31 de maio a 30 de junho de 2002
Vencedor: Brasil (5º título)
Finalista vencido: Alemanha
3º lugar: Turquia
4º lugar: Coreia do Sul

GRUPO A

31-05 Seoul WC Stadium (Seul, Coreia Sul) França-Senegal, 0-1
01-06 Munsu Football Stadium (Ulsan, Coreia Sul) Uruguai-Dinamarca, 1-2
06-06 Busan Asiad Main Stadium (Busan, Coreia Sul) França-Uruguai, 0-0
06-06 Daegu WC Stadium (Daegu, Coreia Sul) Dinamarca-Senegal, 1-1
11-06 Suwon WC Stadium (Suwon, Coreia Sul) Senegal-Uruguai, 3-3
11-06 Incheon Munhak Stadium (Incheon, Coreia Sul) Dinamarca-França, 2-0

J V E D GM-GS P
Dinamarca 3 2 1 0 5-2 7
Senegal 3 1 2 0 5-4 5
Uruguai 3 0 2 1 4-5 2
França 3 0 1 2 0-3 1

GRUPO B

02-06 Gwangju WC Stadium (Gwangju, Coreia Sul) Espanha-Eslovénia, 3-1
02-06 Busan Asiad Main Stadium (Busan, Coreia Sul) Paraguai-África Sul, 2-2
07-06 Jeonju WC Stadium (Jeonju (Coreia Sul) Espanha-Paraguai, 3-1
08-06 Daegu WC Stadium (Daegu, Coreia Sul) África Sul-Eslovénia, 1-0
12-06 Daejon WC Stadium (Daejon, Coreia Sul) África Sul-Espanha, 2-3
12-06 Jeju WC Stadium (Seogwipo, Coreia Sul) Eslovénia-Paraguai, 1-3

J V E D GM-GS P
Espanha 3 3 0 0 9-4 9
Paraguai 3 1 1 1 6-6 4
África do Sul 3 1 1 1 5-5 4
Eslovénia 3 0 0 3 2-7 0

GRUPO C

03-06 Munsu Football Stadium (Ulsan, Coreia Sul) Brasil-Turquia, 1-0
04-06 Gwangju WC Stadium (Gwangju, Coreia Sul) China-Costa Rica, 0-2
08-06 Jeju WC Stadium (Seogwipo, Coreia Sul) Brasil-China, 4-0
09-06 Munhak Stadium (Incheon, Coreia Sul) Costa Rica-Turquia, 1-1
13-06 Suwon WC Stadium (Suwon, Coreia Sul) Costa Rica-Brasil, 2-5
13-06 Seoul WC Stadium (Seul, Coreia Sul) Turquia-China, 3-0

J V E D GM-GS P
Brasil 3 3 0 0 11-3 9
Turquia 3 1 1 1 5-3 4
Costa Rica 3 1 1 1 5-6 4
China 3 0 0 3 0-9 0

GRUPO D

04/06 Busan Asiad Main Stadium (Busan, Coreia Sul) Coreia Sul-Polónia, 2-0
05/06 Suwon WC Stadium (Suwon, Coreia Sul) EUA-Portugal, 3-2

EUA - Brad Friedel; Pablo Mastroeni, Tony Sanneh, Eddie Pope (Carlos Llamosa, 80) e Jeff Agoos; John O'Brien, Frankie Hejduk, DaMarcus Beasley e Brian McBride; Ernie Stewart (c) (Cobi Jones, 46) e Landon Donovan (Joe-Max Moore, 75)

Portugal - Vítor Baía; Beto, Jorge Costa (Jorge Andrade, 73), Fernando Couto (c) e Rui Jorge (Paulo Bento, 69); Figo, Petit, Rui Costa (Nuno Gomes, 80) e Sérgio Conceição; João Vieira Pinto e Pauleta

Marcadores: 1-0, O'Brien (4); 2-0, Jorge Costa (29 pb); 3-0, McBride (36); 3-1, Beto (39); 3-2, Agoos (71 pb)

10/06 Daegu WC Stadium (Daegu, Coreia do Sul) Coreia do Sul-EUA, 1-1
10/06 Jeonju WC Stadium (Jeonju, Coreia Sul) Portugal-Polónia, 4-0

Portugal - Vítor Baía; Frechaut (Beto, 63), Jorge Costa, Fernando Couto (c) e Rui Jorge; Figo, Paulo Bento, Petit e Sérgio Conceição; João Manuel Vieira Pinto (Rui Costa, 60) e Pauleta, (Capucho, 69)

Polónia - Jerzy Dudek; Marek Kożmiński, Tomasz Wałdoch (c), Tomasz Hajto e Michał Żewłakow (Tomasz Rząsa, 71); Piotr Świerczewski, Radosław Kałużny (Arkadiusz Bąk, 16) e Jacek Krzynówek; Maciej Żurawski (Marcin Żewłakow, 56), Emmanuel Olisadebe e Paweł Kryszałowicz

Marcadores: 1-0, Pauleta (14); 2-0, Pauleta (65); 3-0, Pauleta (77); 4-0, Rui Costa (88)

14/06 Munhak Stadium (Incheon, Coreia Sul) Coreia Sul-Portugal, 1-0

Coreia do Sul - Lee Woon-Jae; Song Jong-Gook, Choi Jin-Cheol e Hong Myung-Bo (c); Yoo Sang-Cheol, Kim Tae-Young, Kim Nam-Il e Lee Young-Pyo; Seol Ki-Hyun, Ahn Jung-Hwan (Lee Cheon-Soo, 90) e Park Ji-Sung

Portugal - Vítor Baía; Beto, Jorge Costa, Fernando Couto [c] e Rui Jorge (Abel Xavier, 73); Figo, Paulo Bento, Petit (Nuno Gomes, 77) e Sérgio Conceição; João Vieira Pinto e Pauleta (Jorge Andrade, 69)

Marcadores: 1-0, Park Ji-Sung (70)

João Vieira Pinto (27) e Beto (22 e 66) expulsos

14/06 Daejon WC Stadium (Daejon, Coreia Sul) Polónia-EUA, 3-1

J V E D GM-GS P
Coreia do Sul 3 2 1 0 4-1 7
Estados Unidos 3 1 1 1 5-6 4
Portugal 3 1 0 2 6-4 3
Polónia 3 1 0 2 3-7 3

GRUPO E

01-06 Niigata Stadium Big Swan (Niigata, Japão) Irlanda-Camarões, 1-1
01-06 Sapporo Dome (Sapporo, Japão) Alemanha-Arábia Saudita, 8-0
05-06 Kashima Stadium (Ibaraki, Japão) Alemanha-Irlanda, 1-1
06-06 Saitama Stadium (Saitama, Japão) Camarões-Arábia Saudita, 1-0
11-06 Shizuoka Stadium (Shizuoka, Japão) Camarões-Alemanha, 0-2
11-06 Int. Stadium Yokohama (Yokohama, Japão) Arábia Saudita-Irlanda, 0-3

J V E D GM-GS P
Alemanha 3 2 1 0 11-1 7
Irlanda 3 1 2 0 5-2 5
Camarões 3 1 1 1 2-3 4
Arábia Saudita 3 0 0 3 0-12 0

GRUPO F

02-06 Saitama Stadium (Saitama, Japão) Inglaterra-Suécia, 1-1
02-06 Kashima Stadium (Ibaraki, Japão) Argentina-Nigéria, 1-0
07-06 Kobe Wing Stadium (Kobe, Japão) Suécia-Nigéria, 2-1
07-06 Sapporo Dome (Sapporo, Japão) Argentina-Inglaterra, 0-1
12-06 Miyagi Stadium (Miyagi, Japão) Suécia-Argentina, 1-1
12-06 Osaka Nagai Stadium (Osaka, Japão) Nigéria-Inglaterra, 0-0

J V E D GM-GS P
Suécia 3 1 2 0 4-3 5
Inglaterra 3 1 2 0 2-1 5
Argentina 3 1 1 1 2-2 4
Nigéria 3 0 1 2 1-3 1

GRUPO G

03-06 Niigata Stadium Big Swan (Niigata, Japão) Croácia-México, 0-1
03-06 Sapporo Dome (Sapporo, Japão) Itália-Equador, 2-0
08-06 Kashima Stadium (Ibaraki, Japão) Itália-Croácia, 1-2
09-06 Miyagi Stadium (Miyagi, Japão) México-Equador, 2-1
13-06 Oita Stadium Big Eye (Oita, Japão) México-Itália, 1-1
13-06 Int. Stadium Yokohama (Yokohama, Japão) Equador-Croácia, 1-0

J V E D GM-GS P
México 3 2 1 0 4-2 7
Itália 3 1 1 1 4-3 4
Croácia 3 1 0 2 2-3 3
Equador 3 1 0 2 2-4 3

GRUPO H

04-06 Saitama Stadium (Saitama, Japão) Japão-Bélgica, 2-2
05-06 Kobe Wing Stadium (Kobe, Japão) Rússia-Tunísia, 2-0
09-06 Int. Stadium Yokohama (Yokohama, Japão) Japão-Rússia, 1-0
10-06 Oita Stadium Big Eye (Oita, Japão) Tunísia-Bélgica, 1-1
14-06 Shizuoka Stadium (Shizuoka, Japão) Bélgica-Rússia, 3-2
14-06 Nagai Stadium (Osaka, Japão) Japão-Tunísia, 2-0

J V E D GM-GS P
Japão 3 2 1 0 5-2 7
Bélgica 3 1 2 0 6-5 5
Rússia 3 1 0 2 4-4 3
Tunísia 3 0 1 2 1-5 1

OITAVOS DE FINAL

15-06 Jeju WC Stadium (Seogwipo, Coreia Sul) Alemanha-Paraguai, 1-0
15-06 Niigata Stadium Big Swan (Niigata, Japão) Dinamarca-Inglaterra, 0-3
16-06 Oita Stadium Big Eye (Oita, Japão) Suécia-Senegal, 1-2 ap
16-06 Suwon WC Sradium (Suwon, Coreia Sul) Espanha-Irlanda, 1-1, 3-2 gp
17-06 Kobe Wing Stadium (Kobe, Japão) Brasil-Bélgica, 2-0
17-06 Jeonju WC Stadium (Jeonju, Coreia Sul) Estados Unidos-México, 2-0
18-06 Miyagi Stadium (Miyagi, Japão) Japão-Turquia, 0-1
18-06 Daejon WC Stadium (Daejon, Coreia Sul) Coreia Sul-Itália, 2-1

QUARTOS DE FINAL

21-06 Shizuoka Stadium (Shizuoka, Japão) Inglaterra-Brasil, 1-2
21-06 Munsu Foot. Stadium (Ulsan, Coreia Sul) Alemanha-Estados Unidos, 1-0
22-06 Gwangju WC Stad. (Gwangju, Coreia Sul) Coreia Sul-Espanha, 0-0, 5-3 gp
22-06 Nagai Stadium (Osaka, Japão) Senegal-Turquia, 0-1 ap

MEIAS-FINAIS

25-06 Seoul WC Stadium (Seul, Coreia Sul) Coreia Sul-Alemanha, 0-1
26-06 Saitama Stadium (Saitama, Japão) Brasil-Turquia, 1-0

JOGO DE ATRIBUIÇÃO DO 3º E 4º LUGARES

29-06 Deagu WC Stadium (Daegu, Coreia Sul) Coreia Sul-Turquia, 2-3

FINAL

30-06 Int. Stadium Yokohama (Yokohama, Japão) Alemanha-Brasil, 0-2
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Ronaldo 2002

Fenómeno sim, senhores!

O MISTÉRIO-RONALDO marcou a final de 1998, entre França e Brasil. Em 2002, o «fenómeno» voltou em grande: foi campeão e melhor marcador do Mundial.

Ronaldo é o menino de 17 anos que se sentou no banco em cada jogo nos Estados Unidos a ver o Brasil tornar-se campeão do mundo em 1994, é a sombra que deambulou pelo Stade de France na final de 1998 e é o goleador do penta do Brasil, em 2002. Chamaram-lhe Fenómeno, é o jogador mais mediatizado de sempre, mas a sua carreira superou a imaginação mais fértil. Da glória precoce à queda e ao renascimento, aí está Ronaldo, a três golos de se tornar o melhor marcador de todos os tempos em Mundiais.

