Data de nascimento: 9/1/1995
Clube: Dínamo Zagreb
Posição: Guarda-redes
Vindo de uma família academicamente impressionante – o pai, engenheiro civil, Zdravko, é antigo secretário de estado no ministério do mar, transportes e infraestruturas, o avô paterno, Vojmil, era radiologista e a sua avó professora de inglês –, Livakovic jogava basquetebol em criança. Felizmente para a seleção escolheu jogar futebol, mas tinha um plano B. Entrou na universidade para estudar diplomacia e relações internacionais. «Meti isso “em gelo” nesta altura, mas ainda é algo que quero fazer mais tarde na vida», diz. É o titular na baliza da seleção desde 2019.
Data de nascimento: 2/4/2000
Clube: Bayern de Munique
Posição: Lateral direito
O lateral-direito nascido em Munique optou por representar o país dos seus pais em vez da Alemanha, embora tenha feito parte dos sub-19 lá. Curiosamente, foi-lhe dada a estreia na seleção por Zlatko Dalic apenas três meses depois de assinar contrato profissional com o Bayern, mas também meses antes de se estrear pelos sub-21 da Croácia. No Bayern é suplente e pela Croácia também, mas até agora uma opção viável.
Data de nascimento: 10/11/1992
Clube: Rangers
Posição: Lateral esquerdo
Ter um pai conhecido no submundo criminal não ajuda particularmente a tornares-te futebolista profissional, ou pelo menos não no estatuto junto dos adeptos. Stipe “Moljac” Barisic pode ter aparecido mais vezes no tribunal do que o seu filho em campo pela seleção, mas Borna tem-se mostrado bem desde a mudança para a Escócia e é agora a segunda opção na posição de lateral-esquerdo.
Data de nascimento: 2/2/1989
Clube: Tottenham
Posição: Extremo esquerdo
Costumam chamar-lhe de galinha e tem uma tatuagem desse animal na perna direita. É um lembrete da altura em que se mudou para o Sochaux, em França, vindo Hadjuk Split, aos 17 anos, sem sequer participar num jogo oficial pelo seu clube de infância. Fê-lo para salvar a quinta de galinhas do pai, que estava com problemas financeiros e precisava desesperadamente do dinheiro. Perisic ganhou títulos no Borussia Dortmund, Bayern de Munique e Inter Milão, bem como uma Liga dos Campeões pelos bávaros. Bom jogador de voleibol de praia, até participou uma vez num torneio profissional, mas leva uma vida pacata, evitando presenças públicas fora dos relvados.
Data de nascimento: 24/1/1998
Clube: Sassuolo
Posição: Defesa central
Até os adeptos mais fanáticos iam ter dificuldades em dizer algo sobre o então defesa do Spezia quando fez a estreia pela Croácia, em junho. É compreensível, visto que saiu para Itália aos 16 anos e teve dificuldades com mudanças entre clubes, empréstimos e lesões antes de jogar na Serie A. E foi uma estreia pela seleção e tanto: um jogo em casa frente aos campeões do mundo, França, na Liga das Nações, que terminou 1-1, com Erlic a jogar bem. Foi tão inesperado, ainda assim, que teve de falhar o casamento do irmão para jogar. «Senti-me mal», disse. «Mas é isto que significam os treinos e os sacrifícios todos que fiz.»
Data de nascimento: 5/7/1989
Clube: Zenit
Posição: defesa central
De teorias da conspiração ao conteúdo LGBTQIA+ da Disney, o fala-barato da seleção parece ter uma opinião sobre tudo – bem, além do Qatar receber o Mundial e da guerra na Ucrânia. Apesar de poder ter perdido o seu lugar como titular, não se preocupa muito: «Não preciso de uma braçadeira, sou um líder de balneário», disse recentemente, queixando-se também que tem estado sob «forte pressão» no seu país após decidir ficar na Rússia como capitão do Zenit. Experiências passadas em torneios incluem ser fotografado nu no Mundial 2014 – muito para seu desgosto.
Data de nascimento: 17/1/1998
Clube: Rennes
Posição: Médio ofensivo
Há 14 anos Majer acompanhou Modric a campo antes de um dérbi entre Dínamo e Hadjuk. Pouco depois Modric foi vendido ao Tottenham e Majer continuou a sua formação em clubes mais pequenos após deixar o Dínamo. Regressou 10 anos mais tarde, fez nome e agora é a arma secreta da Croácia e um jogador muito cobiçado ao Rennes. A sua antiga fotografia com Modric tornou-se viral em setembro, depois de Majer marcar o golo da vitória frente à Dinamarca na Liga das Nações, e o capitão foi o primeiro a dar-lhe os parabéns.
