«O regresso de Deus».
Zlatan Ibrahimovic escreveu no twitter com a modéstia habitual quando foi anunciado que ia interromper cinco anos de ausência da seleção. Mas depois Deus lesionou-se, e a Suécia voltou ao lugar em que estava no início do ano: um péssimo lugar, refira-se.
É verdade que a perspetiva de incluir Ibra na equipa de Janne Andersson era atrativa, e teria dado à equipa um maior potencial ofensivo. Mas também é verdade que, mesmo sem Zlatan, a Suécia ficou em segundo lugar no grupo de qualificação, atrás da Espanha, e jogadores como Victor Lindelof e Emir Forsberg vão chegar-se à frente novamente para assumir a liderança. E como é normal quando a Suécia marca presença nestes torneios, é a equipa que tem de ganhar jogos.
O coletivo esteve sempre em primeiro lugar, desde que Andersson assumiu o cargo de selecionador, em 2016. Um exemplo disso é o avançado Marcus Berg, mais elogiado por aquilo que corre, e pela pressão que faz, do que propriamente pelos golos que marca. Trabalhar em conjunto é o mote da Suécia. «Temos de ser uma equipa se quisermos ter hipóteses frente a equipas mais fortes, e este é um coletivo muito forte», disse Andersson.
No que diz respeito à escolha da equipa, existem duas grandes questões. A primeira é quem lidera o ataque na ausência de Ibrahimovic? Será Alekander Isak, goleador da Real Sociedad, a formar dupla com Ber, ou será Robin Quaison, goleador do Mainz na Bundesliga?
A segunda questão, quiçá mais importante, é quem joga com Lindelof no eixo defensivo. Andreas Granqvist, capitão com Andersson, já tem 36 anos, e pouco jogou nos últimos 18 meses. A sensação que fica é que foi incluído na lista numa perspetiva de jogador-treinador, já que o selecionador valoriza muito as suas qualidades de líder.
Esta escolha foi questionado na Suécia, com muita gente a defender que não faz sentido “desperdiçar” uma vaga com um jogador que não deve ser utilizado. «Tive as minhas dúvidas se deveria ir ou não», disse o próprio Granqvist, consciente da polémica escolha, mas encantado por ser escolhido.
É praticamente inconcebível que Granqvist jogue. As alternativas são Pontus Jansson (Brentford), Filip Helander (Rangers) e Marcus Danielson (Dalian Pro).
Joguem quem jogar, a expectative é elevada, no sentido em que a Suécia possa passar a fase de grupos e repetir a presença nos quartos de final, tal como na Rússia, em 2018.