Da primeira vez não jogou, mas chegou aos Estados Unidos mais novo ainda do que Pelé, já rodeado de enorme expectativa. Carlos Alberto Parreira levou-o para o estágio de preparação, incluiu-o nos convocados mas nunca o mandou entrar. Faltou um minuto em campo a Ronaldo para superar o Rei e tornar-se o mais jovem campeão do mundo. Ainda assim participou da festa no Rose Bowl, no fim dos 120 minutos e dos penalties que devolveram a Taça do Mundo ao Brasil, 24 anos depois do tri.

No Verão de 1994 Ronaldo despediu-se do Brasil. Depois de dois anos no PSV Eindhoven, mostrou em Barcelona o melhor do seu talento. Verdadeiro fenómeno de força e velocidade, seduziu o planeta. Com 20 anos foi eleito melhor jogador do mundo pela FIFA. Em 1997, um ano depois, fez a dobradinha: ao prémio da FIFA juntou a Bola de Ouro para o melhor jogador a actuar na Europa. Ao fim de um ano voltou a mudar, numa transferência recorde para o Inter. Uma vida em ritmo alucinante: entre os jogos e os golos, viagens, entrevistas, anúncios, mais viagens. No Verão, seguiu para França como a óbvia estrela anunciada do Brasil no Mundial de 1998.

De 10 de Junho a 12 de Julho, com início e final no Stade de France, Ronaldo jogou cada minuto da campanha do Brasil. Não foi o Fenómeno dos anúncios, a equipa também não, mas chegou de novo à decisão, garantida com a exibição mais empolgante da campanha numa meia-final para recordar frente à Holanda. Marcou quatro golos e foi eleito melhor jogador do torneio. O prémio é atribuído antes da final.

Faltava aquele domingo. O primeiro sinal público de alarme chegou com a ficha oficial da equipa do Brasil distribuída no Stade de France. Ronaldo não estava no onze. No meio da perplexidade geral apareceu nova lista, agora com o 9 no seu lugar. Por trás dessas duas folhas de papel, o drama do colapso do melhor do mundo.

Ao início da tarde, o hotel onde estagiava o Brasil foi acordado da sesta pelos gritos de Roberto Carlos. Algo se passava com Ronaldo, o lateral falava em palidez, dificuldades respiratórias, suores e convulsões. No meio de reacções de pânico, Ronaldo recuperou a consciência ao fim de alguns minutos. Foi levado a uma clínica de Paris para fazer exames, saiu daí directamente para o estádio. Faltava uma hora e um quarto para começar a final do Mundial. Ronaldo disse que queria jogar, os médicos não se opuseram e Mário Zagallo mudou a equipa, apesar de várias opiniões contrárias, nomeadamente de Zico, então seu adjunto.

E Ronaldo esteve 90 minutos em campo no Stade de France, a ver a França ganhar o Campeonato do Mundo. O que se passou naquele dia desencadeou muita especulação, proporcional à falta de explicações. As críticas à pressão e influência da Nike sobre Ronaldo e sobre a selecção chegaram ao Parlamento brasileiro. A investigação denunciou várias irregularidades. Sobre as convulsões de Ronaldo, a explicação mais plausível é também a mais simples. Ansiedade, stress extremo de um jovem sujeito a pressão para lá dos limites.

Nos anos seguintes, as lesões afastaram Ronaldo dos relvados. Uma sucessão de problemas nos joelhos, quase dois anos sem jogar no Inter, intercalados por alguns regressos anunciados mas sempre frustrados. Parecia o fim do Fenómeno.

O que torna 2002 ainda mais notável. Ronaldo regressou ao Inter, regressou à selecção e no Verão ressuscitou, embalando com o escrete para o pentacampeonato. Ao ritmo dos três R, Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho e Rivaldo, o Brasil ganhou.

Os dois golos frente à Alemanha na final de Yokohama selaram o regresso daquele que era então dono dos dentes mais famosos do mundo. Foi o melhor marcador do Mundial, com oito golos. Tem 12 em Mundiais, tantos como Pelé e menos dois que o recordista Gerd Muller. Os anos que se seguiram viram o outro Ronaldinho ganhar lugar no trono e no coração dos fãs de todo o mundo. Ronaldo mudou-se para o Real Madrid, sempre sob os holofotes, de novo a intercalar aparições esporádicas com lesões. Mas já ganhou estatuto para poder jogar apenas de quatro em quatro anos.

Texto retirado do Livro «O Essencial dos Mundiais Para Ler em 90 Minutos», Maisfutebol, Livros d'hoje, 2014

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Senegal França 2002

A vitória da «França B»

NO JOGO DE ABERTURA do Mundial de 2002 o estreante Senegal venceu a França, campeã do mundo, por 1-0.

Papa Boupa Diop tira a camisola, pousa-a no chão junto à bandeirola de canto e contagia os companheiros naquele gingar de corpo que celebra o golo. O Senegal entrava no Mundial a dançar e embalava para a vitória sobre os campeões do mundo.

Era o jogo de abertura do Mundial de 2002, tradicionalmente um prelúdio tranquilo. Assim se adivinhava para a França. Na aparência havia um abismo a separar a selecção mais bem sucedida do planeta no final do século XX da estreante equipa da sua antiga colónia. Olhando com mais atenção: 21 jogadores da selecção do Senegal representavam clubes franceses. Sinal dos tempos, só seis dos 23 Bleus jogavam no campeonato gaulês. Chamam-lhe globalização.

Foi aos 29 minutos de jogo que a estreia do Senegal no Mundial começou a escrever-se com pontos de exclamação. El Hadji Diouf, melhor jogador africano do ano em título, passou Frank Lebouef e cruzou, na área a bola sobrou para Diop, que falhou à primeira e marcou à segunda, no chão. A França reagiu e pressionou mas, sem Zidane e sem ideias, não foi capaz de dar a volta ao resultado.

Festejou o Senegal e o seu seleccionador, Bruno Metsu, naquele dia 31 de Maio de 2002 um dos poucos franceses felizes na Terra. Aquela a que Diouf chamou a equipa B da França havia de repetir os passos dos Camarões em 1990 e dançar até aos quartos-de-final do Mundial. Os Bleus, os orgulhosos Bleus, então donos da Taça do Mundo e campeões da Europa em título, viriam a sumir-se pela porta das traseiras.

Texto retirado do Livro «O Essencial dos Mundiais Para Ler em 90 Minutos», Maisfutebol, Livros d'hoje, 2014

4
Hiddink Portugal 2002

A força dos números

MARCADORES

8 - Ronaldo (Brasil)
5 - Rivaldo (Brasil) e Miroslav Klose (Alemanha)
4 - Jon-Dahl Tomasson (Dinamarca) e Christian Vieri (Itália)
3 - Michael Ballack (Alemanha), Marc Wilmots (Bélgica), Pauleta (Portugal), Robbie Keane (Irlanda), Papa Boupa Diop (Senegal), Fernando Morientes e Raúl (Espanha), Henrik Larsson (Suécia) e Ílhan Mansiz (Turquia)
2 - Ronaldinho (Brasil), Rónald Gómez (Costa Rica), Michael Owen (Inglaterra), Junichi Inamoto (Japão), Jared Borgetti (México), Nelson Cuevas (Paraguai), Henri Camara (Senegal), Ahn Jung-Hwan (Coreia do Sul), Fernando Hierro (Espanha), Ümit Davala e Hasan Sas (Turquia), Landon Donovan e Brian McBride (Estados Unidos)
1 - Hernán Crespo (Argentina), Wesley Sonck, Peter van der Heyden e Johan Walem (Bélgica), Edmílson, Júnior e Roberto Carlos (Brasil), Samuel Eto'o e Patrick M'Boma (Camarões), Winston Parks, Paulo Wanchope e Mauricio Wright (Costa Rica), Ivica Olic e Milan Rapaic (Croácia), Dennis Rommedahl (Dinamarca), Agustín Delgado e Édison Méndez (Equador), David Beckham, Sol Campbell, Rio Ferdinand e Emile Heskey (Inglaterra), Oliver Bierhoff, Marco Bode, Carsten Jancker, Thomas Linke, Oliver Neuville e Bernd Schneider (Alemanha), Alessandro Del Piero (Itália), Hiroaki Morishima, Hidetoshi Nakata e Takayuki Suzuki (Japão), Cuauhtémoc Blanco e Gerardo Torrado (México), Julius Aghahowa (Nigéria), Francisco Arce, Jorge Campos e Roque Santa Cruz (Paraguai), Pawel Kryszalowicz, Emmanuel Olisadebe e Marcin Zewlakow (Polónia), Beto e Rui Costa (Portugal), Gary Breen, Damien Duff e Matt Holland (Irlanda), Vladimir Beschastnykh, Valeri Karpin, Dmitri Sychev e Yegor Titov (Rússia), Salif Diao e Khalilou Fadiga (Senegal), Milenko Acimovic e Sebastian Cimirotic (Eslovénia), Quentin Fortune, Benni McCarthy, Teboho Mokoena, Siyabonga Nomvethe e Lucas Radebe (África do Sul), Hwang Sun-hong, Lee Eul-yong, Park Ji-sung, Seol Ki-hyeon, Song Chong-gug e Yoo Sang-chul (Coreia do Sul), Gaizka Mendieta e Juan Carlos Valerón (Espanha), Niclas Alexandersson e Anders Svensson (Suécia), Raouf Bouzaiene (Tunísia), Emre Belözoglu, Bülent Korkmaz e Hakan Sükür (Turquia), Clint Mathis e John O'Brien (Estados Unidos), Diego Forlán, Richard Morales, Álvaro Morales e Darío Rodríguez (Uruguai)
Autogolos - Jorge Costa (Portugal), Carles Puyol (Espanha) e Jeff Agoos (Estados Unidos)

Total: 161 golos (2,52 média)
Melhor ataque: Brasil (18 golos)
China, França e Arábia Saudita não marcaram qualquer golo
109 jogadores fizeram golos

5

O erro de Kahn, e o bis do Fenómeno

FICHA DE JOGO

Árbitro: Pierluigi Collina (Itália)

Brasil - Marcos; Lúcio, Edmilson e Roque Júnior; Cafú, Gilberto Silva, Kléberson e Roberto Carlos; Ronaldinho (Juninho Paulista, 85); Ronaldo (Denílson, 90) e Rivaldo

Alemanha - Kahn; Linke, Ramelow e Metzelder; Frings, Jeremies (Asamoah, 77), Hamann e Bode (Ziege, 84); Schneider; Neuville e Klose (Bierhoff, 74)

6

2006: crime e castigo, no adeus de Zidane

OITO ANOS DEPOIS do França-1998, o Mundial volta à Europa, e pela primeira vez o campeão do mundo em título, neste caso o Brasil, não tem lugar garantido, é obrigado a passar pela fase de qualificação. É o torneio que introduz as fan zones patrocinadas, com ecrãs gigantes, e conta com o exotismo da presença de Angola, Costa do Marfim, Gana, Togo e Trinidad & Tobago.

A controvérsia surge na altura da escolha do organizador, com a favorita África do Sul a ter de esperar mais quatro anos para poder albergar a competição. Os alemães, conhecidos pela sua enorme capacidade organizativa, montam um torneio com estádios high tech, redes de transporte soberbas e simpatia acolhedora para os visitantes. Franz Beckenbauer preside ao evento da mesma forma que capitaneou e treinou a Mannschaft até à glória, e é figura omnipresente durante a primeira fase final organizada por uma Alemanha reunificada.

Na caminhada, a FIFA obriga a um jogo de repetição, depois de o Uzbequistão bater o Bahrein na primeira mão do play-off asiático com um penálti alegadamente marcado de forma ilegal. O Bahrein ganha no confronto a duas mãos (1-1 e 0-0), mas acaba eliminado por Trinidad & Tobago, no último obstáculo antes do torneio.