Data de nascimento: 6/5/1994
Clube: Chelsea
Posição: Médio
«Estamos bêbados como pequenos gatinhos», murmurou ao agarrar o microfone no palco, após o regresso do Mundial 2018, em Zagreb, como se tivesse algo importante para dizer que não pudesse esperar mais um segundo. Foi particularmente bizarro vindo de um rapaz que é muitas vezes conhecido como «Menino de coro» – porque, bem, foi um menino de coro e conheceu a sua futura mulher quando estavam no coro juntos. O vencedor da Liga dos Campeões por quatro vezes (embora só tenha jogador numa final, em 2021, e por apenas 10 minutos) joga na seleção há nove anos, mas apenas a titular depois da retirada internacional de Rakitic em 2019.
Data de nascimento: 19/6/1991
Clube: Hoffenheim
Posição: Ponta de lança
Durante 16 anos o menino de Zagreb foi no mesmo comboio para o treino, estabelecendo recordes goleadores na academia do Dínamo, mas fez nome para si próprio fora do clube. Kramaric fez parte da equipa do Leicester que venceu a Premier League em 2015/2016 – embora tenha jogado apenas duas vezes antes de ser emprestado ao Hoffenheim, clube no qual ainda joga. Desde então, cresceu até uma espécie de segundo-avançado que brilha entrelinhas, mas, por todas as suas qualidades, nunca foi ideal para a forma como joga a Croácia. É, ainda assim, filosófico sobre o assunto: «Há uma vantagem por cada fraqueza», disse. «Pode-me faltar agressividade e por vezes sou demasiado frio, mas é isso que faz marcar golos ser fácil para mim.»
Data de nascimento: 9/9/1985
Clube: Real Madrid
Posição: Médio
Já passaram 16 anos, mas agora parece que Modric está lá desde sempre. Tem 37 anos e ainda é a sua equipa. É capitão, ícone, recordista pelas suas mais de 150 internacionalizações; o mais importante, o melhor e facilmente mais bem-sucedido da história da nação, mas ainda assim Modric não é universalmente adorado no seu país. A razão é o julgamento Mamic, o maior caso de corrupção no futebol croata, quando mudou o seu testemunho inicial e disse que «não se lembrava» de pormenores chave que iam a favor da acusação. As acusações de perjúrio foram posteriormente retiradas, mas as consequências para o estatuto de Modric mantiveram-se, mesmo depois do sucesso surpreendente do Mundial 2018.
Data de nascimento: 16/11/1992
Clube: Inter Milão
Posição: Médio
Brozovic é obcecado por jogos de pub, como dardos, bilhar e matraquilhos, por isso, quando procurava casa na sua nativa Velika Gorica, comprou um apartamento que tinha um grande e popular bar no rés do chão. Saiu da escola aos 16 anos porque o pai, carniceiro, disse-lhe «futebol e escola não combinam.» Brozovic podia ter continuado com o negócio de família se o futebol não resultasse, mas em vez de cortar porco está a cortar as defesas da Serie A com os seus passes. É um herói não celebrado da Croácia, que não tem propriamente substituto para o médio com pulmões de ferro. É conhecido por «Epic Brozo» pela sua, bem, «épica» celebração de golo.
Data de nascimento: 18/1/1996
Clube: Atlético Madrid
Posição: Guarda-redes
Numa das primeiras entrevistas como sénior, o jovem Grbic foi questionado sobre se, além do Hadjuk, apoiava mais algum clube. A resposta nem foi perto do que o repórter podia pensar: «PSV Eindhoven. Sou fanático por eles desde que chegaram às meias-finais da Liga dos Campeões em 2005.» O seu falecido pai, Josip, foi presidente do Hadjuk, mas a carreira de Grbic ascendeu quando saiu do clube. Estava na baliza da seleção no jogo final da fase de qualificação frente à Rússia, sendo que uma vitória por 1-0 segurou o lugar dos croatas no Mundial.
Data de nascimento: 4/10/1997
Clube: Torino
Posição: Médio ofensivo
Josko Vlasic, antigo decatleta e aclamado treinador de fitness, já tinha treinado uma atleta de topo – a sua filha Blanka, do salto em altura – quando começou a treinar individualmente com o seu filho mais novo, e a melhorar as suas qualidades desde que Nikola tinha quatro anos e meio. «Jogávamos em todo o lado. Até na sala de estar ou no elevador», disse Josko. Compensou: embora tenha falhado em afirmar-se na Premier League – por duas vezes – tem-se mostrado presença de valor pela Croácia, apesar de raramente jogar no seu papel natural de número 10.
