Ciclismo/Eslovénia
Ninguém no mundo do desporto teve um ano tão vitorioso como Tadej Pogacar e os números (assim como os títulos) comprovam-no.
Além da vitória na Volta a França de forma categórica, o esloveno juntou a Volta a Itália e duas clássicas ao currículo (Liège-Bastogne-Liège e a Lombardia). Por si só estas conquistas já seriam impressionantes, mas a cereja no topo do bolo acabou por ser o «arco-íris», ao sagrar-se campeão do mundo de estrada. Para 2025, os objetivos de Pogacar já estão definidos, mas será difícil superar o registo de 25 vitórias conseguido durante o ano que se passou.
Fórmula 1/Países Baixos
Após conquistar o Mundial de pilotos em três ocasiões, a temporada de 2024 foi provavelmente a mais desafiante dos últimos anos para o neerlandês.
Depois de um início de época com sete vitórias em dez corridas, a segunda metade acabou por ser mais difícil para Verstappen, que teve pela frente um destemido Lando Norris e uma McLaren que se galvanizou e acabou mesmo por levar para casa o troféu de construtores. Aos 27 anos, o piloto da Red Bull tem contrato com a equipa até 2028 e certamente tem o objetivo de chegar aos sete títulos mundiais de Lewis Hamilton, que tem sete.
Natação/França
As piscinas de Paris receberam um inesperado herói nacional, que conquistou quatro medalhas de ouro e uma de bronze nos Jogos Olímpicos.
Perante uma concorrência de maior renome, León Marchand bateu quatro recordes olímpicos e dois europeus, juntando-se a Michael Phelps (entre outros) como um dos únicos atletas a arrecadarem esse número de «ouros» numa só edição. Na memória dos adeptos ficam os triunfos nas provas de 200 e 400 metros estilos, 200 metros costas e 200 metros bruços. Além disso, o francês está também nomeado para melhor nadador europeu do ano.
Ciclismo/Bélgica
Arrancou com um triunfo na Volta ao Algarve a melhor temporada na carreira do ciclista belga. Quem diria que quatro anos após uma queda aparatosa o ainda jovem Remco Evenepoel viria a realizar um fim de época sensacional.
Depois do terceiro lugar na Volta a França e a consequente vitória na classificação da juventude, apenas atrás dos dois extraterrestres (Pogacar e Vingegaard), o homem da Soudal Quick-Step viajou até Paris e arrumou com a concorrência ao vencer a prova de estrada e o contrarrelógio nos Jogos Olímpicos, tornando-se o primeiro na história a vencer ambas na mesma edição. Além disso, realizou o tempo mais rápido nos campeonatos da europa de contrarrelógio.
Salto com vara/Suécia
Se dúvidas ainda existissem de que o sueco é o maior atleta de sempre no salto com vara, a mais recente prestação nos Jogos Olímpicos de Paris acabou com as incertezas.
Aos 25 anos, Duplantis bateu pela décima vez (leu bem) o recorde mundial da disciplina, saltando a 6,25 metros e poucos dias depois voltou a superar essa mesma marca, ao subir até aos 6,26 metros na Diamond League. Além de ficar na história do desporto mundial, esta consecutiva superação valeu 50 mil euros, sendo que por cada vez que bateu o próprio recorde amealhou o montante acima referido. Assim sendo, é natural que tenha levado para casa a medalha de ouro no salto com vara.
De referir ainda que desde junho de 2022, quando chegou à marca dos 6,16 metros, Duplantis bateu por dez vezes o próprio recorde, atingindo os 6,26 metros.
MotoGP/Espanha
A missão de destronar o bicampeão Francesco Bagnaia nunca é fácil, mas a luta e alguns erros do italiano permitiram a Jorge Martín triunfar de forma histórica, já que se tornou o primeiro piloto de uma equipa não oficial a sagrar-se campeão do mundo.