A FIFA terá mostrado também excesso de zelo ao obrigar adeptos a despir um uniforme cor de laranja distribuída pela Leeuwenhosen, uma cervejaria holandesa, por não se tratar de um patrocinador oficial. Alguns adeptos viram mesmo o encontro nas bancadas apenas em roupa interior. Já em campo, o rigor tem custos. O torneio germânico bate o recorde disciplinar com 326 cartões amarelos e 28 vermelhos, com o russo Valentin Ivanov a mostrar admoestar 16 jogadores e a expulsar outros quatro na Batalha de Nuremberga, entre Portugal e Holanda. Não entra nesta contabilidade o cartão a mais que o inglês Graham Poll mostrou ao croata Josip Simunic antes de o expulsar, na partida frente à Austrália. Não terá por isso sido completamente eficaz a visita de um padre equatoriano a todos os estádios antes do início da competição a fim de banir os maus espíritos.

Plenos de Alemanha, Espanha, Portugal e Brasil

A tradição deixa de ser o que era, e os organizadores passam a figurar no encontro de abertura em vez dos campeões em título. Assiste-se a uma vitória convincente do conjunto de Jürgen Klinsmann sobre a Costa Rica por 4-2, com o melhor momento no golo de abertura, assinado por Phillip Lahm. Os alemães fazem o pleno no seu grupo, que ainda conta com Polónia e Equador, e são imitados pela Espanha (Ucrânia, Tunísia e Arábia Saudita), por Brasil (Croácia, Japão e Austrália) e por Portugal (Angola, México e Irão). Ainda sob o comando de Luiz Felipe Scolari, a equipa das quinas deixa em casa as bandeirinhas penduradas nas janelas, como na campanha para o fatídico vicecampeonato de 2004, ainda assenta no FC Porto campeão europeu e menos na Geração de Ouro e num Cristiano Ronaldo mais consistente e experiente que dois anos antes.

A Austrália está no primeiro torneio desde 1974, e tem no banco o holandês Guus Hiddink que levara a Coreia do Sul a um verdadeiro conto de fadas na edição anterior. Os Socceroos vencem o Japão e empatam depois o jogo decisivo com a Croácia, com a rábula dos três amarelos mostrados a Josip Simunic, curiosamente nascido na Austrália, por Graham Poll. A expulsão ocorre três minutos mais tarde do que deveria ter acontecido, e o golo da igualdade, assinado por Harry Kewell, manda croatas e o árbitro mais cedo para casa.

Novamente, a Argentina começa em grande estilo. Vence a Costa do Marfim (2-1) e goleia Sérvia e Montenegro (6-0), com um dos golos a ser construído com 24 passes antes de finalizado pelo médio Esteban Cambiasso. O nulo frente à Holanda garante a ambas as seleções o apuramento para os oitavos.

A Costa do Marfim fica pelo caminho, tal como o Togo no grupo de Suíça e França, os apurados. Já o vizinho Gana vence a Rep. Checa e os Estados Unidos e salva a honra dos africanos, qualificando-se atrás da Itália.

O(s) estranho(s) recorde(s) helvético(s)

Os suíços tornam-se na primeira seleção a ser afastada sem sofrer um único golo, ao serem eliminados no desempate por penáltis pela Ucrânia. Também são os primeiros a não marcar num desempate dos 11 metros.

As esperanças inglesas parecem arruinadas pelo pé partido de Wayne Rooney e pelo verdadeiro folclore à volta dos jogadores, depois de Eriksson ter permitido a presença das mulheres e namoradas dos jogadores, as célebres WAG, no quartel-general de Baden-Baden, mas a verdade é que a equipa dos Três Leões qualifica-se em primeiro, graças à diferença de golos, à frente de Suécia, Paraguai e Trinidad & Tobago. Sofre novo revés, contudo, perante os nórdicos, já que perde Michael Owen com lesão no ligamento do joelho.

Nos oitavos, Maniche volta derrubar a Holanda, tal como tinha feito no Euro-2004, antecipando-se a uma verdadeira batalha campal, com quatro vermelhos, dois para cada lado. Já os suecos não são obstáculo para os alemães, com Podolski a bisar e Henrik Larsson a falhar o penálti que podia ter voltado a colocar a sua equipa em jogo. Um vólei fantástico de Maxi Rodríguez faz com que a Argentina ultrapasse o México no prolongamento, em Leipzig. Já a Inglaterra volta a não convencer, mas bate o Equador.

O Brasil destroça facilmente o Gana (3-0), e o primeiro golo, marcado por Ronaldo, é o seu 15º em fases finais. O Fenómeno torna-se o melhor marcador de todos os tempos, agora à frente do alemão Gerd Müller. Já a Espanha ainda inaugura o marcador, mas permite a reviravolta à França, que marca por Ribéry, Vieira e Zidane, e carimba mais um adeus precoce da Roja.

A piscadela de Cristiano para o banco

Les Bleus eliminam outro favorito, o Brasil, que além de Ronaldo tem Kaká, Ronaldinho e Adriano. Zizou assiste, Thierry Henry assina o golo que vale as meias-finais frente a Portugal.

Rooney está de volta, ainda algo limitado, e explode em campo quando é rodeado por Ricardo Carvalho, que tinha estado envolvido na lesão do avançado inglês, pisando-o. Cristiano Ronaldo, companheiro de equipa no Manchester United, surge para pressionar o árbitro, que expulsa o britânico. O piscar de olho do português para o banco é apanhado pelas câmaras, e dá mais achas aos tablóides e à crítica internacional. A decisão é encontrada nos penáltis, com Lampard, Gerrard e Carragher a falhar, e o próprio Cristiano Ronaldo a confirmar novo embate com a besta negra francesa.

A Argentina não sobrevive ao aparente erro do selecionador José Pekerman. A vencer por 1-0, com um golo de Ayala, o técnico substitui o playmaker José Román Riquelme. Miroslav Klose empata, o jogo segue para prolongamento e penáltis, e o guarda-redes Jens Lehmann socorre-se de algumas notas rabiscadas antes de cada adversário atirar para ajudar a Mannschaft a seguir em frente.

Zidane, outra vez!

Os da casa confiam cada vez mais na vitória. Em Dortmund, espera-os uma Itália confiante após o triunfo frente à Ucrânia (3-0). Um jogo clássico que parece destinado aos penáltis (e a nova infelicidade por parte dos transalpinos, a somar derrotas consecutivas em desempates a partir dos 11 metros), mas que ainda não tinha convencido Fabio Grosso e Del Piero, que marcam aos 119 e 120 minutos e deixam a Alemanha, em campo e fora dele, a chorar convulsivamente.

Cristiano Ronaldo torna-se, depois da piscadela, o bad boy do torneio e é assobiado durante toda a meia-final, em Munique. Só que o jovem português encara de frente o desafio e dá luta à defesa gaulesa. Depois das lágrimas de 2000, a Seleção Nacional volta a derramá-las perante os franceses e novamente por culpa de um penálti de Zidane, que castiga falta de Ricardo Carvalho sobre Henry. É o adeus definitivo de Figo ao futebol internacional, já Zidane poderá despedir-se em grande, na final da Berlim. Ou não.

O que Materazzi foi arranjar

Berlim pode ser uma repetição do Euro-2000, quando Zidane inspirou Les Bleus para a vitória. Aos 70 minutos, tudo aponta para tal, com Marco Materazzi a derrubar Malouda na área, e o 10 francês a assinar um panenka perante Ginaluigi Buffon. Seria a despedida perfeita de um dos melhores do jogo, mas havia ainda que contar com Materazzi. O central, que entrara para o lugar do lesionado Alessandro Nesta, assina o empate, após um canto de Pirlo.

Chega o prolongamento, paira a ameaça dos penáltis. Materazzi provoca, insulta e Zidane vira-se para trás e acerta-lhe uma cabeçada no peito, qual touro em fúria. É o quarto árbitro Luis Medina Cantalejo quem informa o juiz principal Horacio Elizondo, depois de aparentemente ter também deitado o olho a uma repetição numa câmara. Sem uma palavra, Zizou despede-se do jogo, e passa ao lado da taça a caminho dos balneários, numa imagem inesquecível.

Com o líder francês deposto, a Itália ganha confiança para os penáltis que a tinham afastado em 1990, 1994 e 1998. É David Trezeguet, um francês a jogar na Serie A, quem falha. Os transalpinos acertam os cinco a que têm direito. Depois de um verão de incerteza e acusações, e com a honra da liga deitada por terra por culpa do escândalo de corrupção Calciopoli, o quarto título de campeão do mundo é compensação mais do que suficiente.

RESULTADOS:

Alemanha, de 9 de junho a 9 de julho de 2006
Vencedor: Itália (4º título)
Finalista vencido: França
3º lugar: Alemanha
4º lugar: Portugal

GRUPO A

09-06 Allianz Arena (Munique) Alemanha-Costa Rica, 4-2
09-06 Arena AufSchalke (Gelsenkirchen) Polónia-Equador, 0-2
14-06 Westfalenstadion (Dortmund) Alemanha-Polónia, 1-0
14-06 Volksparkstadion (Hamburgo) Equador-Costa Rica, 3-0
20-06 Olympiastadion (Berlim) Equador-Alemanha, 0-3
20-06 Niedersachsenstadion (Hannover) Costa Rica-Polónia, 1-2

J V E D GM-GS P
Alemanha 3 3 0 0 8-2 9
Equador 3 2 0 1 5-3 6
Polónia 3 1 0 2 2-4 3
Costa Rica 3 0 0 3 3-9 0

GRUPO B

10-06 Commerzbank-Arena (Frankfurt) Inglaterra-Paraguai, 1-0
10-06 Westfalenstadion (Dortmund) Trinidad & Tobago-Suécia, 0-0
15-06 Max-Morlock-Stadion (Nuremberga) Inglaterra-Trinidad & Tobago, 2-0
15-06 Olympiastadion (Berlim) Suécia-Paraguai, 1-0
20-06 RheinEnergieStadion (Colónia) Suécia-Inglaterra, 2-2
20-06 Fritz-Walter-Stadion (Kaiserslautern) Paraguai-Trinidad & Tobago, 2-0

J V E D GM-GS P
Inglaterra 3 2 1 0 5-2 7
Suécia 3 1 2 0 3-2 5
Paraguai 3 1 0 2 2-2 3
Trinidad & Tobago 3 0 1 2 0-4 1

GRUPO C

10-06 Volksparkstadion (Hamburgo) Argentina-Costa do Marfim, 2-1
11-06 Zentralstadion (Leipzig) Sérvia & Montenegro-Holanda, 0-1
16-06 Arena AufSchalke (Gelsenkirchen) Argentina-Sérvia & Montenegro, 6-0
16-06 Gottlieb-Daimler-Stadion (Estugarda) Holanda-Costa do Marfim, 2-1
21-06 Commerzbank-Arena (Frankfurt) Holanda-Argentina, 0-0
21-06 Allianz Arena (Munique) Costa Marfim-Sérvia & Monten., 3-2

J V E D GM-GS P
Argentina 3 2 1 0 8-1 7
Holanda 3 2 1 0 3-1 7
Costa do Marfim 3 1 0 2 5-6 3
Sérvia & Montenegro 3 0 0 3 2-10 0

GRUPO D

11-06 Max-Morlock-Stadion (Nuremberga) México-Irão, 3-1
11-06 RheinEnergieStadion (Colónia) Angola-Portugal, 0-1

Angola - João Ricardo; Loco, Jamba, Kali e Delgado; Zé Kalanga (Edson, 70), André Macanga, Paulo Figueiredo (Miloy, 80) e Mendonca; Akwá (c) (Mantorras, 60) e Mateus

Portugal - Ricardo; Miguel, Fernando Meira, Ricardo Carvalho e Nuno Valente; Figo (c), Petit (Maniche, 72), Tiago (Hugo Viana, 83); Cristiano Ronaldo (Costinha, 60), Pauleta e Simão

Marcadores: 0-1, Pauleta (4)

16-06 Niedersachsenstadion (Hannover) México-Angola, 0-0
17-06 Commerzbank-Arena (Frankfurt) Portugal-Irão, 2-0

Portugal - Ricardo; Miguel, Ricardo Carvalho, Fernando Meira e Nuno Valente; , Costinha e Maniche (Petit, 67); Figo(c) (Simão, 88), Deco (Tiago, 81) e Cristiano Ronaldo; Pauleta

Irão - Ebrahim Mirzapour; Hossein Kaebi, Rahman Rezaei, Yahya Golmohammadi (c) (Sohrab Bakhtiarizadeh, 89) e Mohammad Nosrati; Mehdi Mahdavikia, Javad Nekounam, Ali Karimi (Ferydoon Zandi, 65) e Andranik Taymoorian; Mehrzad Madanchi (Rasoul Khatibi, 66) e Vahid Hashemian