Data de nascimento: 26/8/1993
Clube: Hadjuk Split
Posição: Ponta de lança
Em Split, Livaja é Deus na terra; muitas pessoas, desde crianças a idosos, usam a sua camisola ou uma t-shirt com a sua imagem. Livaja voltou a Hadjuk no verão de 2021, sentindo que tinha algo a provar – mesmo que apenas por empréstimo até ao fim da época. Foi recrutado ao seu clube de infância pelo Inter aos 16 anos, nunca ficando demasiado tempo em qualquer clube depois disso. Mas floresceu num ambiente conhecido; os adeptos organizaram uma enorme campanha para que ficasse no clube, o que aconteceu, reconhecendo o carinho com movimentos atrativos e golos, tornou-se numa superestrela local. «Mesmo que me quisesse ir embora isso teria sido impossível com tudo o que os adeptos fizeram por mim», disse. Deu provas pela Croácia e agora, aos 29 anos, está pronto para se apresentar ao mundo.
Data de nascimento: 9/2/1995
Clube: Atalanta
Posição: Médio
Pasalic tinha 17 anos e era considerado um talento de topo quando os seus sonhos foram destruídos por uma grave infeção bacterial. Passou os seis meses seguintes no hospital: «Houve alturas em que pensei que não voltaria a jogar», disse. Um ano mais tarde marcou ambos os golos pelo seu clube de infância, Hadjuk Split, na vitória no dérbi frente ao Dínamo, e no verão seguinte assinou pelo Chelsea. Esteve no cube de Londres por seis anos e nunca se estreou, sendo atirado para vários empréstimos. Deu provas em Espanha, França, Itália e Rússia, e acabou por ficar na Atalanta que o contratou em definitivo em 2020.
Data de nascimento: 16/9/1994
Clube: Dínamo Zagreb
Posição: Ponta de lança
Petkovic é o Dr. Jekyll e Mr Hyde do futebol croata; nunca sabes que versão vais ver. Em 2018, não marcava há quase dois anos: era um avançado forte e grande, a jogar regularmente pela Serie A e Serie B, que não conseguia encontrar as redes há 620 dias ou 2300 minutos em campo. O Dínamo contratou-o, ainda assim, e floresceu, chegando à seleção nacional. Agora já se passaram mais de dois anos desde que marcou pela seleção, mas entretanto falhou muitos jogos, sendo deixado de fora pelo seu mau momento de fora. Quando está totalmente apto e no seu melhor é um jogador incrível: apesar do seu perfil de clássico ‘9’ impressiona ainda mais com a sua visão e técnica.
Data de nascimento: 22/7/1991
Clube: Osasuna
Posição: Ponta de lança
Budimir, refugiado de guerra da Bósnia, nunca jogou por um grande clube na Croácia e só se estreou na seleção aos 29 anos. Com o seu espírito lutador, trabalho árduo sem bola e forte presença no ar, lembra aos adeptos o icónico Mario Mandzukic. Também frequentou a universidade, terminando os exames na faculdade de Zagreb em economia e gestão. «Todos os avançados querem marcar, mas não quero que esse seja o meu objetivo principal», disse. «Em todos os jogos há muitas outras coisas a serem feitas para ajudar a equipa.»
Data de nascimento: 29/12/1992
Clube: Dínamo Zagreb
Posição: Extremo
Orsic eliminou o Tottenham da Liga Europa em 2021 com um incrível hat-trick e esta época marcou o golo da vitória frente ao Chelsea na Liga dos Campeões que levou ao despedimento de Thomas Tuchel. Definitivamente florescendo tarde, o humilde e quase universalmente adorado extremo, teve de jogar na Serie B italiana, Eslovénia, Coreia do Sul e China para finalmente chegar onde queria: ser estrela do clube que sempre apoiou. E vai à sua segunda grande competição. Uma opção vinda do banco, é o substituto de Perisic.
Data de nascimento: 21/1/1998
Clube: Estugarda
Posição: Lateral esquerdo
«Perturbar a ordem estabelecida», diz uma das tatuagens do lateral-esquerdo, feita abaixo do seu peito. E foi exatamente isso que fez em maio do ano passado, declarando-se elegível para jogar pela Alemanha depois de receber cidadania devido à sua mãe nascida em Berlim. Depois de perceber que não seria chamado ao Euro por Zlatko Dalic decidiu seguir com uma suposta iniciativa de Joachim Löw, mas a troca aconteceria demasiado em cima da prova. Sosa fez um pedido de desculpas público e no fim do ano já jogava pela Croácia. Grande amante de animais, apadrinha um elefante no zoo de Estugarda, ajuda um resort de vida selvagem em África e «adotou» um koala chamado Jimmy na Austrália.
