O Santa Clara quis mostrar que a descida foi um acidente de percurso e conseguiu voltar à Liga apenas um ano depois. Para a nova época, partiu de uma base estável assente na equipa que foi campeã da II Liga, manteve o treinador e acrescentou profundidade ao plantel.
Sem ter perdido jogadores nucleares, pelo menos até ao arranque do campeonato, o clube começou por garantir a continuidade de Klismahn, MT e Vinicius Lopes, que estavam nos Açores por empréstimo, bem como a renovação do capitão Paulo Henrique.
Depois, acrescentou experiência à defesa, garantindo o regresso a Portugal de Frederico Venâncio. Nos campeonatos nacionais, foi buscar dois reforços a Alverca, o avançado João Costa e o central Alysson, além de ter contratado o lateral Matheus Pereira, ex-Vizela.
E voltou de resto a pescar no Brasil, o terreno natural para a liderança da SAD açoriana, de onde chegaram o guarda-redes Neneca e duas opções para a frente, Jader e Rodrigo Varanda. Aliás, o plantel do Santa Clara tem uma característica curiosa. Estão representadas apenas duas nacionalidades e há mais brasileiros do que portugueses.
Vasco Matos trabalhou também com alguns jovens da equipa sub-23 numa pré-temporada que deixou boas indicações, com vitórias em todos os jogos de preparação. Para uma época em que se apresenta também com novo logotipo, tendo substituído o emblema semelhante ao do Benfica pela cabeça de um milhafre sobre uma onda e com nove estrelas a simbolizar as ilhas dos Açores, o Santa Clara e o seu treinador propõem-se continuar o bom trabalho que garantiu o regresso à Liga.
Classificação da época passada: Campeão da II Liga
Melhor classificação: 6º (2020/21)
Presenças na I Divisão: 8
Objetivo: Fazer um campeonato tranquilo
Assumiu o desafio de tentar levar o Santa Clara de volta à Liga e conseguiu-o na primeira temporada no banco, conquistando de caminho o título de campeão da II Liga. Para trás, Vasco Matos tinha deixado um percurso que passou por Vilafranquense e Alverca, antes de voltar a trabalhar como adjunto ao lado de Filipe Martins no Casa Pia ao longo de três temporadas. Um passo ao lado para dar dois em frente. No verão passado decidiu voltar a trabalhar a solo e fez um trabalho muito sólido nos Açores. Renovou contrato e aborda agora a primeira época como treinador principal na Liga.
Entradas: João Costa (Alverca), Alysson (Alverca), Matheus Pereira (Vizela), Rodrigo Varanda (América Mineiro, empréstimo), Frederico Venâncio (Eibar) e Jader Gentil (Atlético Paranaense), Neneca (Cascavel).
Saídas: Yannick Semedo (Vizela, por empréstimo), João Bravim (Alverca), Ageu (Alverca), Mateus Sarará (Alverca), Andrezinho (Alverca), Marco Pereira (Sanjoanense) e Ítalo (Ural).
Mais um reforço que atravessou o Atlântico, este com experiência de Brasileirão. Jader tem apenas 21 anos, mas já tem uma boa base de experiência. Formado no Athletico Paranaense, onde chegou com 13 anos, estreou-se em 2021 pela equipa principal, lançado pelo treinador português António Oliveira. Fez 40 jogos pelo Athletico, dez deles já nesta época, com dois golos marcados. Pelo meio, o jogador que pode atuar a extremo ou no meio-campo ofensivo passou por uma saída do país, para rumar à Colômbia, onde fez 36 jogos e apontou quatro golos com a camisola do Atlético Nacional. Agora, assinou pelo Santa Clara até 2027, para a sua primeira experiência no futebol europeu.