Marcadores: 1-0, Deco (63); 2-0, Cristiano Ronaldo (80 gp)

21-06 Arena AufSchalke (Gelsenkirchen) Portugal-México, 2-1

Portugal - Ricardo; Miguel (Paulo Ferreira, 61), Ricardo Carvalho, Fernando Meira e Marco Caneira; Maniche, Petit eTiago; Figo (c) (Boa Morte, 80), Hélder Postiga (Nuno Gomes, 69) e Simão

México - Oswaldo Sánchez; Mario Méndez (Guillermo Franco, 80), Rafael Márquez (c), Ricardo Osório, Carlos Salcido e Gonzalo Pineda (José Antonio Castro, 69); Francisco Rodríguez (Zinha, 46), Luis Pérez e Pavel Pardo; Fonseca e Omar Bravo

Marcadores: 1-0, Maniche (6); 2-0, Simão (24 gp); 2-1, Fonseca (29)

Luis Pérez expulso (61)

21-06 Zentralstadion (Leipzig) Irão-Angola, 1-1

J V E D GM-GS P
Portugal 3 3 0 0 5-1 9
México 3 1 1 1 4-3 4
Angola 3 0 2 1 1-2 2
Irão 3 0 1 2 2-6 1

GRUPO E

12-06 Arena AufSchalke (Gelsenkirchen) Estados Unidos-Rep. Checa, 0-3
12-06 Niedersachsenstadion (Hannover) Itália-Gana, 2-0
17-06 RheinEnergieStadion (Colónia) Rep. Checa-Gana, 0-2
17-06 Fritz-Walter-Stadion (Kaiserslautern) Itália-Estados Unidos, 1-1
22-06 Volksparkstadion (Hamburgo) Rep. Checa-Itália, 0-2
22-06 Max-Morlock-Stadion (Nuremberga) Gana-Estados Unidos, 2-1

J V E D GM-GS P
Itália 3 2 1 0 5-1 7
Gana 3 2 0 1 4-3 6
Rep. Checa 3 1 0 2 3-4 3
Estados Unidos 3 0 1 2 2-6 1

GRUPO F

12-06 Fritz-Walter-Stadion (Kaiserslautern) Austrália-Japão, 3-1
13-06 Olympiastadion (Berlim) Brasil-Croácia, 1-0
18-06 Max-Morlock-Stadion (Nuremberga) Japão-Croácia, 0-0
18-06 Allianz Arena (Munique) Brasil-Austrália, 2-0
22-06 Westfalenstadion (Dortmund) Japão-Brasil, 1-4
22-06 Gottlieb-Daimler-Stadion (Estugarda) Croácia-Austrália, 2-2

J V E D GM-GS P
Brasil 3 3 0 0 7-1 9
Austrália 3 1 1 1 5-5 4
Croácia 3 0 2 1 2-3 2
Japão 3 0 1 2 2-7 1

GRUPO G

13-06 Commerzbank-Arena (Frankfurt) Coreia do Sul-Togo, 2-1
13-06 Gottlieb-Daimler-Stadion (Estugarda) França-Suíça, 0-0
18-06 Zentralstadion (Leipzig) França-Coreia do Sul, 1-1
19-06 Westfalenstadion (Dortmund) Togo-Suíça, 0-2
23-06 RheinEnergieStadion (Colónia) Togo-França, 0-2
23-06 Niedersachsenstadion (Hannover) Suíça-Coreia do Sul, 2-0

J V E D GM-GS P
Suíça 3 2 1 0 4-0 7
França 3 1 2 0 3-1 5
Coreia do Sul 3 1 1 1 3-4 4
Togo 3 0 0 3 1-6 0

GRUPO H

14-06 Zentralstadion (Leipzig) Espanha-Ucrânia, 4-0
14-06 Allianz Arena (Munique) Tunísia-Arábia Saudita, 2-2
19-06 Volksparkstadion (Hamburgo) Arábia Saudita-Ucrânia, 0-4
19-06 Gottlieb-Daimler-Stadion (Estugarda) Espanha-Tunísia, 3-1
23-06 Fritz-Walter-Stadion (Kaiserslautern) Arábia Saudita-Espanha, 0-1
23-06 Olympiastadion (Berlim) Ucrânia-Tunísia, 1-0

J V E D GM-GS P
Espanha 3 3 0 0 8-1 9
Ucrânia 3 2 0 1 5-4 6
Tunísia 3 0 1 2 3-6 1
Arábia Saudita 3 0 1 2 2-7 1

OITAVOS DE FINAL

24-06 Allianz Arena (Munique) Alemanha-Suécia, 2-0
24-06 Zentralstadion (Leipzig) Argentina-México, 2-1
25-06 Gottlieb-Daimler-Stadion (Estugarda) Inglaterra-Equador, 1-0
25-06 Max-Morlock-Stadion (Nuremberga) Portugal-Holanda, 1-0

Portugal - Ricardo Pereira; Miguel, Ricardo Carvalho, Fernando Meira e Nuno Valente; Costinha, Maniche e Deco; Figo (c) (Tiago, 84), Pauleta (Petit, 46) e Cristiano Ronaldo (Simão, 34)

Holanda - Edwin van der Sar (c); Khalid Boulahrouz, Andre Ooijer, Joris Mathijsen (Rafael van der Vaart, 56) e Giovanni van Bronckhorst; Mark van Bommel (Johnny Heitinga, 67), Wesley Sneijder e Phillip Cocu (Jan Vennegoor of Hesselink, 85); Robin van Persie, Dirk Kuyt e Arjen Robben

Marcador: 1-0, Maniche (23)

Disciplina: cartões vermelhos a Costinha (45), Boulahrouz (63), Deco (78) e Van Bronckhorst (90)

26-06 Fritz-Walter-Stadion (Kaiserslautern) Itália-Austrália, 1-0
26-06 RheinEnergieStadion (Colónia) Suíça-Ucrânia, 0-0, 0-3 gp
27-06 Westfalenstadion (Dortmund) Brasil-Gana, 3-0
27-06 Niedersachsenstadion (Hannover) Espanha-França, 1-3

QUARTOS DE FINAL

30-06 Olympiastadion (Berlim) Alemanha-Argentina, 1-1, 4-2 gp
30-06 Volksparkstadion (Hamburgo) Itália-Ucrânia, 3-0
01-07 Arena AufSchalke (Gelsenkirchen) Inglaterra-Portugal, 0-0, 1-3 gp

Inglaterra - Paul Robinson; Gary Neville, Rio Ferdinand, John Terry e Ashley Cole; David Beckham (c) (Aaron Lennon, 52) (Jamie Carragher, 119), Frank Lampard, Owen Hargreaves, Steven Gerrard e Joe Cole (Peter Crouch, 65); Wayne Rooney

Portugal: Ricardo; Miguel, Ricardo Carvalho, Fernando Meira e Nuno Valente; Petit, Maniche e Tiago (Hugo Viana, 74); Figo (c) (Hélder Postiga, 86), Pauleta (Simão, 64) e Cristiano Ronaldo

Rooney expulso (62)

Penáltis: 0-1, Simão; (0-1, Lampard falha); (0-1, Hugo Viana falha); 1-1, Hargreaves; (1-1, Petit falha); (1-1, Gerrard falha); 1-2, Postiga; (1-2, Carragher falha); 1-3, Cristiano Ronaldo

01-07 Commerzbank-Arena (Frankfurt) Brasil-França, 0-1

MEIAS-FINAIS

04-07 Westfalenstadion (Dortmund) Alemanha-Itália, 0-2
05-07 Allianz Arena (Munique) Portugal-França, 0-1

Portugal - Ricardo; Miguel (Paulo Ferreira, 62), Ricardo Carvalho, Fernando Meira e Nuno Valente; Costinha (Helder Postiga, 74), Maniche e Deco; Figo (c), Pauleta (Simão, 68) e Cristiano Ronaldo

França - Fabien Barthez; Willy Sagnol, Lilian Thuram, William Gallas e Eric Abidal; Patrick Vieira e Claude Makelele; Franck Ribery (Sidney Govou, 72), Zinedine Zidane (c) e Florent Malouda (Sylvain Wiltord, 69); Thierry Henry (Louis Saha, 85)

Marcador: 0-1, Zinedine Zidane (33 gp)

JOGO DE ATRIBUIÇÃO DO 3º E 4º LUGARES

08-07 Gottlieb-Daimler-Stadion (Estugarda) Alemanha-Portugal, 3-1

Alemanha - Oliver Kahn (c); Philipp Lahm, Christoph Metzelder, Jens Nowotny e Marcell Jansen; Bernd Schneider, Sebastian Kehl, Torsten Frings e Bastian Schweinsteiger (Thomas Hitzlsperger, 79); Lukas Podolski (Mike Hanke, 71) e Miroslav Klose (Oliver Neuville, 64)

Portugal - Ricardo; Paulo Ferreira, Fernando Meira, Ricardo Costa e Nuno Valente (Nuno Gomes, 69); Costinha (Petit, 46), Maniche e Deco; Simão Sabrosa, Pauleta (Luis Figo, 77) e Cristiano Ronaldo

Marcadores: 1-0, Bastian Schweinsteiger (56); 2-0, Petit (60 pb); 3-0, Bastian Schweinsteiger (78); 3-1, Nuno Gomes (88)

FINAL

09-07 Olympiastadion (Berlim) Itália-França, 1-1, 5-3 gp

7

Zizou e Materazzi, no bom e no mau

FICHA DE JOGO

Árbitro: Horacio Elizondo (Argentina)

ITÁLIA - Gianluigi Buffon; Gianluca Zambrotta, Marco Materazzi, Fabio Cannavaro (c) e Fabio Grosso; Simone Perrotta (Vincenzo Iaquinta, 61), Andrea Pirlo, Gennaro Gattuso e Mauro Camoranesi (Alessandro Del Piero, 86); Francesco Totti (Daniele De Rossi, 61); Luca Toni

FRANÇA - Fabien Barthez; Willy Sagnol, Lilian Thuram, William Gallas e Eric Abidal; Patrick Vieira (Alou Diarra, 56) e Claude Makelele; Franck Ribery (David Trezeguet, 100), Zinedine Zidane (c) e Florent Malouda; Thierry Henry (Sylvain Wiltord)

Marcadores: 0-1, Zidane (7 gp); 1-1, Marco Materazzi (19)

Zinedine Zidane expulso (110)

Penáltis: 1-0, Pirlo; 1-1, Wiltord; 2-1, Materazzi; (2-1, Trezeguet falha); 3-1, De Rossi; 3-2, Abidal; 4-2, Del Piero; 4-3, Sagnol; 5-3, Grosso