Data de nascimento: 23/1/2002
Clube: Leipzig
Posição: Defesa central
Afetivamente chamado de “Pep” pelas semelhanças do seu apelido com o nome do treinador do Manchester City (e Josko também é uma forma Josip/Josep), Gvardiol é o novo menino de ouro da Croácia. Um defesa muito moderno pronto para o topo. Ganhou o afeto da nação, entre outras coisas, por uma entrevista hilariante depois da Croácia bater a Rússia para garantir a qualificação: «Esta vitória é para o futuro… aliás, não faço ideia do que estou a dizer agora», disse. Fez parte das escolhas Next Generation do Guardian em 2019 e agora é um titular certo da Croácia, aos 20 anos. É provável que se mude para um grande europeu no verão.
Data de nascimento: 29/4/1989
Clube: AEK Atenas
Posição: Defesa central
O folião do grupo que tem uma quinta de porcos em Donji Miholjac – «Tenho vários restaurantes que me compram a carne e sabem que é fresca», disse – joga todos os jogos como se fossem o último. No Qatar até pode ser, se Vida jogar de todo. O filho de um antigo jogador local de culto, Rudika, um avançado voador que marcou a maior parte dos seus golos com a sua famosa testa, Vida viaja para aquele que será certamente o seu torneio de despedida.
Data de nascimento: 16/8/1995
Clube: Celtic
Posição: Lateral direito
A maior parte dos seus colegas jogou por vários escalões jovens, mas não Juranovic: era um jogador anónimo da 3.ª divisão que ganhou uma competição nacional de jogadores amadores. Isto intrigou o Hadjuk ao ponto de assinarem com ele para a equipa de reservas quando tinha 19 anos. O seu salário semanal inicial era de cerca de 170 euros. Dois anos mais tarde, estreou-se pela seleção, fazendo a transição de médio ofensivo para lateral desde então, mas foi apenas no Europeu, no ano passado, que se estabeleceu em pleno na equipa e agora é titular no Celtic e na Cróacia.
Data de nascimento: 1/2/1995
Clube: Osijek
Posição: Guarda-redes
«Não é tarde demais para me tornar pasteleiro se falhar no futebol», diz o jogador cujos pais têm uma pastelaria na cidade de Rijeka. Saiu de casa aos 14 anos para se juntar ao Inter, onde aprendeu a sua arte com Samir Handanovic, mas regressou à Croácia seis anos depois e tornou-se eventualmente num dos melhores guarda-redes da liga. Também deu provas na seleção, não sofrendo golos nos dois jogos de qualificação que jogou, mas também na chocante vitória fora frente à França na Liga das Nações em junho deste ano.
Data de nascimento: 28/2/2000
Clube: Dínamo Zagreb
Posição: Defesa central
Na altura do último Europeu era apenas um jovem a lutar por um lugar no Dínamo; agora é provavelmente titular na Croácia apesar de ter apenas três internacionalizações. Não que alguém fosse reclamar; o central rápido e sólido tem sido crucial em transformar uma defesa envelhecida numa das mais jovens e mais fortes que se vai ver no Qatar. Sutalo tinha 14 anos quando abandonou Metkovic e mudou-se 515 quilómetros para norte para se juntar à academia do Dínamo: motiva-se a ver vídeos no Youtube de centrais de topo «como Sergio Ramos e Virgil van Dijk.»
Data de nascimento: 8/9/2002
Clube: Salzburgo
Posição: Médio ofensivo
Durante a última década houve muitos jogadores com o fardo de serem possivelmente «o próximo Luka Modric»; nenhum deles sobreviveu às expectativas. No final de contas, pode ser um miúdo de fora, Sucic, nascido na Áustria, o herdeiro ao trono: tem 20 anos e já é um membro chave do Salzburgo. É um jogador marcante e capaz de coisas extraordinárias, tudo enquanto parece altamente ponderado – e muito mais direto do que o atual maestro do meio-campo.
Data de nascimento: 14/5/1997
Clube: Eintracht Frankfurt
Posição: Médio
Jakic passou por baixo do radar, jogando – e não sempre a titular – por clubes mais pequenos na Croácia até aos 23 anos, e depois teve uma boa época pelo Dínamo antes de se mudar para Frankfurt. Agora já venceu um troféu europeu, joga a Liga dos Campeões e já fez a estreia na seleção, em outubro do ano passado. «Ri-me o dia todo», disse, lembrando-se do dia em que recebeu a chamada de Zlatko Dalic. «Perguntei-me repetidamente – será possível ter chegado a este nível?»
Textos de Aleksandar Holiga, que escreve para o Telesport.