Maisfutebol

Jonas: dez tiros certeiros na lenda do Pistolas

1
Benfica-Arouca (LUSA/ José Sena Goulão)

Classe e golo na primeira aparição, o prenúncio

A classe desde o primeiro momento, o golo à primeira aparição. Jonas mostrou ao que vinha logo no primeiro jogo. Com classe primeiro, e golo depois. O avançado brasileiro foi lançado na sétima jornada da Liga 2014-2015, na Luz, frente ao Arouca, entrando no final da primeira parte para o lugar do lesionado Lima.
Na altura, o Maisfutebol escreveu o seguinte: «Logo na primeira intervenção o avançado ex-Valência fez a bola passar por cima de um adversário e foi buscar do outro lado, arrancando aplausos.» Classe.
Depois, perto do fim do jogo, Ola John arrancou um cruzamento da esquerda e Jonas encostou de pé direito para fazer o primeiro de 137 golos com a camisola do Benfica.

2
Sporting da Covilhã vs Benfica (LUSA)

Hat-trick serrano de um goleador a apurar o faro

Entre o primeiro e o segundo jogo de Jonas passaram 13 dias e uma pausa para seleções pelo meio. O tempo, porém, foi bem aproveitado pelo então camisola 17 das águias. Lançado como titular na visita ao Sp. Covilhã em jogo da Taça de Portugal, o brasileiro respondeu à confiança com um hat-trick.
E assim, ao segundo jogo estavam quase desfeitas as dúvidas que podiam existir pelo facto de Jonas ter chegado com 32 anos, já depois do fecho do mercado, tendo sido inscrito por ter ficado «desempregado» após rescindir com o Valência. O homem mostrava ter mesmo um faro apurado pelo golo.
Na Serra da Estrela, Jonas marcou ao segundo minuto de penálti e conseguiu a reviravolta na segunda parte, quando o Benfica perdia 2-1, com dois golos que resgataram o Benfica de uma possível eliminação logo no primeiro jogo na competição.

3
Benfica-Paços de Ferreira (LUSA/ Mário Cruz)

E se o melhor golo for o número...37?

No meio dos 137 golos apontados por Jonas com a camisola do Benfica é, no mínimo, ingrato escolher o melhor de todos.
Ainda assim, a redação do Maisfutebol arriscou. A escolha recaiu sobre o golo com que Jonas abriu o marcador frente ao P. Ferreira, na sexta jornada da época 2015-2016.
No dia 26 de setembro, ao minuto 34, Jonas recebeu uma bola de Gonçalo Guedes a cerca de quarenta metros da baliza, deu três passos e rematou de pé esquerdo em arco ao ângulo, com a bola ainda a bater na trave antes de entrar. Um golo sublime.
Mas esse momento tem uma outra curiosidade associada: foi o 37.º golo de Jonas com a camisola das águias. Ele que fez a despedida dos relvados no dia em que o Benfica alcançou o 37.º título de campeão nacional.

4
Benfica-Galatasaray (Lusa)

Longa foi a espera pelo primeiro golo europeu

Se na Liga foi chegar, ver e marcar, nas competições europeias o primeiro golo de Jonas demorou mais de um ano a chegar.
Mas a culpa nem pode ser atribuída exclusivamente ao avançado. Isto, porque na primeira época ao serviço do Benfica os encarnados foram eliminados na fase de grupos da Liga dos Campeões, ficando em último lugar do grupo, o que nem deu hipótese para Jonas jogar na época de estreia, uma vez que a chegada tardia impedira a inscrição naquela fase.
Foi preciso, portanto, esperar 417 dias desde o dia em que a contratação foi oficializada até Jonas marcar na Europa. O golo apareceu no dia 3 de novembro, na Luz, na quarta jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões.
Na receção ao Galatasaray, Jonas abriu o marcador num jogo que o Benfica viria a ganhar por 2-1, dando um passo importante rumo aos oitavos de final da Champions.

5
Boavista-Benfica (Lusa)

Frieza de pistoleiro no Bessa a indicar o tricampeonato

«Uma daquelas vitórias que pode valer um título. Marquem estas palavras.» Era assim que começava a crónica da vitória do Benfica (1-0) no campo do Boavista, num jogo da 27.ª jornada da temporada 2015-2016.
Um triunfo arrancado do fundo da alma, que chegou aos 90+4, pelo pé esquerdo do pistoleiro Jonas, e que manteve o Benfica na linha da frente do título que viria a conquistar. Um golo que apontou as águias ao tricampeonato, decidido ao milímetro com o Sporting de Jorge Jesus.

6
Benfica-FC Porto (Lusa)

É preciso marcar aos principais rivais para provar ter valor?

