A internet era ainda um conceito estranho a grande parte dos portugueses. Dial-ups, ISPs, bandas lentas e estreitas eram expressões que acompanhavam aqueles primeiros dias de Maisfutebol. Tanto, quase tudo, mudou em 21 anos. Menos o essencial: nascemos para contar histórias, gostamos de ter pessoas a ler-nos e não temos grande paciência para ver engravatados nas manchetes. Isso é inegociável.
Neste nosso dia de aniversário, nada melhor do que ler quem mais e melhor nos conhece. Luís Sobral, o diretor fundador e líder da equipa durante mais de uma década, escreveu um artigo imperdível, à boleia dos 20 anos do menino que ajudou a nascer. Pode lê-lo na íntegra AQUI.
«(...) O futebol precisa – mais do que nunca? – de projetos que apelem ao melhor de cada leitor, que sejam espaços saudáveis e que nos contem histórias do jogo. O Maisfutebol é, sem dúvida, um desses locais.
À sua dimensão, o Maisfutebol foi um acelerador, no tempo em que a internet era mais do que um motor de busca, uma plataforma de vídeo e redes sociais. A história do jornalismo dirá se acelerar foi o movimento certo, mas na altura parecia. (...)»
Nuno Madureira, outro dos jornalistas fundadores e, mais tarde, sucessor de Luís Sobral no cargo de diretor, resumiu o nosso projeto com uma expressão muito feliz. Uma expressão saída de mente de Alexandre O'Neill. O que era o Maisfutebol em 2000? Uma coisa em forma de assim. Pode ler AQUI o artigo escrito por altura do 15º aniversário do jornal.
«(...) Lançámos livros, revistas e uma rádio. Reinvidicámos o direito a tentar coisas. Entre sucessos e falhanços, tentámos falhar um pouco melhor a cada vez. Passou o tempo, passaram nomes, vieram outros. Mudámos muito e vimos o mundo mudar também. Tornámo-nos mais móveis, aprendemos a seguir o leitor para qualquer sítio onde precise de nós.»
«Adaptámo-nos a écrãs diferentes, à medida do seu smartphone ou tablet e reinventámo-nos como app, Mas o essencial não muda há 15 anos: gostamos de futebol, de contar histórias e de ter um público que nos lê. O sorriso e a paixão continuam deste lado e são para partilhar. Obrigado por estar aí. Divirta-se, que nós temos feito por isso.(...)»
Mal sabíamos gatinhar e já andávamos de avião para todo o lado. Poucos dias depois da nossa fundação, tivemos o privilégio de assistir in loco a um dos mais emocionantes Campeonatos da Europa da história. Um Europeu que deixou todo o Portugal de mãos na cabeça e inconsolável a 28 de junho, dia da derrota contra França nas meias-finais.
Nuno Madureira, o primeiro enviado-especial do Maisfutebol a uma grande competição de seleções, esteve no «triste fim» português e viu, a poucos metros, aquela bola rematada por Sylvain Wiltord a bater no braço esquerdo de Abel Xavier.
Mas como hoje é dia de festa e queremos sorrisos, nada como lembrar o jogo de estreia da Seleção Nacional. Em Eindhoven, Portugal esteve a perder por 0-2 e teve capacidade e génio para derrotar a Inglaterra por 3-2.
«Uma vitória para a lenda», como notou Nuno Madureira, na bancada de imprensa do estádio holandês.
A inquietação é uma das imagens de marca do Maisfutebol. Com 21 anos, ainda não toleramos o sossego. Essa é uma boa explicação para que, de longe a longe, saltemos para zonas fora de pé. Isto é, fora do mundo digital.
Em 2003, lembrámo-nos de fazer uma parceria com a Media Capital Rádios e criámos a Maisfutebol Rádio. A aventura durou ano e meio, até novembro de 2004. Novos desafios batiam à porta e não havia meios suficientes para estar em todo. Ser ubíquo, a ambição de sempre.
Fizemos coisas engraçadas e vale a pena recordar a emissão de estreia, uma emissão especial para a final da Taça UEFA, em 2003. Começámos a transmitir a partir do Estádio do Restelo e em contacto permanente com os quatro enviados-especiais do projeto a Sevilha.
Em 2005, dois anos mais tarde, iniciámos uma colaboração com a editora Primebooks e publicámos vários livros sobre futebol. Chegámos a fazer o anuário da I e II Liga, em associação com a Liga de Clubes, e editámos em 2011 o «Fenómeno Villas-Boas», no final de uma época de sonho para o treinador e para o FC Porto.
