O Famalicão tem sido uma proposta consistente na Liga portuguesa e, apesar de mais uma pré-temporada marcada por muita rotatividade, parte de novo para a época que começa a alimentar expectativas, embora sem assumir desta vez objetivos mais altos do que aquilo que tem conseguido desde o regresso à Liga em 2019, quando terminou sempre na primeira metade da tabela.
O modelo do clube passa pela capacidade de potenciar jogadores e realizar encaixes significativos, o que voltou a acontecer esta época, com as transferências do goleador Jhonder Cádiz e do extremo Puma Rodríguez. Também perdeu vários jogadores que estavam emprestados, como Henrique Araújo, Chiquinho ou Nathan Santos. É o reverso da medalha de uma política que passa igualmente por tirar partido das boas ligações da estrutura para garantir jogadores de clubes com maior dimensão.
O Famalicão propõe-se reduzir a lógica de rotação em nome de maior estabilidade, ainda que tenha voltado a estar ativo também no que diz respeito a contratações. Fez várias apostas interessantes, desde logo os regressos a Portugal do ex-benfiquista Gil Dias, que estava na Polónia cedido pelo Estugarda, do ex-sportinguista Rochinha, vindo da Turquia, ou ainda do avançado espanhol Mario González. Além disso, assegurou a contratação do lateral Rodrigo Pinheiro, internacional jovem por Portugal que deixa o FC Porto, onde se destacou na equipa B, bem como do extremo Diogo Cabral, que chega do Sporting B, e ainda do médio Mathias de Amorim, proveniente do Bordéus.
Armando Evangelista, que continua no banco depois de ter chegado na reta final da última época, tem apesar das muitas movimentações uma boa base do ano passado, embora com uma frente de ataque necessariamente renovada. Depois de uma pré-época com sinais encorajadores, segue-se o arranque da Liga, com estreia de fogo frente ao Benfica.
Classificação da época passada: 8º
Melhor classificação: 6º (2019/20)
Presenças na I Divisão: 10
Objetivo: Consolidar posição na Liga
Armando Evangelista continua em Famalicão, ele que chegou em abril, para a reta final da última temporada, depois da passagem pelos brasileiros do Goiás. Foi a primeira experiência no estrangeiro do treinador de 50 anos, que iniciou o percurso na formação do V. Guimarães, tem muita experiência no futebol nacional e se destacou pelo trabalho em Arouca, levando o clube de volta à Liga e ao histórico quinto lugar em 2022/23.
Entradas: Gil Dias (Estugarda), Van de Looi (Brescia), Rodrigo Pinheiro (FC Porto), Rochinha (Kasimpasa), Ibrahima Ba (Valenciennes), Lucas Calegari (Fluminense), Mario González (Los Angeles FC), Gabriel Cabral (Ferroviária), Diogo Cabral (Sporting), Mathias de Amorim (Bordéus)
Saídas: Nathan (regressa ao Santos), Sorriso (regressão ao Bragantino), Florian Daho (regresso ao Lausanne), Tom Lacoux (regressa ao Bordéus), Henrique Araújo (regressa ao Benfica), Chiquinho (regressa ao Wolverhampton), Filipe Soares (Farense), Puma Rodríguez (Estrela Vermelha), Cádiz (Club Léon) e Théo Fonseca (Felgueiras).
O futebol português lembra-se dele desde a passagem por Tondela, onde chegou em 2020, cedido pelo Villarreal, para uma época de estreia memorável, que se saldou em 15 golos apontados e lhe valeu a transferência para o Sp. Braga. Passou por duas cedências, ao Tenerife e ao Leuven, antes de deixar Portugal para rumar à MLS. Depois de fazer 12 jogos e marcar um golo pelo Los Angeles FC, jogou a segunda metade da época passada no Sp. Gijón. Aos 28 anos regressa à Liga portuguesa, cedido pela equipa norte-americana, à procura de reviver bons tempos.