8
Zinedine Zidane

O prémio de consolação alemão

5 - Miroslav Klose (Alemanha)
3 - Thierry Henry e Zinedine Zidane (França), Fernando Torres (Espanha), Lukas Podolski (Alemanha), Maxi Rodriguez (Argentina), Ronaldo (Brasil), *Hernán Crespo (Argentina) e David Villa (Espanha)
2 - Bastian Schweinsteiger (Alemanha), Luca Toni e Marco Materazzi (Itália), Patrick Vieira (França), Tomas Rosicky (Rep. Checa), Tim Cahill (Austrália), Paulo Wanchope (Costa Rica), Omar Bravo (México), Agustín Delgado e Carlos Tenorio (Equador), Bartosz Bosacki (Polónia), Steven Gerrard (Inglaterra), Aruna Dindane (Costa do Marfim), Andriy Shevchenko (Ucrânia), Alexander Frei (Suíça), Adriano (Brasil) e Maniche (Portugal)
1 - Jan Koller (Rep. Checa), Zinha, José Fonseca e Rafael Márquez (México), Shunsuke Nakamura (Japão), Ahn Jung-hwan, Lee Chun-soo e Park Ji-sung (Coreia do Sul), Torsten Frings, Oliver Neuville e Philipp Lahm (Alemanha), Yahya Golmohammadi e Sohrab Bakhtiarizadeh (Irão), Flávio (Angola), Didier Drogba, Bakary Kone e Bonaventure Kalou (Costa do Marfim), Nikola Zigic e Sasa Ilic (Sérvia & Montenegro), Abdelkader Coubadja (Togo), John Aloisi, Craig Moore e Harry Kewell (Austrália), Kaká, Fred, Gilberto, Juninho Pernambucano e Zé Roberto (Brasil), Arjen Robben, Robin van Persie e Ruud van Nistelrooij (Holanda), Xabi Alonso, Raúl e Juanito (Espanha), Franck Ribéry (França), Andrea Pirlo, Vincenzo Iaquinta, Alberto Gilardino, Filippo Inzaghi, Francesco Totti, Gianluca Zambrotta, Fabio Grosso e Alessandro Del Piero (Itália), Clint Dempsey (Estados Unidos), Pauleta, Deco, Cristiano Ronaldo, Simão e Nuno Gomes (Portugal), Zied Jaziri, Radhi Jaidi e Jaouhar Mnari (Tunísia), Yassir Al Qahtani e Sami Al Jaber (Arábia Saudita), Ivan Kaviedes (Equador), Peter Crouch, Joe Cole (England) e David Beckham (Inglaterra), Fredrik Ljungberg, Henrik Larsson e Marcus Allback (Suécia), Esteban Cambiasso, Lionel Messi, Carlos Tévez, Javier Saviola e Roberto Ayala (Argentina), Asamoah Gyan, Sulley Muntari, Stephen Appiah e Haminu Dramani (Gana), Andriy Rusol, Serhiy Rebrov e Maksym Kalinichenko (Ucrânia), Tranquillo Barnetta e Philippe Senderos (Suíça), Ronald Gómez (Costa Rica), Nelson Cuevas (Paraguai), Darijo Srna e Niko Kovac (Croátia), e Keiji Tamada (Japão)
Autogolos - Carlos Gamarra (Paraguai), Brent Sancho (Trinidad & Tobago), Cristian Zaccardo (Itália) e Petit (Portugal)

* A FIFA atribuiu o primeiro golo do Argentina-México a Hernán Crespo, apesar de, aparentemente, este não ter tocado na bola

Total: 147 golos (2,30 média)
Melhor ataque: Alemanha (14)
3,367 milhões de espectadores (52,609 em média)

9

2010: finalmente, Espanha, na primeira vez de África

ÁFRICA, FINALMENTE. Espanha, por fim. O Campeonato do Mundo é, pela primeira vez, organizado por um país do continente negro. O baptismo proposto, manda a tradição, passa pelo sacrifício de uma vaca em cada estádio da competição, mas perante os protestos das organizações de defesa dos direitos dos animais é necessário chegar a um compromisso: é apenas morto um boi, a 25 de maio, no Soccer City, em Joanesburgo. Menor compromisso teve o típico, e por vezes irritante – sobretudo para as estações televisivas – barulho das vuvuzelas, que dura toda a competição. Imune a tudo isso, La Roja consagra-se melhor equipa do planeta, graças a um golo de Iniesta, festejado com a camisola na mão, e uma mensagem de homenagem ao amigo Dani Jarque, jogador do Espanhol, falecido em agosto do ano anterior.

Durante a primeira semana, stewards e outros funcionários dos estádios entram em greve, queixando-se de vencimentos demasiado baixos, e são substituídos pela polícia. O fraco poder de compra nota-se igualmente nas bancadas, com baixa percentagem de adeptos negros africanos presentes, face o preço bastante elevado dos ingressos.

A Nova Zelândia, umas das presenças surpresa na África do Sul, acaba o Mundial como única equipa sem derrotas, apesar de ser eliminada na fase de grupos. Além dos All Whites, também Coreia do Norte, Eslováquia e Eslovénia oferecem mais diversidade a um torneio, em que, apesar de a final ser totalmente europeia, o Velho Continente vê apenas 6 das 13 qualificadas chegarem aos oitavos, um recorde negativo.

A organização de um Campeonato do Mundo em África é o maior desafio da FIFA até aí. Não há um dia que o anteceda em que não haja notícia do terror de invasões domiciliárias, car-jacking, raptos e fúria dos locais, nada interessados em ser hospitaleiros para visitantes e comunicação social. No entanto, não é o que acontece. O povo sul-africano abre os braços na direção dos estrangeiros, embora por vezes abusando dos preços, e aproveita bem a oportunidade reclamada em This Time for Africa, hino de Shakira, e no refrão «Waka Waka» («You’re Doing it», «Estão a conseguir fazê-lo») inspirador.

O Saltillo francês, com Domenech e Anelka

A França apresenta-se com expetativas altas, agora com Raymond Domenech no comando técnico, mas tem de lidar com o seu próprio Saltillo já depois do início da competição. Após um empate com o Uruguai na Cidade do Cabo e ao intervalo da derrota dos Bleus, no segundo jogo, frente ao México, o selecionador expulsa da equipa Nicolas Anelka na sequência de uma conversa mais acesa. Contudo, não recolhe o apoio do resto do grupo de trabalho, que se recusa a entrar no autocarro, no dia seguinte, para ir treinar. O adeus prematuro surge ao terceiro jogo, ainda no grupo, frente aos organizadores, que também ficam pela primeira fase. Uruguai e México seguem para os oitavos.

A Inglaterra, agora de Fabio Capello, volta a ficar aquém das expetativas. Gerrard ainda marca cedo frente aos Estados Unidos em Rustenberg, mas um erro do guarda-redes Rob Green após um remate de Clint Dempsey dá o tom cinzento à estreia da seleção dos Três Leões. O nulo numa exibição miserável frente à Argélia é apenas compensada no limite, com o 1-0 salvador, perante a Eslovénia. À margem, a imprensa descreve um regime quase militar imposto pelo técnico italiano, um verdadeiro disciplinador, que mata a alegria dos jogadores. Os Estados Unidos vencem o grupo, e convencem os fãs.

O Brasil é, como sempre, favorito, num grupo que conta com Portugal, de novo apostado em chegar longe. A Coreia do Norte é afastada com inesperada dificuldade (2-1), a Costa do Marfim com um pouco mais de à-vontade (3-1) e o nulo com os portugueses, que empatam ainda com os africanos e goleiam os asiáticos (7-0), carimba o apuramento de ambas as seleções. O único sobrevivente africano entre os últimos 16 é o Gana, que se apura atrás de uma Alemanha que recupera rapidamente do choque inaugural da derrota com a Sérvia. Para a Mannschaft segue-se a Inglaterra, e um golo-fantasma não validado a Frank Lampard, destruída pela velocidade e técnica de Özil e Müller (4-1).

A campeã em título Itália também não dura muito tempo em prova. Os azzurri empatam com Paraguai e Nova Zelândia, e perdem com a Eslováquia, com Pirlo ainda a contas com um problema muscular. Com praticamente o mesmo grupo de jogadores que tinha vencido quatro anos antes, Marcelo Lippi e os transalpinos despedem-se ao fim de três partidas.

Diego Maradona dá show no banco e nas conferências de imprensa. O seu mais prodigioso discípulo, Lionel Messi, parece pronto para receber o testemunho, e espera-se novamente muito da Argentina. Nove pontos em três jogos aparentam reforçar a candidatura e levam a equipa das Pampas até aos oitavos frente ao México. Cai com estrondo logo a seguir, goleada pela Alemanha (4-0).

Felipe Melo afunda o Brasil

A Holanda parece embalar, tal como a Espanha. A seleção laranja faz o pleno no seu grupo, já La Roja ainda perde na estreia frente à Suíça, mas recupera depressa. Segue-se o duelo ibérico com Portugal, com o golo de David Villa, aos 63 minutos, a decidir a contenda. O Brasil bate o Chile por três golos sem resposta, Pretória assiste ao triunfo do Paraguai no desempate por penáltis frente ao Japão. O sonho norte-americano morre perante o Gana, no prolongamento.

Em Port Elizabeth, a Holanda causa sensação ao eliminar o Brasil de Dunga. Robinho ainda coloca o Escrete na frente, mas uma exibição desastrosa de Felipe Melo afunda o resto da equipa. Um erro do médio ajuda Sneijder a empatar, e depois é expulso por pisar Arjen Robben minutos antes do mesmo Sneijder completar o bis e dar o apuramento à Oranje. Nas bancadas, a socialite Paris Hilton é detida por suspeitas de posse de cannabis, mas a queixa será posteriormente retirada e o incidente classificado como um mal-entendido. Entre Uruguai e Gana, surge o vilão. Luis Suárez evita com a mão o golo de Adiyiah nos últimos segundos do prolongamento, e já com o avançado fora de campo, expulso, Asamoah Gyan acerta na trave na conversão do castigo máximo. No desempate por penáltis, ainda lhe resta coragem para assumir e marcar o primeiro, mas os companheiros estão já derrotados.

De Casillas a Iniesta, a pensar em Jarque

Também é dos 11 metros que se decide o Espanha-Paraguai, dos quartos de final. Durante os 90 minutos, Casillas defende o remate do benfiquista Óscar Cardozo, antes de Justo Villar fazer o mesmo a Xabi Alonso. Só que no seguimento da jogada, a bola sobra para David Villa, que não perdoa. Segue-se a Alemanha numa reedição do Euro-2008, agora em Durban. Vence novamente o tiki-taka, com Busquets e Alonso maestros da posse de bola, e Puyol a marcar o golo que garante a primeira final da história à sua seleção.

A Holanda é a outra finalista, depois de ultrapassar os uruguaios na Cidade do Cabo. Forlán assina o golo monumental que provavelmente lhe garante o prémio de melhor jogador, e Maxi Pereira o tento de consolação (3-2). Van Bronckhorst, à beira do final da carreira, e Sneijder e Robben estendem a passadeira para a primeira final desde 1978. Já os sul-americanos voltam a repetir o resultado perante os alemães, e acabam na quarta posição.

Nelson Mandela ainda aparece no pré-jogo, mas apesar do seu inegável carisma não consegue inspirar um duelo leal. O cinismo e a agressividade fazem parte da fórmula encontrada pelos holandeses para combater a fluidez do jogo espanhol. A violenta entrada de Nigel de Jong sobre Xabi Alonso está bem para lá do amarelo mostrado pelo inglês Howard Webb. Os holandeses sentem aí uma certa complacência com um jogo mais agressivo e os espanhóis reagem com uma maior teatralidade. Joga-se pouco futebol.

Chega-se aos 14 amarelos, o dobro dos mostrados na final anterior. Na segunda parte, a melhor oportunidade é mesmo dos holandeses, com Iker Casillas a defender com a perna perante um Robben isolado e com tudo para fazer o golo. No prolongamento, Heitinga vê o segundo amarelo, e a Espanha encontra aí um último fôlego para forçar o golo. Os dois suplentes Navas e Fàbregas combinam, e a bola chega a Iniesta, que ultrapassa Stekelenburg e dedica a maior conquista da história ao velho amigo.

De 1-0 em 1-0 nos jogos a eliminar, com a posse de bola esmagadora a asfixiar os adversários, a Espanha atinge finalmente o seu potencial, mesmo depois da derrota inaugural com a Suíça. Ao Europeu de dois anos antes, soma o Campeonato do Mundo, e não vai acabar por aqui.

