Data de nascimento: 18/9/1982
Clube: FC Juárez
Posição: Guarda-Redes
'Tala' tem sido a grande vítima do domínio de Ochoa na última década. Um espetacular guarda-redes, experiente, dotado com braços compridos e reflexos de felino, é provável que comece o terceiro Mundial como suplente, embora muitos não tenham a mesma opinião. «Estou preparado para ser titular no Qatar», disse. Na última vez que apareceu no onze, o México foi esmagado pelo Uruguai, por 3-0, no Arizona, em junho. Os seus melhores anos ficaram para trás, mas ainda é um suplente sólido para Martino.
Data de nascimento: 29/8/1991
Clube: América
Posição: Defesa Central
Terá finalmente a sua vingança, depois de uma lesão no joelho que o impediu de jogar no Mundial 2018. Apesar da desilusão, deu uns passos à frente. Estabeleceu-se no Celta de Vigo antes de voltar ao México. Quatro anos depois parece bem fisicamente, por fim. A sua estatura e propensão a cortar bolas pelo ar pode ser um alívio para os crónicos problemas defensivos do México. Araujo é grande fã de Rafa Márquez, mas identifica-se com Sergio Ramos. Embora diga que é um adepto do Chivas, joga agora pelo principal rival, América.
Data de nascimento: 24/2/1997
Clube: Monterrey
Posição: Defesa Central
'El Cachorro' faz lembrar Rafa Márquez. Desde a sua estreia, em 2015, que Montes tem sido considerado um defesa único, mas já não é uma jovem promessa. Nascido em Hermosillo, cidade em que o futebol não é prioridade, Montes precisava de um milagre para atrair a atenção de clubes grandes. E conseguiu. Em 2014, durante uma partida jovem contra o Poblado Miguel Alemán, o Monterrey encantou-se por este defesa que joga bem com os pés e é rápido. Montes juntou-se ao Monterrey, no qual está desde 2015, e é o Márquez de Martino.
Data de nascimento: 24/10/1997
Clube: Ajax
Posição: Médio Defensivo
Álvarez é o núcleo do México. O seu trabalho entre a defesa e o meio-campo é essencial. Talvez o jogador mais importante da equipa nos últimos quatro anos, mas em tempos rejeitado por várias academias, devido à sua estatura. Em criança trabalhava no negócio de família, fazendo equipamentos para várias equipas locais. Tentou juntar-se ao Pachuca quando tinha 14 anos, mas foi rejeitado. Até pensou deixar o futebol. Quando Álvarez convenceu os treinadores do América, passava três horas por dia – e 70 por cento do salário – a certificar-se que chegada a horas ao treino.
Data de nascimento: 22/10/1998
Clube: Cremonese
Posição: Defesa Central
O crescimento de Vásquez estagnou nos últimos meses. Há um ano era um medalhado olímpico e titular no Génova. Apesar da sua evolução, Martino nunca lhe deu uma oportunidade. Vásquez foi chamado para as últimas duas datas de seleções, mas não foi utilizado. Foi uma dura lição. Sabe que necessita melhorar, pois o apoio popular não é suficiente. «Pensava que sabia defender, mas quando cheguei a Itália percebi que não», confessou.
Data de nascimento: 7/9/1998
Clube: Genk
Posição: Lateral Esquerdo
Produto da formação do Santos Laguna, Arteaga evoluiu rapidamente para um lateral incansável. Dois anos depois da estreia profissional foi chamado aos trabalhos da seleção, pelo interino na altura, Ricardo Ferretti. Deixou imediatamente boas impressões. Martino manteve-o como um dos seus favoritos, até à pandemia. Arteaga ficou um ano e meio sem ver a família, já que tinha assinado pelos belgas do Genk em julho de 2020. Declarou-se indisponível para representar o México nos Jogos Olímpicos. «Estava deprimido, precisava de ver a minha família», disse. Está de volta.
Data de nascimento: 5/6/1995
Clube: Monterrey
Posição: Médio
Nascido em Sinaloa, Romo foi descoberto pelo pai de Javier Orozco (antigo avançado do Cruz Azul). A sua família não tinha nenhuma relação com o futebol, eram todos pescadores. «O meu pai, tios e avôs pescavam ostras. Tornei-me o primeiro futebolista da família», disse Romo. Orozco levou-o para uma academia, na qual começou como guarda-redes. Quando marcou o seu primeiro golo, decidiu que queria ser jogador de campo. Uns anos depois Orozco arranjou-lhe testes no Cruz Azul. É agora medalhado olímpico.
