Mais uma época a lutar pela sobrevivência, o que no caso do Boavista vai para lá do objetivo desportivo. De novo proibido de inscrever jogadores e com um plantel muito limitado, é sob um mar de dúvidas que o clube enfrenta a nova temporada.
Depois do regresso à Liga, na sequência do processo Apito Dourado, o Boavista já cumpriu dez épocas consecutivas no primeiro escalão, mas em boa parte delas os problemas repetiram-se. A Liga começará mesmo sem que o clube possa inscrever reforços, por causa de dívidas antigas. A SAD, agora presidida pelo antigo avançado Fary Faye, admite que a situação do Boavista é muito delicada.
Na época passada, depois de várias mudanças no banco, a permanência foi garantida na última jornada. Sem acordo para a continuidade do treinador Jorge Simão, o clube recorreu a uma escolha inesperada, o italiano Cristiano Bacci.
Foi ele quem orientou mais uma pré-época difícil, marcada por muitas saídas. Pedro Malheiro e Chidozie já não moram no Bessa e o goleador Bozenik também está na porta de saída, nestes casos com contrapartidas financeiras para o clube, ao contrário de baixas como Makouta, Bruno Lourenço, Sasso ou Martim Tavares.
O médio Ibrahim Alhassan, contratado ao Beerschot, e o avançado Bruninho, emprestado pelo Atlético Mineiro, foram os únicos reforços anunciados, ambos ainda não inscritos. Para tentar compor um plantel depauperado o histórico Boavista, que continua a manter um forte capital de apoio entre os adeptos, terá também de recorrer à formação, na esperança de conseguir levar a bom termo mais uma época.
Classificação da época passada: 15º
Melhor classificação: Campeão nacional em 2000/01
Presenças na I Divisão: 61
Objetivo: Levar a época a bom porto e ficar na Liga
A escolha do sucessor de Jorge Simão no banco do Boavista surpreendeu, ainda que Cristiano Bacci não seja um completo desconhecido. O italiano de 49 anos já treinou o Olhanense na II Liga, tendo chegado ao Algarve no início de 2015 e saído a meio da época 2016/17. Depois disso, não voltou a trabalhar como treinador principal, mas integrou as equipas técnicas de vários clubes, o último dos quais a Udinese, que terminou a época passada com Fabio Cannavaro no banco.
Entradas: Ibrahim Alhassan (Beerschot), Bruninho (Atlético Mineiro, empréstimo)*
Saídas: Gaius Makouta (Alanyaspor), Martim Tavares (Marítimo), Vincent Sasso (Dunquerque), Bruno Lourenço (Amedspor), Luís Santos (Kosice) e Pedro Malheiro (Trabzonspor), Berna Conceição (Felgueiras) e Chidozie (Cincinnati).
*Ainda não inscritos, por impedimento do clube
É um dos dois reforços anunciados pelo Boavista, embora não possa jogar para já, por causa das limitações do Boavista quanto à inscrição de jogadores. Bruninho é um avançado que pode jogar ao centro ou nas alas e à chegada ao Bessa apresentou-se como bom no drible e na capacidade de criar ruturas. Tem 24 anos e chega cedido pelo Atlético Mineiro. Está há muito ligado ao clube e passou por vários empréstimos, tendo-se destacado no Guarani, em 2023, quando fez 45 jogos e marcou 10 golos.