Em 2007 decidimos abraçar o mercado angolano e nasceu o Maisfutebol Angola. O projeto levou-nos, por exemplo, a Paris para acompanhar um Angola-Guiné Conacri e um Angola-Costa do Marfim.
Falta falar da nossa revista. É verdade, também tivemos uma e chegámos a distribuí-la à porta de estádios nesses anos de 2007 e 2008. Tudo gratuito. Parece impossível, não é?
O ano de 2000 foi especialmente divertido para o Maisfutebol. Além da brilhante presença de Portugal no Europeu desse ano, o jornal conseguiu ter um dos mais prometedores treinadores da época a escrever em exclusivo nas suas páginas digitais: José Mourinho.
Recém-saído do Barcelona, José Mourinho teve um hiato competitivo que lhe permitiu pensar e escrever sobre futebol. E que bem ele o fez. O treinador publicou um maravilhoso perfil sobre Rivaldo, que tinha treinado na Catalunha e recebera o prémio de melhor futebolista do mundo: «Quer conhecer Rivaldo?»
José Mourinho escreveu também outra prosa intitulada «Putos para sempre» e despediu-se do jornal - apenas como cronista, claro - num belíssimo texto sobre o Barcelona, que tão bem conhecera nos anos anteriores. «Barcelona, mais do que um clube.»
O Maisfutebol tem 21 anos e a carreira do Special One ao mais alto nível dura ao mesmo tempo. A sua presença nas nossas páginas só acabou quando o Benfica o contratou, em setembro de 2000. Perdeu-se um belo cronista, ganhou-se um ainda melhor treinador.
Fazia sentido. A TVI, nossa irmã mais velha e que tem estado sempre ao nosso lado, abriu-nos as portas e cedeu-nos o espaço de antena na TVI24 às sextas-feiras à noite. A relação começou em fevereiro de 2009 e já leva quase 12 anos. Só pode estar a correr bem.
Já ganhámos alguns prémios, mas o que nos move é mesmo a boa conversa sobre futebol. Para isso temos comentadores de excelência. Agora passámos para os domingos à noite e continuamos com o Pedro Barbosa e o Nuno Gomes, dois antigos internacionais portugueses e uns cavalheiros.
Com eles está o regressado Pedro Ribeiro, um senhor da comunicação, e o ministro Costinha. Todos eles percebem o ADN do Maisfutebol, mesmo que o mundo da televisão se afaste muitas vezes da especificidade do jornal online.
Já levámos muitas gente interessante a este braço televisivo do Maisfutebol e tivemos comentadores que deixaram uma imagem fantástica junto da nossa equipa e, certamente, junto dos nossos telespetadores e leitores.
Toni, Mozer, João Vieira Pinto, Tomaz Morais, Luís Francisco, o diretor Luís Pedro Ferreira e os seus antecessores no cargo, Nuno Madureira e Luís Mateus, fizeram parte dos nossos painéis de comentadores. Um plantel de luxo liderado pela apresentadora Cláudia Lopes.
O Maisfutebol teve a felicidade de nascer a tempo de acompanhar uma fase dourada do futebol português. Poderíamos mencionar as Bolas de Ouro de Luís Figo e Cristiano Ronaldo, ou o estatuto de pop star mundial de José Mourinho, mas aqui vamos limitar-nos aos maiores feitos dos clubes nacionais: as presenças em finais europeias.
A 21 de maio de 2003, estivemos com o FC Porto na inesquecível vitória da Taça UEFA, em Sevilha. 3-2 contra o Celtic num jogo de loucos e muito, muito calor. A era-Mourinho levou os dragões para mais conquistas e uma nova final europeia, essa a mais importante de todas: em Gelsenkirchen, a 27 de maio de 2004, o jornalista Filipe Caetano assinava a crónica do claríssimo 3-0 sobre o Mónaco.
Não ficámos por aí e em dezembro do mesmo ano viajámos até Yokohama, no Japão. Foi lá que vimos o FC Porto a sagrar-se campeão do mundo num jogo contra o Once Caldas.
A 18 de maio de 2005 fomos a outra final europeia, mas para esta não precisámos de gastar milhas aéreas. O Sporting jogou em Alvalade contra o CSKA e perdeu por 3-1.
