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Alemanha: o guia

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Alemanha (AP)

ANÁLISE

Ninguém sabe realmente o que fazer com a seleção da Alemanha. Provavelmente, nem elas próprias se reconhecem. A equipa conquistou o ouro olímpico no Rio de Janeiro em 2016, mas foi eliminada nos oitavos de final do Euro 2017 e do Mundial de 2019. Passeou na qualificação para este Europeu, vencendo os sete jogos disputados, mas contra adversários mais fracos. A equipa alemã sabe que já não está mais entre os favoritos. «Mas isso também pode fazer com que algumas equipas nos subestimem», diz a selecionadora, Martina Voss-Tecklenburg.

A defesa, tantas vezes um dos pontos fortes da Alemanha, é agora motivo de preocupação, sobretudo porque Marina Hegering, o esteio de Voss-Tecklenburg, não está em forma. Recentemente, a Alemanha perdeu na Sérvia um jogo de qualificação para o Mundial, o que deixou chocada até Voss-Tecklenburg. É verdade que havia atenuantes: muitas jogadoras lesionadas, algumas tiveram covid e Voss-Tecklenburg poupou também algumas das atletas que chegaram mais longe com o Wolfsburg e o Bayern de Munique na Liga dos Campeões. Ainda assim, a derrota doeu e internamente a equipa técnica sabe que a equipa está longe do que pretende.

A Alemanha está num grupo difícil com a Dinamarca, vice-campeã europeia em 2017, a favorita Espanha, e ainda a Finlândia. A questão que se coloca é se esta equipa incrivelmente talentosa tem o que é preciso para competir ao mais alto nível. Faltam duas médios experientes, Dzsenifer Marozsán (lesionada) e Melanie Leupolz (grávida). Haverá jogadoras suficientes a dar o passo em frente?

«Estamos totalmente focadas no primeiro jogo contra a Dinamarca», diz Voss-Tecklenburg. Ganhando essa partida, a Alemanha, mesmo perdendo com a Espanha, espera derrotar a Finlândia. O primeiro jogo é por isso fundamental.

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Martina Voss-Tecklenburg (AP)

A SELECIONADORA: MARTINA VOSS-TECKLENBURG

Teve uma grande carreira como jogadora, vencendo nada menos que quatro Europeus e sendo eleita Jogadora Alemã do Ano duas vezes. Mas também é recordada por um autogolo numa final da Taça. Em 2003, num dos seus últimos jogos, marcou na própria baliza, dando o título ao FFC Frankfurt, mas depois disse: «É melhor ter acontecido comigo do que com uma das nossas jovens jogadoras». A declaração garantiu-lhe muito respeito e ela conseguiu manter essa reputação intacta como treinadora.

Voss-Tecklenburg levou a Suíça ao Mundial e ao Europeu pela primeira vez e é treinadora da Alemanha desde 2018. O lugar da técnica de 54 anos ainda está seguro, mas as coisas não correram bem no último Mundial, o que custou o lugar nos Jogos Olímpicos. Outro mau resultado pode prejudicar até a reputação a treinadora.

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Sara Dabritz (Getty)

A FIGURA: SARA DÄBRITZ

Na Federação Alemã diziam que Däbritz tinha tanto que simplesmente não se podia perder. Ela sempre foi uma das jogadoras mais habilidosas da Alemanha, mas também amadureceu como líder desde que se mudou para a França, para o PSG, em 2019. Este verão, depois de acordar a mudança para o Lyon, ela deverá ser a líder da Alemanha, especialmente com Marozsán e Leupolz de fora.

Tem apenas 27 anos, mas é uma das poucas jogadoras da seleção alemã que venceu o Europeu em 2013. E apesar de seu sucesso em França, a jogadora natural de Oberpflalz ainda é alguém de pés no chão e gosta das suas raízes. «Sempre que volto a casa, ainda peço bolinhos com algum tipo de assado», diz.

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Lena Oberdorf (AP)

ATENÇÃO A: LENA OBERDORF

Há três anos, bateu o recorde de Birgit Prinz como a jogadora mais jovem da Alemanha num Mundial. Três anos depois, ainda tem apenas 20 anos, mas agora faz parte da espinha dorsal do meio-campo desta seleção alemã. Oberdorf deixa sempre a sua marca em campo. Os seus passes teleguiados podem perfeitamente passar despercebidos, mas todos reparam quando ela se lança num dos seus exuberantes desarmes. E apesar da juventude, ela já tem muita experiência.

Oberdorf não é como as outras jovens de 20 anos que preferem não dizer nada em campo. Ela está sempre a falar e a dizer aos outros o que fazer. As colegas de equipa já lhe chamam «líder» e ela está destinada a ser capitã, mais cedo ou mais tarde.

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Genéricas Maisfutebol

ONZE PROVÁVEL

4-3-3, por vezes 4-2-3-1 a atacar

Frohms;

Gwinn, Hegering (quando recuperar a forma), Hendrich e Rauch;

Oberdorf, Magull e Däbritz;

Wassmuth, Schüller e Huth

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Birgit Prinz (Getty)

REFERÊNCIA HISTÓRICA: BIRGIT PRINZ

A heroína do futebol alemão? Qualquer pessoa que não responda Birgit Prinz ficará desacreditado para sempre. Quase toda a gente na Alemanha conhece Prinz, embora ela tenha jogado numa altura em que o futebol feminino era visto por poucas pessoas. Mas todos sabem que ela era uma atacante rápida, com uma incrível capacidade para marcar golos. Apontou 128 golos em 214 internacionalizações e foi eleita a melhor jogadora do mundo em 2003, 2004 e 2005.

Só havia uma coisa que ela não podia ou não queria fazer: dar entrevistas. Como jogadora não ansiava por qualquer visibilidade - e agora menos ainda. Apesar de estar a despertar novamente o interesse porque faz parte do grupo técnico criado pela Alemanha para o Europeu, como psicóloga da equipa. «Todos podem beneficiar da sua conduta e experiência», defende Voss-Tecklenburg.

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Europeu feminino: Alemanha-Noruega

HISTÓRICO EM EUROPEUS

«Na luta pela bola, a graça feminina desaparece; inevitavelmente, o corpo e a alma sofrem dano», escreveram os homens da Federação Alemã de Futebol, quando proibiram o futebol feminino, em 1955. A proibição foi suspensa em 1970, mas só em 1982 se fez o primeiro jogo internacional. E sabem que mais? Elas tornaram-se muito boas nisso.

A Alemanha costumava ser considerada praticamente vencedora antes mesmo de os Campeonatos Europeus começarem. Venceu oito das nove competições entre 1989 e 2013. As coisas mudaram, mas a seleção germânica chega ao Europeu a saber que são precisos, pelo menos, mais seis Euros para alguém poder igualar os seus oito títulos.

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Alemanha (Getty)

OBJETIVO REALISTA

A Alemanha ainda é uma das favoritas, mas já não está no topo das candidatas. Desta vez, porque um grupo com Espanha e Dinamarca é difícil, a maioria das pessoas ficaria feliz com um lugar nos quartos de final. Chegando lá, a Alemanha poderia jogar contra a Inglaterra, e seria o «underdog».

 

Textos originais de Frank Hellmann e Nicolas Horn, que escrevem para o Zeit.

 

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