«Nos jogos grandes, Jonas não marca.» «Jonas nunca marcou ao Sporting.» «Jonas nunca marcou ao FC Porto.» Durante muito tempo, nas antevisões aos clássicos do futebol português, Jonas foi reduzido ao facto de não marcar nos jogos com Sporting e FC Porto.
Não que as provas do valor do jogador faltassem, mas teve essa mancha no currículo até 2017. Só ao nono clássico Jonas marcou. Fê-lo ao FC Porto, na época 2016-2017, na Luz.
Ao minuto 7 do jogo da 27.ª jornada, Jonas abriu o marcador, num golo apontado da marca da grande penalidade. Estava quebrada a malapata, num jogo que o Benfica empatou (1-1), mas que foi muito importante para as águias chegarem ao inédito tetra.
Na época seguinte, Jonas marcou também ao Sporting e sai sem essa «mácula» do futebol português.

7
Benfica-Belenenses (Lusa)

Três golos e uma assistência no melhor (?) jogo pelo Benfica

Voltamos aos desafios ingratos. Depois do melhor golo, a eleição do melhor jogo de Jonas com a camisola das águias.
Pode haver muitos candidatos, mas aquele que elegemos não ficará a dever nada aos restantes, acreditamos.
Estádio da Luz, 19 de agosto de 2017. O Benfica recebia o Belenenses na terceira jornada da temporada 2017-2018, e Jonas abriu o livro de estilo.
O brasileiro marcou três golos, fez uma assistência para Seferovic, teve lances de génio e ainda ficou a milímetros de marcar o golo de uma vida.
Porque Jonas via as coisas antes dos outros. Já perto do intervalo, o brasileiro intercetou um passe entre os centrais do Belenenses ainda antes do meio-campo, viu que o guarda-redes estava adiantado e não hesitou em rematar à baliza. O desfecho já o antecipámos, a bola passou muito ligeiramente ao lado do poste. Mas nem assim se apagou da memória de muitos adeptos.

8
Benfica-Nacional

O 10 a fechar as contas de uma exibição nota...10

Um dos elogios mais vezes repetidos por Bruno Lage a Jonas nesta última época destacava a vontade com que entrava em campo, fosse para jogar o tempo que fosse, sempre com vontade de ajudar a equipa.
E se há um exemplo perfeito dessas palavras é o do jogo que o Benfica venceu por 10-0 o Nacional. Quando o brasileiro entrou em campo faltavam pouco mais de 15 minutos para o fim e o Benfica vencia por 7-0.
E o que fez Jonas? Procurou deixar também a sua marca. E fê-lo a dobrar. Foi ele o autor do 8-0, aos 85 minutos e fechou as contas na dezena de golos, já para lá dos 90. O camisola 10 fixou o resultado numa marca com dois dígitos, algo que não se via no campeonato português há muito, muito tempo.

9
Benfica-Portimonense

O golo 300 para um final redondo

O dia 4 de maio de 2019 é outro daqueles que será obrigatório referir em todas as peças biográficas sobre Jonas.
Um final de tarde que começou com contornos cinzentos para o Benfica a dar as últimas pela Reconquista, mas que tremeu, em casa, para ganhar ao Portimonense, ainda que o dia tenha ficado resumido a letras de ouro.
Ou números. Números de ouro. Além da goleada alcançada a horas tardias – as águias acabaram a golear por 5-1 – Jonas marcou o último golo da carreira. Um golo especial. Por ter sido o último, algo que então ninguém saberia, mas também porque foi o 300.º apontado pelo brasileiro, que assinalou o momento com um festejo em conjunto com André Almeida, autor da assistência.

10
Benfica-Santa Clara

As lágrimas que antecipavam o adeus

A última vez que Jonas entrou em campo, fê-lo num pranto. No último jogo do campeonato, aquele que consagrou o Benfica como campeão da temporada 2018-2019, enquanto esperava junto à linha lateral pelo momento de entrar em campo, as lágrimas escorriam de forma incessante no rosto do brasileiro.
E foi aí que muitos se terão apercebido que Jonas não seria eterno. Apesar de ter mais um ano de contrato com o Benfica, as dores nas costas já atormentavam o jogador há muito tempo e a possibilidade do fim da carreira pairava no ar.
Ainda assim, Jonas teve a oportunidade de se despedir com uma enorme ovação da Luz, que se confundiu na altura com a despedida – ainda desconhecida por todos – de João Félix. Foi o menino que saiu para dar lugar ao senhor Jonas.
E é dessa forma que será sempre recordado pelos adeptos do Benfica: como um senhor. Um senhor sinónimo de classe e de golo.

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