Data de nascimento: 3/1/1997
Clube: Cruz Azul
Posição: Médio
Nascido em San Nicolás de los Garza, 'Charly' juntou-se à academia dos Rayados em 2012, com 15 anos. Quatro anos mais tarde fez a estreia profissional e ao fim de uma época teve a primeira experiência no estrangeiro, no Toledo, por empréstimo. Regressou em 2018, como um criativo habilidoso. Apenas cinco meses depois da estreia na Liga MX foi chamado por Gerardo Martino para um dos seus mini-estágios. Desde aí 'Charly' tem sido um jogador-chave para o argentino. «Joga como se tivesse 30 anos», disse Martino.
Data de nascimento: 5/5/1991
Clube: Wolverhampton
Posição: Ponta-de-lança
Raúl é um milagre. Os diagnósticos não eram positivos, depois da cabeçada quase fatal com David Luiz, do Arsenal, em 2020. Jiménez fraturou o crânio e precisou de ser operado. Não só a sua carreira estava em risco, como a sua vida. «Não me lembro de nada desse jogo», afirmou Jiménez. Demorou 10 meses a recuperar em pleno. Dois anos depois está no Mundial. «Os médicos disseram-me que foi um milagre ter sobrevivido», disse, faminto por jogar o seu terceiro Mundial, ciente que a vida lhe deu uma outra oportunidade.
Data de nascimento: 25/11/1997
Clube: Guadalajara
Posição: Extremo
Quando era uma jovem promessa no Toluca, não ganhava mais de três mil pesos por mês. Lutou para recuperar de várias lesões. Se a dada altura tinha dificuldades para se sustentar, na outra era titular pelo Toluca num jogo da Copa Libertadores, frente ao San Lorenzo. Depois do jogo foi ao multibanco e viu que tinha mais de três mil pesos na conta. Aliás, tinha 1.5 milhões. «Pensava que era um erro», confessou. Um Mundial de sucesso pode aumentar ainda mais o número.
Data de nascimento: 5/3/1991
Clube: Monterrey
Posição: Ponta-de-lança
A inclusão de jogadores naturalizados na seleção mexicana ainda é um assunto sensível. Quando Martino chamou Funes Mori, a quem foi dado um processo rápido para adquirir a cidadania mexicana, a imprensa e os adeptos reagiram furiosamente. Muitas pessoas não queriam saber se Funes Mori era um dos mais prolíficos avançados da Liga MX na última década. As suas prestações continuaram a estar sob escrutínio. Muitas pessoas disseram que era o menino de Martino. «Se gostam de futebol, sabem o que mostrei», insistiu Funes Mori.
Data de nascimento: 3/7/1983
Clube: León
Posição: Guarda-Redes
Ficou de fora do Mundial 2018, ainda com Juan Carlos Osorio como selecionador, pelo que o Qatar 2022 será a sua segunda (e provavelmente última) oportunidade. Guarda-redes sóbrio e ágil entre os postes, Cota só fez oito jogos pela seleção desde a estreia, em 2016, seis dos quais amigáveis. O seu objetivo é ser a segunda opção. Cota é a cara de uma geração liderada por Ochoa e 'Tala'. Depois de 2022 será a vez de Carlos Acevedo e Luis Malagón.
Data de nascimento: 13/7/1985
Clube: América
Posição: Guarda-Redes
A viabilidade de Ochoa é um dos tópicos mais controversos do México. Uns acham que é o melhor guarda-redes da seleção, outros acham que é pouco menos do que uma fraude. A verdade é que Ochoa tem em vista o terceiro Mundial como titular (o quinto no geral) e já pensa no quarto em 2026. «Seria extraordinário jogar o Mundial em casa», disse. Ochoa é a primeira e única escolha de Martino no Qatar. Foi herói nacional em 2014 e 2018. As suas defesas tornaram-se famosas e agora está pronto para novo espetáculo.
