Uma aposta surpreendente para o banco, muitas saídas e ainda mais caras novas, uma combinação que alimenta dúvidas, mas também expectativa, sobre o que fará o Estoril nesta quarta época consecutiva na Liga.
A preparação da temporada ficou desde logo marcada pela decisão do clube de não manter Vasco Seabra, depois da época em que o Estoril chegou pela primeira vez à final da Taça da Liga mas acabou a sofrer para evitar a descida, e optar em contrapartida por um treinador com pouca experiência, desconhecido da maioria do público.
Da Amoreira já tinham saído jogadores que foram importantes no percurso da última época, mas estavam no clube por empréstimo, como Rodrigo Gomes, Mateus Fernandes, Holsgrove e João Basso. Também ficou consumada a saída do médio João Marques para o Sp. Braga, depois de o negócio pelo internacional sub-21 português ter sido anunciado no início do ano. A eles soma-se a perda do goleador Cassiano, sendo que o mercado ainda está aberto e há mais nomes em cima da mesa associados a possíveis transferências, como o guarda-redes Dani Figueira.
Chegou muita gente nova. Duas opções para a baliza, desde logo, o veterano Joel Robles e o costa-riquenho Kevin Chamorro. Há muito mais, dos regressos de Hélder Costa e Pedro Amaral a Portugal a reforços nos campeonatos nacionais como André Lacximicant, Gonçalo Costa e o lateral Pedro Carvalho, que chega do Belenenses, passando por várias apostas internacionais.
Há no plantel do Estoril jogadores de 15 nacionalidades diferentes, uma sociedade das nações para o treinador Ian Cathro trabalhar, ele que tem também a possibilidade de apostar em muitos jovens, num clube que voltou uma vez mais a dominar a Liga revelação na época passada. O modelo do Estoril passa precisamente por tentar potenciar jogadores jovens e o novo técnico diz que quer tentar aproveitar toda essa «energia» em campo.
Classificação da época passada: 13º
Melhor classificação: 4º (em 2013/14 e 1947/48)
Presenças na I Divisão: 29
Objetivo: Continuar na Liga com uma época mais tranquila
Foi uma enorme surpresa o nome escolhido pelo Estoril para o banco, mas a ligação de Ian Cathro a Portugal vem de longe. O escocês, hoje com 38 anos, já cá andava em 2012, integrado na equipa técnica de Nuno Espírito Santo no Rio Ave. Seguiu com o técnico português para Valência, depois voltou para perto de casa, esteve na equipa técnica do Newcastle e a seguir assumiu a sua única experiência como treinador principal, nos escoceses do Hearts. Ficou apenas sete meses e quando saiu voltou a juntar-se a NES, do Wolverhampton ao Al Ittihad. Fala português fluente, resta ver como fará a equipa do Estoril expressar-se.
Entradas: Yanis Begraoui (Toulouse), Kévin Boma (Rodez), Jandro Orellana (Andorra), Pedro Amaral (Lamia), Kevin Chamorro (empréstimo do Saprissa), Felix Bacher (WSG Tirol), André Lacximicant (Sp. Braga), Pedro Carvalho (Belenenses), Gonçalo Costa (Portimonense), Joel Robles (Al-Qadisiyah) e Hélder Costa (Leeds United).
Saídas: Mateus Fernandes (regressa ao Sporting), João Basso (regressa ao Santos), Holsgrove (regressa ao Olympiakos), Rodrigo Gomes (transferido pelo Sp. Braga para o Wolverhampton), Marcelo Carné (Al Jabalain), Francisco Lemos (Mafra), Cassiano (Avaí) e João Marques (Sp. Braga).
É um reforço com selo de La Masia. Jandro Orellana começou no Espanhol mas mudou-se cedo para o Barcelona, onde cumpriu quase toda a formação, em paralelo com a presença nas seleções jovens de Espanha, ele que é campeão europeu de sub-17 e sub-19. Fez parte da equipa que venceu a Youth League em 2018 e chegou a ser um dos capitães da equipa B do Barcelona. Também entrou na órbita da formação principal, presente em várias convocatórias, mas nunca chegou a ser utilizado. Em 2022, o médio deixou Barcelona para assinar pelo FC Andorra. Jogou duas épocas no clube que pertence a Gerard Piqué, na II Liga espanhola, antes de assinar pelo Estoril. Aos 24 anos, é seguramente um nome a seguir na Liga.