O Paços quer prolongar em 2022/23 a tranquilidade com que terminou a época passada. Para isso, apostou na continuidade de César Peixoto, o treinador que chegou a meio da temporada e conduziu a equipa ao 11º lugar. Está lá a base de organização e motivação que tem feito do Paços presença regular na Liga neste século: desde 2000, só por duas vezes desceu, para regressar em ambos os casos logo no ano seguinte. Mas saiu muita gente da Mata Real, incluindo vários jogadores em posições nucleares, obrigando a um desafio adicional para Peixoto na preparação da época.
Na temporada passada, depois do notável quinto lugar em 2020/21, o Paços voltou à Europa, e começou a temporada a ter de conciliar o campeonato com as eliminatórias da Liga Conferência. Passou uma ronda e caiu no play-off com o Tottenham, não arrancou mal na Liga, mas a partir daí tremeu e os maus resultados acabaram por levar à saída de Jorge Simão e à chegada de César Peixoto. A segunda metade da época foi bem mais estável, com a manutenção garantida a quatro jornadas do fim.
Neste defeso, o clube viu sair desde logo a dupla de centrais, Maracás e Marco Baixinho, além do guarda-redes André Ferreira, que reforçou o Granada. Já não estão também os médios Helder Ferreira e Nuno Santos, uma das figuras da época passada. O Paços pretendeu manter o jogador do Benfica, que esteve na Mata Real por empréstimo, tal como os avançados Butzke e Koffi, mas para já sem sucesso. Além disso, ficaram fora das contas da nova época jogadores com potencial mercado como Denilson Junior, melhor marcador da equipa na época passada, e Diaby, cuja saída para o Portimonense foi entretanto selada.
Para a defesa chegou até agora Tiago Ilori. O central cedido pelo Sporting é um nome forte, mas a precisar de validar o estatuto, depois de uma passagem apagada pelo Boavista. Para já César Peixoto encontrou alternativas em casa, nomeadamente Nuno Lima, que já tinha sido lançado na época passada.
A abordagem ao mercado tem passado em boa parte por opções para a frente, claramente curtas na época passada – na Liga, o Paços marcou apenas 29 golos, o segundo pior ataque do campeonato. O clube aproveitou uma parceria com o City Group, dono do Manchester City e de vários outros clubes, para garantir por empréstimo o avançado Arthur Sales. Mas não tem sido um processo linear e há mesmo um reforço anunciado, João Magno, que não convenceu e deixa a Mata Real. No que diz respeito a reforços, ainda há muito em aberto.
Mas já há outros reforços interessantes para seguir em Paços, nomeadamente o extremo holandês Nigel Thomas, formado no PSV Eindhoven, bem como o médio escocês Jordan Hosgrove, que chegou do Celta B. De resto, Peixoto aposta muito na qualidade e na experiência de Nico Gaitán, que chegou em janeiro e aos 34 anos começa pela primeira vez a época em Paços de Ferreira.
Chegou a meio de dezembro a Paços Ferreira, para substituir David Simão e com a equipa no 14º lugar. Já depois de renovar contrato, ainda em março e quando a manutenção estava praticamente assegurada, levou o Paços a terminar numa posição tranquila. Como o próprio reconheceu, foi até aqui o seu melhor trabalho na ainda curta carreira como treinador.
O antigo esquerdino que teve uma carreira notável como jogador, representando Belenenses, V. Guimarães, FC Porto, Benfica, Sp Braga e Gil Vicente, além de ter jogado no Espanhol, começou o percurso de treinador no Varzim, em 2018. Orientou ainda Académica e Desp. Chaves, seguindo-se uma passagem-relâmpago pelo Moreirense, onde esteve apenas sete jogos no banco no final de 2020, antes de decidir sair.
Essa foi a sua estreia na Liga e o regresso aconteceria quase um ano mais tarde, agora para Paços Ferreira e para seis meses de um trabalho consistente e estruturado do treinador de 42 anos, que deixa pistas positivas para a nova época.
Clique aqui para ver o plantel completo
Entradas: Jordan Holsgrove (Celta Vigo), Nigel Thomas (PSV Eindhoven), Arthur Sales (Lommel SK, empréstimo), Ilori (Sporting, empréstimo)
Saídas: Igor Vekic (fim de empréstimo), Maracás, Marco Baixinho, Hélder Ferreira, Nuno Santos (fim de empréstimo), Adrián Butzke (fim de empréstimo), Koffi (fim de empréstimo), André Ferreira (Granada), Diaby (Portimonense)
Tem 20 anos, cresceu no Vasco da Gama, chega da Bélgica e é mais um jogador da órbita do extenso universo do City Group a aterrar esta temporada no futebol português. É uma promessa ofensiva em Paços de Ferreira, a reforçar uma equipa necessitada de golos.
Arthur Sales fez a formação no Vasco da Gama, onde venceu duas competições jovens, a Taça e a Supertaça do Brasil de sub-20. Em 2021 fez dez jogos pela equipa principal vascaína, divididos pelo campeonato carioca, pela Série B e pela Taça do Brasil. Suficiente para garantir a transferência para a Europa. O destino foi a Bélgica, para representar o Lommel, um dos clubes que integram o grupo do Manchester City.
A primeira experiência no futebol europeu começou em outubro de 2021 e Arthur Sales terminou a época como melhor marcador do Lommel no segundo escalão belga, com oito golos apontados em 19 jogos. Está no Paços por empréstimo, o primeiro reforço garantido pelo clube no âmbito de um acordo de cooperação com o City Group.
Jordi;
Juan Delgado, Ilori, Nuno Lima, Antunes;
Rui Pires, Holsgrove, Gaitán;
Matchói, Arthur Sales, Nigel Thomas