Data de nascimento: 15/6/1995
Clube: PSV
Posição: Médio
'Guti' é mais do que compadre de Lozano. Ambos cresceram juntos no Pachuca, até chegarem à equipa principal. Lozano foi para o PSV em 2017 e 'Guti' saiu um ano mais tarde, mas agora é o único mexicano a jogar na equipa neerlandesa. Depois de um início difícil, com lesões, Gutiérrez ganhou a confiança de Ruud van Nistelrooy, graças à sua qualidade como 'box-to-box' canhoto. Os seus dribles e remates de longa distância são a sua imagem de marca. Foi ao Mundial da Rússia, mas não jogou.
Data de nascimento: 17/1/1988
Clube: Monterrey
Posição: Defesa Central
Moreno chega ao seu quarto Mundial como líder, mas o seu papel dentro do campo desvaneceu. O central nascido em Sinaloa já não é a gigante força defensiva de outros tempos, mas a sua vasta experiência e habilidade para manter posições dominantes e forçar os adversários a cometer erros vai, sem dúvida, fortalecer o sistema defensivo de Martino. Moreno deve desfrutar do Mundial como uma despedida. «Será certamente o meu último torneio com a seleção. Não me vejo a jogar a Gold Cup do próximo verão, a perder as férias como sempre», disse.
Data de Nascimento: 19/4/1990
Clube: Houston Dynamo
Posição: Médio
Dez anos após a estreia pelo México, Herrera disputa o terceiro Mundial. A sua liderança será importante, mesmo que não venha a integrar o onze. Passou nove anos na Europa, primeiro no FC Porto, onde se tornou capitão, e depois no Atlético de Madrid. Foi campeão tanto em Portugal como em Espanha, antes da mudança para o Houston Dynamo, da MLS, em junho. No início da carreira esteve para deixar o futebol, mas o pai, trabalhador na área da construção civil, suportou-o financeiramente enquanto evoluía nos quadros do Pachuca.
Data de nascimento: 24/3/1996
Clube: AEK Atenas
Posição: Médio
O talento de Pineda apareceu quando tinha 19 anos, levando o Queretaro à primeira final da Liga MX. Juntou-se ao Guadalajara em janeiro de 2016, e foi treinado pelo argentino Matías Almeyda. «Orbelín é um dos jogadores que vai acabar num grande europeu. Tem o talento e os atributos para isso», disse Almeyda, deliciado pela qualidade de Pineda como criativo a fletir do flanco esquerdo. Depois de ajudar o Cruz Azul a acabar o seu jejum de 23 anos, em 2021, Pineda saiu para o Celta de Vigo. Teve dificuldades antes de reencontrar Almeyda na Grécia.
Data de nascimento: 28/6/1986
Clube: Real Betis
Posição: Médio
'El Principito' disputa o quinto Mundial. Só Antonio Carbajal, Lothar Matthäus e Rafa Márquez conseguiram esse feito. No Qatar, Messi e Ronaldo também chegarão a esse número. Isso pode significar que Guardado também se tornará numa lenda. Depois do Mundial terminará a sua história em 'El Tri'. «É a minha última chance de fazer algo com a seleção. Não me importo com estatísticas ou recordes. O que quero é saber que deixei tudo em campo», diz Guardado.
Data de nascimento: 10/12/1997
Clube: Ajax
Posição: Lateral Direito
Há três anos era dos futebolistas mais odiados no México. Uma tentativa falhada de intercetar um passe para Dorlán Pabón, do Monterrey, durante a final da Apertura 2019, levou ao empate de Funes Mori. Os adeptos do América culparam Sánchez pela derrota, depois de um dos maiores erros nas finais da Liga MX. Ele e a esposa receberam ameaças de morte e o lateral desapareceu das redes sociais depois de uma batalha contra a ansiedade e depressão. «Não consegui dormir ao longo de sete meses. Foi uma altura muito difícil para mim».
Data de nascimento: 18/11/1992
Clube: América
Posição: Ponta-de-lança
É o avançado mexicano da moda. Há um ano a sua inclusão na seleção foi muito criticada, mas agora não há quem odeie Martín. Avançado clássico, poderoso e letal na área, com os pés ou de cabeça, Martín é, talvez, o avançado mais fiável para Martino nos dias de hoje. A dada altura, quando era mais jovem, nem pensava em futebol. Gostava de jogar pelo Soccer Club, amadores de Merida, mas preferia seguir os estudos e tornar-se engenheiro. Depois de cinco semestres na Universidade de Yucatán, o olheiro Daniel Rosello perguntou por ele depois de ver um jogo do Soccer Club. Foi aí que o seu destino mudou.
