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FC Porto: o campeão da reinvenção

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FC Porto-Tondela (LUSA/MANUEL FERNANDO ARAUJO)

A Supertaça fez a transição de uma época para a outra. O FC Porto que conquistou a dobradinha na temporada passada será necessariamente diferente da equipa que se prepara para iniciar a campanha pelo bicampeonato. Mas enquanto houver Sérgio Conceição há a garantia de que o dragão pode reinventar-se. Terá de voltar a fazê-lo esta temporada, depois de ter perdido vários dos jogadores que fizeram a diferença no campeonato dominador do FC Porto.

É assim há cinco temporadas, que passam agora a ser seis. De longe o treinador mais antigo nos bancos da Liga, o mais vencedor também, Conceição tem sido, época a época, confrontado com a necessidade de renovação da equipa. E, época a época, encontra soluções para voltar a construir uma equipa à sua imagem, com o grupo como princípio inegociável, mas capaz de potenciar talento e adaptar os jogadores e a forma de jogar, diversificando abordagens táticas ao longo dos anos. Embora a atitude e a alma sejam cultivadas pelo próprio treinador, os «Portos» de Conceição, como dizia o técnico antes da Supertaça, não são equipas só «na raça e no grito».

Num FC Porto vendedor, condição transversal aos clubes portugueses mas reforçada no Dragão pela obrigação de voltar a cumprir as regras financeiras da UEFA, as saídas dos jogadores mais valorizados são uma necessidade de tesouraria. Mesmo no decorrer da temporada, como aconteceu na época passada. Depois de Danilo ou Marega no defeso, em janeiro o FC Porto perdeu Luís Díaz, até então o melhor jogador do campeonato, que foi encantar os adeptos do Liverpool. Corona também saiu com a época a decorrer, bem como Sérgio Oliveira, que foi emprestado à Roma e não voltou ao Dragão, rescindindo no final da temporada para assinar pelo Galatasaray.

E ainda assim, o dragão não deu hipótese. Uma série de 16 vitórias consecutivas, um novo máximo de 58 jogos sem derrotas e um recorde de 91 pontos no campeonato são números que dão a medida da superioridade portista na caminhada para o título, reforçada com a conquista da Taça de Portugal a fechar a época.

Foi uma temporada em que o FC Porto voltou a valorizar jogadores da formação como não acontecia há muito. E depois viu sair, de uma assentada, os principais talentos que se projetaram no Dragão. Vitinha reforçou o PSG, Fábio Vieira saiu para o Arsenal. O clube perdeu também Francisco Conceição. O filho do treinador, o jovem extremo que se tornou uma espécie de talismã a partir do banco, rumou ao Ajax, um negócio bem menos rentável para o clube do que os de Vitinha e Fábio Vieira, num processo que envolveu alguma tensão no universo portista. 

Chancel Mbemba, em final de contrato, foi outra das baixas de vulto no Dragão. E a necessidade de reforçar o centro da defesa levou o FC Porto a avançar para aquela que foi a maior transferência de sempre entre clubes portugueses, a contratação de David Carmo ao Sp. Braga. Até à estreia oficial da época, na Supertaça, só tinha chegado ao Dragão mais um reforço, o avançado brasileiro Gabriel Verón. Depois, em cima do arranque da Liga, o FC Porto avançou para a contratação de André Franco, o médio ofensivo que foi nas últimas épocas a grande referência do Estoril.

Após a vitória na Supertaça, Conceição disse que não queria perder nenhum dos jogadores que estiveram em Aveiro e precisava de reajustes no plantel. Mas dois dias depois confirmou-se nova saída. O jogo com o Tondela, em que foi titular face ao castigo de Diogo Costa, foi mesmo o último de Marchesín, que chegou a acordo com o Celta Vigo. Para suprir a baixa na baliza, os «dragões» avançaram para a contratação de outro guarda-redes, provavelmente no mercado interno.

As principais saídas ainda não foram compensadas, há quase um mês de mercado pela frente e ainda muito pode acontecer, num verão que tem sido tenso para os portistas. Não estará a ser fácil também para o treinador, embora Conceição garanta que nunca pensou em sair e que está aí para fazer o seu trabalho, como sempre.

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FC Porto campeão

Classificação da época passada: Campeão nacional

Melhor classificação: 30 vezes campeão nacional

Presenças na I Divisão: 88

Objetivo: Revalidar o título de campeão

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FC Porto-Tondela (LUSA/MANUEL FERNANDO ARAUJO)

Treinador: Sérgio Conceição

Mais um título, mais um marco para o treinador que, aos 47 anos, ameaça bater todos o recordes no banco do FC Porto. A Supertaça, a uma semana do arranque da Liga 2022/23, foi o oitavo troféu de Sérgio Conceição treinador – tem mais uma mão cheia deles como jogador. Passa a estar ombro a ombro com Artur Jorge como o treinador mais vencedor pelo clube. Foi três vezes campeão nacional, venceu duas Taças de Portugal e três Supertaças e vai para a sexta época no banco.