RESULTADOS:

África do Sul, de 11 de junho a 11 de julho de 2010
Vencedor: Espanha (1º título)
Finalista vencido: Holanda
3º lugar: Alemanha
4º lugar: Uruguai

GRUPO A

11-06 FNB Stadium Soccer City (Joanesburgo) África do Sul-México, 1-1
11-06 Stadium Green Point (Cidade do Cabo) França-Uruguai, 0-0
16-06 Loftus Versfeld Stadium (Pretória) África do Sul-Uruguai, 0-3
17-06 Peter Mokaba Stadium (Polokwane) México-França, 2-0
22-06 Free State Stadium (Bloemfontein) África do Sul-França, 2-1
22-06 Royal Bafokeng Stadium (Phokeng) Uruguai-México, 1-0

J V E D GM-GS P
Uruguai 3 2 1 0 4-0 7
México 3 1 1 1 3-2 4
África do Sul 3 1 1 1 3-5 4
França 3 0 1 2 1-4 1

GRUPO B

12-06 Nelson Mandela Bay Stadium (Port Elizabeth) Coreia do Sul-Grécia, 2-0
12-06 Ellis Park (Joanesburgo) Argentina-Nigéria, 1-0
17-06 FNB Stadium Soccer City (Joanesburgo) Argentina-Coreia do Sul, 4-1
17-06 Free State Stadium (Bloemfontein) Grécia-Nigéria, 2-1
22-06 Peter Mokaba Stadium (Polokwane) Argentina-Grécia, 2-0
22-06 Moses Mabhida Stadium (Durban) Nigéria-Coreia do Sul, 2-2

J V E D GM-GS P
Argentina 3 3 0 0 7-1 9
Coreia do Sul 3 1 1 1 5-6 4
Grécia 3 1 0 2 2-5 3
Nigéria 3 0 1 2 3-5 1

GRUPO C

12-06 Royal Bafokeng Stadium (Phokeng) Inglaterra-Estados Unidos, 1-1
13-06 Peter Mokaba Stadium (Polokwane) Eslovénia-Argélia, 1-0
18-06 Ellis Park (Joanesburgo) Eslovénia-Estados Unidos, 2-2
18-06 Stadium Green Point (Cidade do Cabo) Argélia-Inglaterra, 0-0
23-06 Nelson Mandela Bay Stad. (Port Elizabeth) Inglaterra-Eslovénia, 1-0
23-06 Loftus Versfeld Stadium (Pretória) Estados Unidos-Argélia. 1-0

J V E D GM-GS P
Estados Unidos 3 1 2 0 4-3 5
Inglaterra 3 1 2 0 2-1 5
Eslovénia 3 1 1 1 3-3 4
Argélia 3 0 1 2 0-2 1

GRUPO D

13-06 Loftus Versfeld Stadium (Pretória) Gana-Sérvia, 1-0
13-06 Moses Mabhida Stadium (Durban) Alemanha-Austrália, 4-0
18-06 Nelson Mandela Bay Stad. (Port Elizabeth) Sérvia-Alemanha, 1-0
19-06 Royal Bafokeng Stadium (Phokeng) Austrália-Gana, 1-1
23-06 FNB Stadium Soccer City (Joanesburgo) Alemanha-Gana, 1-0
23-06 Mbombela Stadium (Mbombela) Austrália-Sérvia, 2-1

J V E D GM-GS P
Alemanha 3 2 0 1 5-1 6
Gana 3 1 1 1 2-2 4
Austrália 3 1 1 1 3-6 4
Sérvia 3 1 0 2 2-3 3

GRUPO E

14-06 FNB Stadium Soccer City (Joanesburgo) Holanda-Dinamarca, 2-0
14-06 Free State Stadium (Bloemfontein) Japão-Camarões, 1-0
19-06 Moses Mabhida Stadium (Durban) Holanda-Japão, 1-0
19-06 Loftus Versfeld Stadium (Pretória) Dinamarca-Camarões, 2-1
24-06 Royal Bafokeng Stadium (Phokeng) Japão-Dinamarca, 3-1
24-06 Stadium Green Point (Cidade do Cabo) Holanda-Camarões, 2-1

J V E D GM-GS P
Holanda 3 3 0 0 5-1 9
Japão 3 2 0 1 4-2 6
Dinamarca 3 1 0 2 3-6 3
Camarões 3 0 0 3 2-5 0

GRUPO F

14-06 Stadium Green Point (Cidade do Cabo) Itália-Paraguai, 1-1
15-06 Royal Bafokeng Stadium (Phokeng) Nova Zelândia-Eslováquia, 1-1
20-06 Free State Stadium (Bloemfontein) Paraguai-Eslováquia, 2-0
20-06 Mbombela Stadium (Mbombela) Itália-Nova Zelândia, 1-1
24-06 Ellis Park (Joanesburgo) Eslováquia-Itália, 3-2
24-06 Peter Mokaba Stadium (Polokwane) Nova Zelândia-Paraguai, 0-0

J V E D GM-GS P
Paraguai 3 1 2 0 3-1 5
Eslováquia 3 1 1 1 4-5 4
Nova Zelândia 3 0 3 0 2-2 3
Itália 3 0 2 1 4-5 2

GRUPO G

15/06 Nelson Mandela Bay Stad. (Port Elizabeth) Costa do Marfim-Portugal, 0-0

Costa do Marfim - Boubacar Barry; Guy Demel, Kolo Touré (c), Didier Zokora e Siaka Tiéné; Yaya Touré; Aruna Dindane, Emmanuel Éboué (Romaric N’Dri, 89), Cheick Tioté e Salomon Kalou (Didier Drogba, 66); Gervinho (Kader Keïta, 82)

Portugal - Eduardo; Paulo Ferreira, Ricardo Carvalho, Bruno Alves e Fábio Coentrão; Pedro Mendes e Raul Meireles (Rúben Amorim, 85); Danny (Simão, 55), Deco (Tiago, 62) e Cristiano Ronaldo (c); Liedson

15/06 Ellis Park (Joanesburgo) Brasil-Coreia do Norte, 2-1
20/06 FNB Stadium Soccer City (Joanesburgo) Brasil-Costa do Marfim, 3-1
21/06 Stadium Green Point (Cidade do Cabo) Portugal-Coreia do Norte, 7-0

Portugal - Eduardo; Miguel, Ricardo Carvalho, Bruno Alves e Fábio Coentrão; Tiago Pedro Mendes e Raul Meireles (Miguel Veloso, 70); Simão (Duda, 74), Hugo Almeida (Liedson, 77) e Cristiano Ronaldo (c)

Coreia do Norte - Ri Myong-Guk; Pak Chol-Jin, Ri Jun-Il e Ri Kwang-Chon; Cha Jong-Hyok (Nam Song-Chol, 75), Mun In-Guk (Kim Yong-Jun, 58), An Yong-Hak, Pak Nam-Chol (Kim Kum-Il, 58) e Ji Yun-Nam; Jong Tae-Se e Hong Yong-Jo (c)

Marcadores: 1-0, Raul Meireles (29); 2-0, Simão (53); 3-0, Hugo Almeida (56); 4-0, Tiago (60) , 5-0, Liedson (81); 6-0, Cristiano Ronaldo (87); 7-0, Tiago (89)

25/06 Moses Mabhida Stadium (Durban) Brasil-Portugal, 0-0

Brasil - Júlio César; Maicon, Lúcio (c), Juan e Michel Bastos; Gilberto Silva e Felipe Melo (Josué, 44); Dani Alves, Júlio Baptista (Ramires, 82) e Nilmar; Luís Fabiano (Grafite, 85)

Portugal - Eduardo; Ricardo Costa, Ricardo Carvalho, Bruno Alves e Fábio Coentrão; Pepe (Pedro Mendes, 64); Danny, Tiago, Raul Meireles (Miguel Veloso, 84) e Duda (Simão, 54); Cristiano Ronaldo (c).

25/06 Mbombela Stadium (Mbombela) Costa Marfim-Coreia Norte, 3-0

J V E D GM-GS P
Brasil 3 2 1 0 5-2 7
Portugal 3 1 2 0 7-0 5
Costa do Marfim 3 1 1 1 4-3 4
Coreia do Norte 3 0 0 3 1-12 0

GRUPO H

16-06 Mbombela Stadium (Mbombela) Chile-Honduras, 1-0
16-06 Moses Mabhida Stadium (Durban) Suíça-Espanha, 1-0
21-06 Nelson Mandela Bay Stad. (Port Elizabeth) Chile-Suíça, 1-0
21-06 Ellis Park (Joanesburgo) Espanha-Honduras, 2-0
25-06 Loftus Versfeld Stadium (Pretória) Espanha-Chile, 2-1
25-06 Free State Stadium (Bloemfontein) Honduras-Suíça, 0-0

J V E D GM-GS P
Espanha 3 2 0 1 4-2 6
Chile 3 2 0 1 3-2 6
Suíça 3 1 1 1 1-1 4
Honduras 3 0 1 2 0-3 1

OITAVOS DE FINAL

26-06 Nelson Mandela Bay Stad. (Port Elizabeth) Uruguai-Coreia do Sul, 2-1
26-06 Royal Bafokeng Stadium (Phokeng) Gana-Estados Unidos, 2-1 ap
27-06 Free State Stadium (Bloemfontein) Alemanha-Inglaterra, 4-1
27-06 FNB Stadium Soccer City (Joanesburgo) Argentina-México, 3-1
28-06 Moses Mabhida Stadium (Durban) Holanda-Eslováquia, 2-1
28-06 Ellis Park (Joanesburgo) Brasil-Chile, 3-0
29-06 Loftus Versfeld Stadium (Pretória) Paraguai-Japão, 0-0, 5-3 gp
29-06 Stadium Green Point (Cidade do Cabo) Espanha-Portugal, 1-0

Espanha - Iker Casillas (c); Sergio Ramos, Gerard Piqué, Carles Puyol e Joan Capdevila; Xabi Alonso (Carlos Marchena, 90) e Sergio Busquets; Andrés Iniesta, Xavi e David Villa (Pedro Rodríguez, 88); Fernando Torres (Fernando Llorente, 59)

Portugal - Eduardo; Ricardo Costa, Ricardo Carvalho, Bruno Alves e Fábio Coentrão; Tiago Mendes, Pepe (Pedro Mendes, 72) e Raul Meireles; Simão (Liedson, 72), Hugo Almeida (Danny, 58) e Cristiano Ronaldo (c)

Marcador: 1-0, David Villa (63)

Ricardo Costa expulso (89)

QUARTOS DE FINAL

02-07 Nelson Mandela Bay Stad. (Port Elizabeth) Holanda-Brasil, 2-1
02-07 FNB Stadium Soccer City (Joanesburgo) Uruguai-Gana, 1-1, 4-2 gp
03-07 Stadium Green Point (Cidade do Cabo) Alemanha-Argentina, 4-0
03-07 Ellis Park (Joanesburgo) Espanha-Paraguai, 1-0

MEIAS-FINAIS

06-07 Stadium Green Point (Cidade do Cabo) Holanda-Uruguai, 3-2
07-07 Moses Mabhida Stadium (Durban) Espanha-Alemanha, 1-0

JOGO DE ATRIBUIÇÃO DO 3º E 4º LUGARES

10-07 Nelson Mandela Bay Stad. (Port Elizabeth) Alemanha-Uruguai, 3-2

FINAL

11-07 FNB Stadium Soccer City (Joanesburgo) Espanha-Holanda, 1-0 ap

10
Mundial 2010

Tanto talento a pisar a fértil África

MARCADORES

5 - Thomas Müller (Alemanha), Wesley Sneijder (Holanda), David Villa (Espanha) e Diego Forlán (Uruguai)
4 - Gonzalo Higuaín (Argentina), Miroslav Klose (Alemanha) e Robert Vittek (Eslováquia)
3 - Luís Fabiano (BRasil), Asamoah Gyan (Gana), Landon Donovan (Estados Unidos) e Luis Suárez (Uruguai)
2 - Carlos Tévez (Argentina), Brett Holman (Nova Zelândia), Elano e Robinho (Brasil), Samuel Eto'o (Camarões), Lukas Podolski (Alemanha), Keisuke Honda (Japão), Chicharito (México), Arjen Robben (Holanda), Kalu Uche (Nigéria), Tiago (Portugal), Lee Chung-yong e Lee Jung-soo (Coreia do Sul), e Andrés Iniesta (Espanha)
1 - Martín Demichelis, Gabriel Heinze e Martín Palermo (Argentina), Tim Cahill (Austrália), Juan e Maicon (Brasil), Jean Beausejour, Mark González e Rodrigo Millar (Chile), Nicklas Bendtner, Dennis Rommedahl e Jon Dahl Tomasson (Dinamarca), Jermain Defoe, Steven Gerrard e Matthew Upson (Inglaterra), Florent Malouda (França), Cacau, Arne Friedrich, Marcell Jansen, Sami Khedira e Mesut Özil (Alemanha), Kevin-Prince Boateng e Sulley Muntari (Gana), Dimitris Salpingidis e Vasilis Torosidis (Grécia), Daniele De Rossi, Antonio Di Natale, Vincenzo Iaquinta e Fabio Quagliarella (Itália), Didier Drogba, Salomon Kalou, Romaric e Yaya Touré (Costa do Marfim), Yasuhito Endo e Shinji Okazaki (Japão), Cuauhtémoc Blanco e Rafael Márquez (México), Klaas-Jan Huntelaar, Dirk Kuijt, Giovanni van Bronckhorst e Robin van Persie (Holanda), Winston Reid e Shane Smeltz (Nova Zelândia), Yakubu Aiyegbeni (Nigéria), Ji Yun-nam (Coreia do Norte), Antolín Alcaraz, Cristian Viveros e Enrique Vera (Paraguai), Hugo Almeida, Cristiano Ronaldo, Liedson, Raul Meireles e Simão (Portugal), Milan Jovanovic e Marko Pantelic (Sérvia), Kamil Kopúnek (Eslováquia), Valter Birsa, Robert Koren e Zlatan Ljubijankic (Eslovénia), Bongani Khumalo, Katlego Mphela e Siphiwe Tshabalala (África do Sul), Park Chu-young e Park Ji-sung (Coreia do Sul), Carles Puyol (Espanha), Gelson Fernandes (Suíça), Michael Bradley e Clint Dempsey (Estados Unidos), Edinson Cavani, Álvaro Pereira e Maxi Pereira (Uruguai)
Autogolos - Daniel Agger (Dinamarca) e Park Chu-young (Coreia do Sul)

