A reconstrução pós-Mundial foi feita em andamento, e apenas de forma parcial, mas ainda assim com danos significativos, tendo em conta a prestação na Liga das Nações, frente a Portugal e França. Ainda assim a qualificação para o Euro foi garantida sem grande sobressalto, embora a equipa nunca tenha parecido inteiramente convincente.
Quatro titulares do Mundial da Rússia retiraram-se entretanto: Danijel Subasic, Ivan Strinic e Mario Mandzukic foram depois seguidos por Ivan Rakitic, mas os sucessores – Dominik Livakovic, Borna Barisic, Nikola Vlasic e Bruno Petkovic – deram boa resposta.
Mesmo assim apareceram falhas em todo o lado, nomeadamente na envelhecida defesa, que se mostrou vulnerável e descoordenada, sobretudo em lances de bola parada. É preciso mais sangue fresco, para além de Duje Caleta-Car, Domagoj Bradaric ou Josko Gvardiol, enquanto que Sime Vrsaljko, de regresso após lesões, parece uma sombra do que já foi.
As informações que saem do balneário são controladas e filtradas apertadamente, mas existem rumores de alguns desentendimentos que se arrastam há algum tempo. Dejan Lovren deixou entender isso mesmo ao referir que aos jogadores mais jovens «falta respeito» pelos elementos mais antigos.
«Os miúdos dão algumas coisas como garantidas, mas devem mudar a atitude perante a equipa e perante os jogadores mais jovens», afirmou o experiente central.
O selecionador, Zlatko Dalic, refutou depois as especulações em torno de um conflito na equipa, mas assumiu «falta de química». «Os jovens precisam de mostrar respeito e perceber que é preciso tempo para que formem parte da equipa», afirmou.
Em vez de procurar um substituto para Rakitic, no meio-campo, Dalic optou por mudar a equipa para um 4x2x3x1, com Vlasic a impressionar no papel de n.º 10. Mario Pasalic e Andrej Kramaric são alternativas para essa posição. Marcelo Brozovic, vital para o equilíbrio defensivo da equipa, tem cada vez mais importância, especialmente porque não existe uma alternativa realista para o médio com pulmão de ferro. Mateo Kovavic tem 66 internacionalizações, mas ainda não é visto como um titular, nunca o foi.
No ataque as opções também são limitadas. Petkovic foi excelente, em algumas ocasiões da fase de apuramento, mas já teve a sua dose de problemas e de quebras de forma. Na sua ausência, Dalic já tentou jogar sem um ponta de lança propriamente dito, e com um 4x4x2 em losango com dois extremos na frente. Isto não resultou muito bem, e por isso Ante Budimir, um ponta de lança mais clássico, foi chamado como alternativa para o sistema habitual, mas não é de excluir que o selecionador tenha esse plano B.
A experiência da Rússia é um enorme bónus para a equipa, em termos de mentalidade. A seleção croata parece mais instável, de momento, mas se as peças do puzzle encaixarem, então podem estar a caminho grandes feitos uma vez mais.