Este FC Porto confunde-se com Sérgio Conceição, o treinador que concilia a personalidade frontal e impulsiva com a capacidade de unir o grupo à sua volta e fazer crescer a equipa. Nesta altura, ninguém personifica a identidade do clube como ele.

Em 2017, dificilmente alguém imaginaria que cinco anos mais tarde continuaria a ver no banco do FC Porto Sérgio Conceição, o antigo extremo natural de Coimbra que cresceu nas Antas antes de confirmar todo o talento no então poderoso futebol italiano. Naquele verão, Conceição chegou ao Dragão após ter terminado a época anterior no Nantes, na sua única experiência no estrangeiro como treinador, depois de ter começado o percurso no Olhanense e de ter treinado Académica, Sp. Braga e V. Guimarães.

E no entanto, ele aí está. Mostrou ao que vinha logo na primeira temporada, com a conquista do campeonato nacional, interrompendo uma hegemonia do Benfica que se tinha materializado no tetracampeonato das águias. Viu fugir o título na época seguinte para um Benfica que veio de trás, mas cerrou fileiras e recuperou-o na época seguinte. Depois de terminar em segundo o campeonato ganho em 2020/21 pelo Sporting de Rúben Amorim, liderou na época passada a equipa numa caminhada imparável para o seu terceiro título.

Há um ano, renovou até 2024. Os desafios não mudam. Sérgio Conceição vai liderar a equipa na luta por todas as competições – da Liga, onde procura tornar-se pela primeira vez bicampeão nacional – à Liga dos Campeões, onde chegou até agora por duas vezes aos quartos de final, mas a época passada deixou sabor a pouco, com a eliminação na fase de grupos e depois nos oitavos de final da Liga Europa.

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Banco de suplentes

Plantel

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Entradas: David Carmo (Sp. Braga), Gabriel Veron (Palmeiras), André Franco (Estoril);

Saídas: Rúben Semedo (fim de empréstimo), Fábio Vieira (Arsenal), Vitinha (Paris Saint-Germain), Chancel Mbemba (Marselha), Sérgio Oliveira (Galatasaray), Francisco Conceição (Ajax), Mor Ndiaye (Estoril), Marchesín (Celta Vigo), Tomás Esteves (Pisa, empréstimo)

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Gabriel Veron (FC Porto)

Atenção a: Gabriel Veron

É o novo 7 do FC Porto. Era a camisola de Luis Díaz, mas que isso não seja pressão adicional. Até porque Gabriel Veron escolheu o número por causa de Cristiano Ronaldo e também de… Dudu, seu antigo companheiro no Palmeiras. Mas há outro craque bem no início da história de vida de Veron. Sim, o nome do reforço portista é mesmo uma homenagem ao antigo internacional argentino Juan Sebastian Véron, «La Brujita».

Gabriel Veron chegou ao Palmeiras aos 14 anos, indicado pelo presidente do Santa Cruz de Natal, o clube do Rio Grande do Norte que descobriu o seu potencial e que, aliás, detinha até agora parte do seu passe. Estreou-se pela equipa principal aos 17 anos, depois de brilhar no Mundial sub-17 de 2019, onde foi figura da conquista do título pelo Brasil e terminou eleito melhor jogador da competição.

2020 foi o seu ano de afirmação no Palmeiras, primeiro com Vanderlei Luxemburgo e depois com Abel Ferreira. Foi protagonista na conquista de duas Taças dos Libertadores e da Supertaça Sul-Americana e o salto para a Europa, mais tarde ou mais cedo, era inevitável. Abel, que ouviu Luís Campos falar do potencial de Veron ainda antes de treinar o Palmeiras, dizia que o seu jogador nunca poderia ser vendido por menos que Neymar. Não se cumpriu a profecia do treinador português, ainda que a transferência de Veron tenha envolvido valores significativos para a realidade nacional.

Veron, que pode jogar nas várias posições da frente de ataque, chegou ao FC Porto e já conquistou um troféu, depois de ter saído do banco para jogar os últimos minutos da Supertaça. Mas o avançado de 19 anos, que foi apresentado com pompa pelo FC Porto, algo que não se via há muito no Dragão, deve ter de esperar até ganhar a confiança de Sérgio Conceição, como aconteceu com muitos outros jogadores. O treinador já disse que o brasileiro vai precisar de tempo de adaptação. Quanto a Veron, já vem avisado por Abel: «Disse-me que Conceição era muito mais exigente do que ele.»

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Genéricas Maisfutebol

Equipa-tipo

Diogo Costa;

João Mário, Pepe, Marcano (David Carmo), Zaidu;

Otávio, Uribe, Grujic, Pepê;

Evanilson, Taremi

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