Total: 145 golos (2,26 média)
Melhor ataque: Alemanha (16 golos)
3,178 milhões de espectadores (49.670 de média)

11

Casillas salvou, Iniesta confirmou domínio espanhol

FICHA DE JOGO

Árbitro: Howard Webb (Inglaterra)

Espanha - Iker Casillas (c); Sergio Ramos, Gerard Piqué, Carles Puyol e Joan Capdevila; Sergio Busquets e Xabi Alonso (Cesc Fábregas, 87); Pedro Rodríguez (Jesús Navas, 60), Xavi e Andrés Iniesta; David Villa (Fernando Torres, 106)

Holanda - Maarten Stekelenburg; Gregory van der Wiel, John Heitinga, Joris Mathijsen e Giovanni van Bronckhorst (c) (Edson Braafheid, 105); Mark van Bommel, Nigel de Jong (Rafael van der Vaart, 99); Arjen Robben, Wesley Sneijder e Dirk Kuijt (Eljero Elia, 71); Robin van Persie

Marcador: 1-0, Andrés Iniesta (116)

12

2014: Maracanazo II, e a Alemanha sob influência de Herr Guardiola

A AMÉRICA DO SUL, e pela primeira vez desde o Argentina-1978. O Brasil, 64 anos depois do Maracanazo, volta a organizar o Campeonato do Mundo, e o raio volta a cair, não no mesmo sítio, mas a 500 quilómetros de distância, ainda do lado de lá da fronteira, em Minas Gerais. O Mineirazo. A Alemanha torna-se a primeira seleção europeia a vencer na América do Sul, e ao mesmo tempo confirma a superioridade do futebol europeu nos últimos anos, sucedendo aos triunfos de Itália (2006) e Espanha (2010). Todos os campeões do passado marcam presença num torneio que obriga as 32 seleções a viajar cerca de 280 mil quilómetros à volta do país, o equivalente a sete voltas ao mundo.

Estreia-se a tecnologia da linha de golo, com 14 câmaras de alta velocidade, que acabam por rever três jogadas e confirmar um golo no França-Honduras, ainda na fase de grupos. As altas temperaturas no Brasil obrigam ainda à introdução de períodos para hidratação. É o árbitro quem escolhe a melhor altura, desde que aconteça depois da meia-hora de cada parte e se esteja acima dos 32 graus. O primeiro surgiu nos oitavos de final, no encontro entre Holanda e México.

A jogar em casa, e de novo com uma super-estrela, o talentoso Neymar, o Escrete parte como grande favorito, apontando ao hexa. O grupo é facilmente ultrapassado, apesar do nulo com o México, já os encontros a eliminar apresentam maiores dificuldades: o Chile obriga a desempate por penáltis e a Colômbia apenas perde por 2-1. O pior vem depois.

O planeta de boca aberta

É a maior humilhação do Brasil em Mundiais. Uma pesada e agonizante goleada sofrida aos pés da Alemanha (1-7) quando até é o grande favorito para chegar a mais uma final. Aos 11 minutos, Müller dá o primeiro sinal, com o golo inaugural e, em apenas mais seis, o mundo desaba em cima da cabeça dos brasileiros, com quatro golos sem resposta. 0-5 ao intervalo, e o planeta inteiro de boca aberta de espanto. Como se não bastasse, Schürrle é lançado para o jogo e marca mais dois. Há muito que as lágrimas inundam as bancadas, e nem o golo de consolação de Óscar consegue travá-las. O povo do Maracanazo é também o do Mineirazo, e o luto volta a cair em cima do futebol-arte.

Sessenta e duas partidas depois, o Brasil volta a sair derrotado de um jogo competitivo em casa, e perderá a seguir, derrubado por uma enorme desilusão, também o encontro de atribuição do terceiro e quarto lugares, frente à Holanda. O golo de Miroslav Klose é o 16º do avançado em Mundiais, o que o torna o máximo goleador da história, à frente do Fenómeno Ronaldo.

O Mundial de M... James

É Lionel Messi quem ganha a Bola de Ouro, mas talvez tenha sido o ex-portista James Rodríguez aquele que maior impacto teve na competição. Marca seis golos, ajuda os cafeteros a ganhar o grupo e a chegar aos quartos de final pela primeira vez na história. Os golos surgem nos cinco primeiros jogos em Mundiais, algo que não acontecia desde a fulgurante entrada de Cubillas a atravessar os Mundiais de 1970 e 1978.

O Bélgica-Estados Unidos dos oitavos, no Arena Fonte Nova, em Salvador, é talvez o encontro mais emocionante de toda a competição, com o norte-americano Tim Howard protagonista de 16 defesas, não evitando, no entanto, a derrota por 2-1, no prolongamento. O golo de honra empurra os States para a frente nos últimos minutos e é por pouco que não obrigam os belgas a um desempate dos 11 metros.

A campeã do mundo Espanha entra em campo como favorita, depois de três títulos sucessivos, um mundial (2010) e dois europeus (2008 e 2012). No entanto, cedo se percebe que há algo errado com a Roja. Na reedição da final de quatro anos antes, é humilhada na estreia pela Holanda (5-1) e volta a perder (2-0) frente ao Chile. Duas derrotas valem a eliminação, tal como tinha acontecido a dois outros campeões em anos recentes: a França, em 2002; e a Itália, em 2010.

Luis Suárez entra, literalmente, a morder nos adversários. Giorgio Chielini é a vitima, o uruguaio ferra-lhe os dentes no ombro. A Celeste Olímpica vence, e o goleador-vampiro não vê qualquer cartão, até ser suspenso posteriormente por nove jogos internacionais, falhando o resto do Mundial. É a mais longa sanção imposta na história da competição.

A goleada que destroça Portugal

Tal como a Espanha, também Itália, Inglaterra e Portugal fracassam no Brasil. A Costa Rica e o Uruguai são as seleções apuradas no Grupo D, e transalpinos e britânicos, estes com apenas um ponto conquistado, recebem ordem para regresso a casa. A Seleção Nacional é goleada pela Alemanha (4-0), com Pepe expulso por agressão, e o score desse jogo de Salvador acaba por penalizar o conjunto de Paulo Bento. Portugal acaba atrás dos Estados Unidos, na terceira posição.

O México volta a cair nos oitavos, tal como nas cinco edições anteriores em que se qualificou. O colombiano Faryd Mondragon torna-se o mais velho de sempre a jogar um Campeonato do Mundo, aos 43 anos e 3 dias, frente ao Japão. É obra!

A final de M... Götze

É a terceira vez que Argentina e Alemanha se encontram na final, depois de 1986 e 1990, com uma vitória para cada lado. Se, como se disse, a Mannschaft esmagara o Brasil nas meias-finais, já os sul-americanos bateram a Holanda no desempate por penáltis. 74 mil estão nas bancadas do Maracanã para ver o embate entre aquela que muitos consideram a melhor equipa – inspirada também nas ideias implementadas por Pep Guardiola no Bayern, um dos maiores fornecedores de jogadores ao conjunto germânico – e o melhor jogador: Lionel Messi.

Joachim Low perde Khedira no aquecimento, e o médio é substituído por Christoph Kramer, mas também este não escapa ao azar. Na sequência de uma colisão com o ex-benfiquista Garay, sofre uma lesão na cabeça e, apesar de continuar em campo, é obrigado a abandonar aos 31 minutos.

Os argentinos estão melhor, e jogam melhor, até contra certa expetativa. Gonzalo Higuaín não aproveita um erro de Toni Kroos na mais flagrante, ainda na primeira parte. No prolongamento, com muitas oportunidades para cada lado, até Messi desperdiça a sua chance já dentro da área. Até que chega o momento decisivo. Com Schürrle no lugar de Kramer, o avançado cruza para Götze, no lado esquerdo do ataque. O alemão domina com o peito, e remata com o pé esquerdo, batendo Romero.

Lionel Messi tem ainda um livre à sua medida, mas atira por cima. No final, mais uma vez, ganha a Alemanha. Ganha Khedira, que também tinha levantado a Champions meses antes, tal como nove antes dele. É a quarta vez que um alemão pode chamar a si mesmo Weltmeister.

RESULTADOS:

Brasil, de 12 de junho a 13 de julho
Vencedor: Alemanha (4º título)
Finalista vencido: Argentina
3º lugar: Holanda
4º lugar: Brasil

GRUPO A

12-06 Arena Corinthians (São Paulo) Brasil-Croácia, 3-1
13-06 Arena das Dunas (Natal) México-Camarões, 1-0
17-06 Estádio Castelão (Fortaleza) Brasil-México, 0-0
18-06 Arena da Amazónia (Manaus) Croácia-Camarões, 4-0
23-06 Estádio Nacional Mané Garrincha (Brasília) Brasil-Camarões, 4-1
23-06 Arena Pernambuco (São Lourenço da Mata) México-Croácia, 3-1

J V E D GM-GS P
Brasil 3 2 1 0 7-2 7
México 3 2 1 0 4-1 7
Croácia 3 1 0 2 6-6 3
Camarões 3 0 0 3 1-9 0

GRUPO B

13-06 Arena Fonte Nova (Salvador) Holanda-Espanha, 5-1
13-06 Arena Pantanal (Cuiabá) Chile-Austrália, 3-1
18-06 Estádio Beira-Rio (Porto Alegre) Holanda-Austrália, 3-2
18-06 Estádio Maracanã (Rio de Janeiro) Chile-Espanha, 2-0
23-06 Arena da Baixada (Curitiba) Espanha-Austrália, 3-0
23-06 Arena Corinthians (São Paulo) Holanda-Chile, 2-0

J V E D GM-GS P
Holanda 3 3 0 0 10-3 9
Chile 3 2 0 1 5-3 6
Espanha 3 1 0 2 4-7 3
Austrália 3 0 0 3 3-9 0

GRUPO C

14-06 Estádio Mineirão (Belo Horizonte) Colômbia-Grécia, 3-0
14-06 Arena Pernambuco (São Lourenço da Mata) Costa do Marfim-Japão, 3-1
19-06 Estádio Nacional Mané Garrincha (Brasília) Colômbia-Costa Marfim, 2-1
19-06 Arena das Dunas (Natal) Grécia-Japão, 0-0
24-06 Arena Pantanal (Cuiabá) Colômbia-Japão, 4-1
24-06 Estádio Castelão (Fortaleza) Grécia-Costa do Marfim, 2-1

J V E D GM-GS P
Colômbia 3 3 0 0 9-2 9
Grécia 3 1 1 1 2-4 4
Costa do Marfim 3 1 0 2 4-5 4
Japão 3 0 1 2 2-6 1

GRUPO D

14-06 Estádio Castelão (Fortaleza) Costa Rica-Uruguai, 3-1
14-06 Arena da Amazónia (Manaus) Itália-Inglaterra, 2-1
19-06 Arena Corinthians (São Paulo) Uruguai-Inglaterra, 2-1
20-06 Arena Pernambuco (São Lourenço da Mata) Costa Rica-Itália, 1-0
24-06 Arena das Dunas (Natal) Uruguai-Itália, 1-0
24-06 Estádio Mineirão (Belo Horizonte) Costa Rica-Inglaterra, 0-0