Depois de alguns anos de ausência, voltámos às grandes finais da UEFA para um jogo 100 por cento português. Também a 18 de maio, mas em 2011, o FC Porto venceu o Sp Braga por 1-0 em Dublin, como testemunharam os jornalistas Vítor Hugo Alvarenga e Pedro Jorge da Cunha.
Mais recentemente estivemos com o Benfica em duas finais da Liga Europa. Em 15 de maio de 2013, o jornalista Luís Pedro Ferreira foi a Amesterdão para o Benfica-Chelsea (1-2) e a 14 de maio foi a vez de Sérgio Pereira estar em Turim para o Benfica-Sevilha (0-0, 2-4 gp).
Sempre com o futebol português. Sempre com os nossos leitores.
Europeus? 2000, 2004, 2008, 2012 e, suspiro!, 2016.
Mundiais? 2002, 2006, 2010, 2014 e 2018.
Para sorte do Maisfutebol e dos seus leitores, os últimos 21 anos têm colocado sempre Portugal nas grandes competições. Os que têm menos de 30 anos nem se acreditarão que décadas a fio os mais velhos andaram a torcer pelo Brasil nos Mundiais e por outra seleção qualquer nos Campeonatos da Europa.
Agora que a Seleção Nacional se prepara para entrar no Euro 2020 - onde estaremos com os jornalistas Sérgio Pires e Vítor Maia -, vale a pena recordar a nossa experiência nas dez fases finais anteriores. Até ao êxtase absoluto em Paris, com a coroação de Portugal como campeão europeu. A Crónica do Jogo, histórica como o golo de Eder, pode e deve ser lida AQUI.
Falta um Mundial a esta seleção. Em 2022 estaremos no Qatar e em 2026 teremos essa hipótese na prova organizada entre Estados Unidos, México e Canadá. Enquanto isso não chega, teremos sempre Paris. E o golo de Eder.
«Um olhar mais profundo sobre a atualidade diária, fotos diferentes, vídeos, entrevistas, reportagens e análises de equipas, jogos e jogadores.»
A 1 de outubro de 2013, o Maisfutebol anunciava assim o lançamento de um produto diferenciador, a MF TOTAL. O resumo diz quase tudo.
Sentimos a necessidade de parar, refletir e respirar melhor sobre o futebol, sem a pressão da notícia de última hora e do noticiário mais imediato. E assim avançámos para a nossa revista digital, que nestes quase oito anos sofreu algumas remodelações, mas que foi reservando o de mais importante. Exatamente o que está nas duas primeiras linhas deste texto.
Em maio de 2016, o CNID atribuiu-nos o «prémio online» e a jornalista Berta Rodrigues, subdiretora nesse período e um dos elementos fundamentais na evolução deste produto gourmet, representou-nos a todos.
A MF TOTAL foi de férias na última semana, mas ainda pode ler AQUI a última edição publicada.
Agosto de 2016 assinalou a estreia olímpica do Maisfutebol. Ao longo de quase um mês, o nosso jornal online esteve no Rio de Janeiro - e arredores - a acompanhar a participação dos atletas portugueses, dos grandes nomes do desporto mundial e a contar todas as histórias possíveis e imagináveis que se desenrolaram à volta do certame.
Faltava-nos esta medalha no currículo. Fomos com espírito de missão e vimos a judoca Telma Monteiro a ganhar a medalha de bronze, mas podemos dizer que esse foi apenas um pormenor nesse maravilhoso Rio-2016.
Viajámos 50 quilómetros para visitar Pau Grande, a terra de Mané Garrincha, estivemos literalmente dentro do court a acompanhar os tenistas João Sousa e Gastão Elias, vimos Usain Bolt de manhã, Rafa Nadal à tarde e Michael Phelps à noite. Tudo no mesmo dia.
Uma magnífica experiência.
No facebook são mais de 520 mil seguidores. No twitter já são mais de 217 mil. No instagram temos 121 mil e no tiktok já quase 340 mil.
Vivemos no apogeu das redes sociais e não ficamos indiferentes ao fenómeno. Procurámos aproximar-nos ainda mais dos nossos leitores e ter uma presença muito ativa nestas quatro plataformas.
Gostamos que os leitores percebam o que fazemos e como o fazemos, gostamos de criar um elo de ligação com quem nos segue há muitos, muitos anos. As redes sociais, com todos os seus defeitos e excessos, vieram também propiciar essa conexão mais forte entre todos.
Queremos acreditar que somos muito modernos e que as gerações mais jovens têm paciência para ler-nos. As nossas contas oficiais nas redes sociais podem ser uma excelente porta de entrada.