Com apenas três triunfos durante toda a época (GP de Portugal, França e Indonésia), a regularidade do espanhol sobrepôs-se às 11 vitórias de Bagnaia, já que acabou por não terminar três corridas e assim se construiu a vantagem de dez pontos que garantiu o título. Na categoria principal de motociclismo desde 2021, Jorge Martín arrecadou um total de oito vitórias em 74 corridas e uma época absolutamente brilhante valeu-lhe a mudança da Ducati Pramac para a equipa oficial da Aprilia, ao lado de Marco Bezzecchi.
Ténis/Espanha
O ano de 2024 teve algumas despedidas no mundo do desporto, mas porventura a de Rafael Nadal superou todas as outras, não apenas pelo impacto mediático, mas obviamente por tudo o que foi uma das carreiras de maior sucesso na história do ténis.
Em Málaga, a Taça Davis recebeu a despedida do espanhol, que participou num jogo de pares ao lado de Carlos Alcaraz, mas não conseguiu superar a formação dos Países Baixos e acabou eliminado. Um vídeo dos melhores momentos levou Nadal às lágrimas no meio do court e fechou o ciclo de 23 anos como profissional. Ao todo, Rafael Nadal conquistou 22 títulos de Grand Slam, com destaque claro para os 14 em terra batida, no torneio de Roland Garros. Depois de Federer e Murray, Nadal é o terceiro dos «Big Four» a terminar a carreira, mantendo-se ainda no ativo o sérvio Novak Djokovic.
Ginástica/Estados Unidos
Poucos acreditavam que após quase dois anos de paragem, a norte-americana iria regressar na máxima força e exibir-se ao nível que nos tinha habituados em edições anteriores dos Jogos Olímpicos.
Simone Biles foi das primeiras a falar do tema «saúde mental» e o mundo começou a olhar com outros olhos para o mesmo. Um ano depois, a ginasta viajou até Paris e arrecadou quatro medalhas perante a concorrência feroz de Rebeca Andrade. Ainda assim, tornou-se a terceira atleta na história da modalidade a conquistar a medalha de ouro na vertente de «all-round» (juntamente com Larisa Latynina e Vvera Caslavska), juntando-lhe ainda o primeiro lugar na prova de equipas e o ouro no salto, com uma marca absolutamente sensacional de 15,700.
Ténis/Itália
Contra todas as expetativas, o tenista italiano realizou uma temporada quase imaculada em 2024, culminando com a presença no topo do ranking ATP do início ao fim do ano, com mais de três mil pontos de vantagem sobre o alemão Alexander Zverev.
Jannik Sinner conquistou dois Grand Slams durante a época, o primeiro frente a Daniil Medvedev no mítico torneio da Austrália e o segundo já em setembro deste ano, quando levou a melhor sobre o homem da casa, Taylor Fritz, e sagrou-se campeão do US Open. Podemos dizer que a temporada de Sinner foi praticamente composta por «altos», já que além dos títulos palpáveis, o italiano conseguiu igualar um feito apenas conseguido por Roger Federer. Em todos os jogos que disputou, o tenista de 23 anos conseguiu vencer pelo menos um set, nunca terminando qualquer encontro em branco.
Natação/Canadá
Alguns nomes marcaram a natação mundial em 2024, mas certamente nenhum deles com tanto impacto (e em tão tenra idade) como Summer McIntosh. Com apenas 18 anos, a canadiana bateu recordes atrás de recordes e teve um papel de destaque nos Jogos Olímpicos que aconteceram em Paris.
Na bagagem trouxe quatro medalhas, três de ouro (200 metros mariposa, 200 metros e 400 metros estilos) e uma de prata (400 metros livres), batendo o recorde olímpico na prova de mariposa e estabelecendo um tempo canhão de 2.03.03 segundos. Esta prestação colocou-lhe nos ombros a pressão de repetir a história, desta feita nos Mundiais de piscina curta. Ora, voltou a somar medalhas, mais precisamente duas de ouro (400 metros livres e 200 mariposa) e estabeleceu duas novas marcas mundiais em ambas as provas, baixando inclusive dos dois minutos na prova de mariposa.