Data de nascimento: 21/8/1997
Clube: Cruz Azul
Posição: Extremo
Quando era criança, em Lerdo, Durango, chamavam-lhe 'Rei do Bairro'. Era estrela nos campos de lama. Carlos Escandón, diretor de um centro de treinos chamado El Corralito, estava inicialmente focado em Kevin, o irmão de Uriel, mas este último é que brilhava nos campos de terra. No final, todas as equipas o queriam. Escandón acabou por recrutar Uriel, que demoraria alguns anos a chegar à Academia do Santos Laguna. Agora, 'O Rei do Bairro' tem a missão de quebrar a defesa adversária nos ataques do México.
Data de nascimento: 30/7/1995
Clube: Nápoles
Posição: Extremo Direito / Ponta-de-lança
Quando o mundo conheceu 'Chucky', no Rússia 2018, Lozano já era um ícone mexicano. Ainda assim o golo da vitória frente à Alemanha catapultou-o para um nível diferente de estrelato. Misturar o seu nome e alcunha ao som de «Seven Nation Army» era dos cânticos favoritos dos mexicanos. Mas não foi tudo maravilhoso para Lozano desde então. Os adeptos do Nápoles criticaram-no sem escrúpulos: a contratação mais cara do clube não estava a corresponder às expectativas. Durante a Gold Cup 2021, um pontapé do guarda-redes de Trinidad e Tobago colocou a sua carreira em risco. Mas agora o ídolo nacional está bem e pronto para outra campanha.
Data de nascimento: 15/8/1994
Clube: Monterrey
Posição: Lateral Esquerdo
Lateral à moda antiga, pela sua intensidade e velocidade, Gallardo é um sobrevivente da era de Osorio. O selecionador colombiano fez dele um dos regulares da equipa, convertendo-o a lateral depois de começar a carreira como extremo, no Pumas UNAM. Martino também confia nele: Gallardo é um dos mais internacionais desde 2019. Apesar disso os fãs de 'El Tri' não estão muito entusiasmados com ele. Nem a imprensa. Durante o 'media day' de setembro último, Gallardo foi deixado sozinho, com os repórteres a preferirem falar com Lozano. «Hey, ‘Chucky’, roubaste-os todos de mim», disse Gallardo, a sorrir.
Data de nascimento: 15/1/1996
Clube: Pachuca
Posição: Médio
Tem uma típica história de superação. Tornou-se profissional em 2014, jogando pelo Tijuana, mas não conseguiu ser consistente na Liga MX. Era só mais um jogador da primeira divisão. Tudo mudou quando se juntou ao Pachuca, em 2019. Lá o seu o potencial foi explorado como médio 'box-to-box', com qualidade variada de passe e bom entendimento do jogo. Quando recebeu a primeira convocatória de Martino, em abril, soube pelos amigos. «Disseram-me que ia para a seleção. Não sabia nada sobre isso.»
Data de nascimento: 7/9/1998
Clube: Guadalajara
Posição: Extremo
Também conhecido como 'Piojo', Alvarado escolheu a alcunha por causa do seu ídolo, o antigo avançado argentino Claudio López. Chama-se Roberto Carlos em honra do músico brasileiro. «Quando era criança, nunca pensei que me tornasse futebolista. A minha mãe queria que me focasse na escola. O meu pai, por outro lado, acreditava em mim», disse. A sua carreira começou no Necaxa, em 2017. Não demorou muito até ser chamado à seleção, em agosto de 2018. A partir daí tem sido responsável por oferecer uma opção no flanco direito.
Data de nascimento: 15/1/1999
Clube: Pachuca
Posição: Lateral Direito
A história de Álvarez é parecida à de Angulo. Demorou apenas quatro anos a tornar-se profissional, solidificar a sua posição no Pachuca, atrair a atenção de Martino e competir por um lugar no plantel de 26. Há um ano nem era considerado para 'El Tri'. Lateral rápido e ofensivo, estreou-se pela seleção em julho de 2021. Só jogou por sete vezes às ordens de Martino, até entrar na lista para o Mundial.
Textos de Eduardo López, que escreve para o AS México.