J V E D GM-GS P
Costa Rica 3 2 1 0 4-1 7
Uruguai 3 2 0 1 4-4 6
Itália 3 1 0 2 2-3 3
Inglaterra 3 0 1 2 2-4 1

GRUPO E

15-06 Estádio Nacional Mané Garrincha (Brasília) Suíça-Equador, 2-1
15-06 Estádio Beira-Rio (Porto Alegre) França-Honduras, 3-0
20-06 Arena Fonte Nova (Salvador) França-Suíça, 5-2
20-06 Arena da Baixada (Curitiba) Equador-Honduras, 2-1
25-06 Arena da Amazónia (Manaus) Suíça-Honduras, 3-0
25-06 Estádio Maracanã (Rio de Janeiro) Equador-França, 0-0

J V E D GM-GS P
França 3 2 1 0 8-2 7
Suíça 3 2 0 1 7-6 6
Equador 3 1 1 1 3-3 4
Honduras 3 0 0 3 1-8 0

GRUPO F

15-06 Estádio Maracanã (Rio de Janeiro) Argentina-Bósnia Herzegovina, 2-1
16-06 Arena da Baixada (Curitiba) Irão-Nigéria, 0-0
21-06 Estádio Mineirão (Belo Horizonte) Argentina-Irão, 1-0
21-06 Arena Pantanal (Cuiabá) Nigéria-Bósnia Herzegovina, 1-0
25-06 Estádio Beira-Rio (Porto Alegre) Argentina-Nigéria, 3-2
25-06 Arena Fonte Nova (Salvador) Bósnia Herzegovina-Irão, 3-1

J V E D GM-GS P
Argentina 3 3 0 0 6-3 9
Nigéria 3 1 1 1 3-3 4
Bósnia & Herzegovina 3 1 0 2 4-4 3
Irão 3 0 1 2 1-4 1

GRUPO G

16-06 Arena Fonte Nova (Salvador) Alemanha-Portugal, 4-0

Alemanha - Manuel Neuer; Jérôme Boateng, Per Mertesacker, Mats Hummels (Shkodran Mustafi, 73) e Benedikt Höwedes; Philipp Lahm (c); Mesut Özil (André Schürrle, 63), Sami Khedira, Toni Kroos e Mario Götze; Thomas Müller (Lukas Podolski, 82)

Portugal - Rui Patrício; João Pereira, Pepe, Bruno Alves e Fábio Coentrão (André Almeida, 65); João Moutinho, Miguel Veloso (Ricardo Costa, 46) e Raul Meireles; Nani, Hugo Almeida (Éder Lopes, 28) e Cristiano Ronaldo (c)

Marcadores: 1-0, Thomas Müller (12 gp); 2-0, Mats Hummels (32); 3-0, Thomas Müller (45); 4-0, Thomas Müller (78)

Pepe expulso (37)

16-06 Arena das Dunas (Natal) Estados Unidos-Gana, 2-1
21-06 Estádio Castelão (Fortaleza) Alemanha-Gana, 2-2
22-06 Arena da Amazónia (Manaus) Portugal-Estados Unidos, 2-2

Portugal - Beto; João Pereira, Ricardo Costa, Bruno Alves e André Almeida (William Carvalho, 46); João Moutinho, Miguel Veloso e Raul Meireles (Varela, 69); Nani, Hélder Postiga (Éder, 16) e Cristiano Ronaldo (c)

Estados Unidos - Tim Howard; Fabian Johnson, Geoff Cameron, Matt Besler e DaMarcus Beasley; Kyle Beckerman; Graham Zusi (Omar González, 90'), Jermaine Jones, Michael Bradley e Alejandro Bedoya (DeAndre Yedlin, 72); Clint Dempsey (c) (Chris Wondolowski, 87)

Marcadores: 1-0, Nani (5); 1-1, Jermaine Jones (64); 1-2, Clint Dempsey (81); 2-2, Varela (90)

26-06 Arena Pernambuco (São Lourenço Mata) Alemanha-Estados Unidos, 1-0
26-06 Estádio Nac. Mané Garrincha (Brasília) Portugal-Gana, 2-1

Portugal - Beto; (Eduardo, 89); João Pereira (Varela, 61), Pepe, Bruno Alves e Miguel Veloso; William Carvalho; Nani, João Moutinho e Rúben Amorim; Éder (Vieirinha, 69) e Cristiano Ronaldo (c)

Gana - Fatawu Dauda; Harrison Afful, John Boye, Jonathan Mensah e Kwadwo Asamoah; Christian Atsu, Emmanuel Agyemang-Badu, Mohammed Rabiu (Afriyie Acquah, 76) e André Ayew (Mubarak Wakaso, 81); Asamoah Gyan (c) e Majeed Waris (Jordan Ayew, 71)

Marcadores: 1-0, John Boye (30 ag); 1-1, Asamoah Gyan (57); 2-1, Cristiano Ronaldo (80)

J V E D GM-GS P
Alemanha 3 2 1 0 7-2 7
Estados Unidos 3 1 1 1 4-4 4
Portugal 3 1 1 1 4-7 4
Gana 3 0 1 2 4-6 1

GRUPO H

17-06 Estádio Mineirão (Belo Horizonte) Bélgica-Argélia, 2-1
17-06 Arena Pantanal (Cuiabá) Rússia-Coreia do Sul, 1-1
22-06 Estádio Maracanã (Rio de Janeiro) Bélgica-Rússia, 1-0
22-06 Estádio Beira-Rio (Porto Alegre) Argélia-Coreia do Sul, 4-2
26-06 Arena Corinthians (São Paulo) Bélgica-Coreia do Sul, 1-0
26-06 Arena da Baixada (Curitiba) Argélia-Rússia, 1-1

J V E D GM-GS P
Bélgica 3 3 0 0 4-1 9
Argélia 3 1 1 1 6-5 4
Rússia 3 0 2 1 2-3 2
Coreia do Sul 3 0 1 2 3-6 1

OITAVOS DE FINAL

28-06 Estádio Mineirão (Belo Horizonte) Brasil-Chile, 1-1, 3-2 gp
28-06 Estádio Maracanã (Rio de Janeiro) Colômbia-Uruguai, 2-0
29-06 Estádio Castelão (Fortaleza) Holanda-México, 2-1
29-06 Arena Pernambuco (São Lourenço Mata) Costa Rica-Grécia, 1-1, 5-3 gp
30-06 Estádio Nac. Mané Garrincha (Brasília) França-Nigéria, 2-0
30-06 Estádio Beira-Rio (Porto Alegre) Alemanha-Argélia, 2-1
01-07 Arena Corinthians (São Paulo) Argentina-Suíça, 1-0 ap
01-07 Arena Fonte Nova (Salvador) Bélgica-Estados Unidos, 2-1 ap

QUARTOS DE FINAL

04-07 Estádio Maracanã (Rio de Janeiro) Alemanha-França, 1-0
04-07 Estádio Castelão (Fortaleza) Brasil-Colômbia, 2-1
05-07 Estádio Nac. Mané Garrincha (Brasília) Argentina-Bélgica, 1-0
05-07 Arena Fonte Nova (Salvador) Holanda-Costa Rica, 0-0, 4-3 gp

MEIAS-FINAIS

08-07 Estádio Mineirão (Belo Horizonte) Brasil-Alemanha, 1-7
09-07 Arena Corinthians (São Paulo) Argentina-Holanda, 0-0, 4-2 gp

JOGO DE ATRIBUIÇÃO DO 3º E 4º LUGARES

12-07 Estádio Nac. Mané Garrincha (Brasília) Brasil-Holanda, 0-3

FINAL

13-07 Estádio Maracanã (Rio de Janeiro) Alemanha-Argentina, 1-0 ap

13
Mineirazo

Um golo sublime e outros cinco na arte de James

MARCADORES:

6 - James Rodríguez (Colômbia)
5 - Thomas Müller (Alemanha)
4 - Lionel Messi (Argentina), Neymar (Brasil) e Robin van Persie (Holanda)
3 - Enner Valencia (Equador), Karim Benzema (França), André Schürrle (Alemanha), Arjen Robben (Holanda) e Xherdan Shaqiri (Suíça)
2 - Abdelmoumene Djabou e Islam Slimani (Argélia), Tim Cahill (Austrália), David Luiz e Óscar (Brasil), Alexis Sánchez (Chile), Jackson Martínez (Colômbia), Bryan Ruiz (Costa Rica), Mario Mandzukic e Ivan Perisic (Croácia), Mario Götze (Alemanha), Mats Hummels, Miroslav Klose e Toni Kroos (Alemanha), Andre Ayew e Asamoah Gyan (Gana), Wilfried Bony e Gervinho (Costa do Marfim), Memphis Depay (Holanda), Ahmed Musa (Nigéria), Clint Dempsey (Estados Unidos) e Luis Suárez (Uruguai)
1 - Yacine Brahimi, Sofiane Feghouli e Rafik Haliche (Argélia); Ángel Di María, Gonzalo Higuaín e Marcos Rojo (Argentina), Mile Jedinak (Austrália), Kevin de Bruyne, Marouane Fellaini, Romelu Lukaku, Dries Mertens, Divock Origi e Jan Vertonghen (Bélgica); Edin Dzeko, Vedad Ibisevic, Miralem Pjanic e Avdija Vrsajevic (Bósnia), Fernandinho, Fred e Thiago Silva (Brasil), Joël Matip (Camarões), Charles Aránguiz, Jean Beausejour, Jorge Valdivia e Eduardo Vargas (Chile), Pablo Armero, Juan Cuadrado, Teófilo Gutiérrez e Juan Quintero (Colômbia), Joel Campbell, Óscar Duarte, Marco Ureña (Costa Rica), Ivica Olic (Croácia), Wayne Rooney e Daniel Sturridge (Inglaterra), Olivier Giroud, Blaise Matuidi, Paul Pogba, Moussa Sissoko, Mathieu Valbuena (França), Sami Khedira e Mesut Özil (Alemanha), Sokratis Papastathopoulos, Georgios Samaras e Andreas Samaris (Grécia), Carlo Costly (Honduras), Reza Ghoochannejhad (Irão), Mario Balotelli e Claudio Marchisio (Itália), Keisuke Honda e Shinji Okazaki (Japão), Giovani dos Santos, Andrés Guardado, Chicharito, Rafael Márquez e Oribe Peralta (México), Daley Blind, Stefan de Vrij, Leroy Fer, Klaas-Jan Huntelaar, Wesley Sneijder e Georgini Wijnaldum (Holanda), Peter Odemwingie (Nigéria), Cristiano Ronaldo, Nani e Varela (Portugal), Aleksandr Kerzhakov e Aleksandr Kokorin (Rússia), Koo Ja-cheol, Lee Keun-ho e Son Heung-min (Coreia do Sul), Xabi Alonso, Juan Mata, Fernando Torres e David Villa (Espanha), Blerim Dzemaili, Admir Mehmedi, Haris Seferovic e Granit Xhaka (Suíça), John Brooks, Julian Gree e Jermaine Jones (Estados Unidos), Edinson Cavani e Diego Godín (Uruguai)
Autogolos - Sead Kolasinac (Bósnia), Marcelo (Brasil), John Boye (Gana), Noel Valladares (Honduras) e Joseph Yobo (Nigéria)

Total: 171 golos (2,67 média)
Melhor ataque: Alemanha (18)
3,429 milhões de espectadores (53.592 média)

14

Götze destruiu sonho de Messi

FICHA DE JOGO

Árbitro: Nicola Rizzoli (Itália)

ALEMANHA - Manuel Neuer; Philipp Lahm (c), Jérôme Boateng, Mats Hummels e Benedikt Höwedes; Bastian Schweinsteiger; Thomas Müller, Christoph Kramer (André Schürrle, 32), Toni Kroos e Mesut Özil (Per Mertesacker, 120); Miroslav Klose (Mario Götze, 88)

ARGENTINA - Sergio Romero; Pablo Zabaleta, Martín Demichelis, Ezequiel Garay e Marcos Rojo; Ezequiel Lavezzi (Sergio Agüero, 46), Lucas Biglia, Javier Mascherano, e Enzo Pérez (Fernando Gago, 86); Lionel Messi (c) e Gonzalo Higuaín (Rodrigo Palacio, 78)

Marcador: 1-0, Mario Götze (113)

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