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Noruega: o guia

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Seleção feminina da Noruega (getty)

ANÁLISE

«Talvez as pessoas de fora me chamem um romântico do futebol», diz o selecionador da Noruega, Martin Sjögren. «E devo admitir que me atrai a parte ofensiva do jogo. Se tiverem de a classificar, a minha filosofia é ofensiva.»

Isto representa um contraste com as seleções norueguesas do passado – masculinas e femininas – e o estilo de futebol de Sjögren é muito exigente, mas também muito entusiasmante. Na qualificação, a Noruega jogou apenas seis dos oitos jogos previstos (os dois últimos foram cancelados por causa da pandemia), mas terminou na mesma na liderança do grupo, com quatro pontos de vantagem sobre a Irlanda do Norte, depois de ter vencido todos os jogos, marcado 34 golos e sofrido apenas um.

Ao longo dos seus cinco anos como selecionador da Noruega, Sjögren tem-se mantido fiel a variações do seu 4x4x2. Na Algarve Cup, em fevereiro passado, o sueco chegou a ensaiar três defesas centrais nos jogos frente a Portugal e Itália, mas reverteu rapidamente para a linha de quatro defesas, que tem mantido desde então. No entanto, ele sente agora que tem na equipa flexibilidade para fazer mudanças táticas no decorrer dos jogos, e durante um longo torneio.

Sjögren espera que o facto de ter a dupla de estrelas Caroline Graham Hansen e Ada Hegerberg disponível, signifique que a Noruega consiga desta vez o que não conseguiu em 2017: marcar golos. Também ficará encantado por ter a capitã Maren Mjelde de volta à equipa depois de uma longa ausência por lesão. A jogadora de 32 anos é verdadeiramente o coração, a alma e a líder do centro da defesa da Noruega.

Há, no entanto, uma grande questão em torno da situação das guarda-redes. Com a primeira escolha, Cecilie Fiskerstrand, de fora com uma rutura do ligamento cruzado anterior, o lugar está agora completamente em aberto, com as três jogadoras disponíveis - Guro Pettersen, Aurora Mikalsen e Sunniva Skoglund -, como opções viáveis.

Quando foi anunciada a convocatória, Sjögren e Mjelde disseram que o objetivo era atingir as meias-finais e levar uma medalha para casa. «Temos pela frente um campeonato com cinco, seis ou sete equipas candidatas à vitória», disse Sjögren. «É isso que torna o Europeu tão especial. Não estamos entre os três primeiros, mas diria que somos um outsider, a seguir aos maiores países.»

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MARTIN SJÖGREN (AP)

O SELECIONADOR: MARTIN SJÖGREN

Martin Sjögren está no cargo desde o início de 2017, e o arranque do seu mandato foi terrível, com a Noruega a não conseguir marcar um único golo no Europeu desse ano. Depois, em setembro, Ada Hederberg anunciou a sua retirada da seleção.

No entanto, Sjögren e os seus adjuntos fizeram um trabalho notável de reconstrução da equipa, criando um bom espírito de equipa que, dois anos mais tarde, ajudou a Noruega a atingir os quartos de final do Mundial.

O treinador sueco de 45 anos é uma pessoa calma, compreensiva e simpática, cuja grande paixão para lá do futebol é jogar padel.

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ADA HEGERBERG (getty)

A FIGURA: ADA HEGERBERG

Ada Hegerberg está de volta, e já está a compensar o tempo perdido. No seu primeiro jogo pela Noruega, após cinco anos de ausência, ela marcou um hat-trick (frente à Albânia, em abril) e está pronta para espalhar o pânico entre as defesas adversárias no Europeu.

Verdadeiramente uma das melhores jogadoras do mundo, ela liderou o Lyon na conquista da Liga dos Campeões e da Liga francesa esta época, e chega ao Euro 2022 no topo de forma. Descrita pelas companheiras de clube e seleção como uma verdadeira líder, ela recuperou de lesões no joelho e, quando regressou à seleção, disse: «Estou ansiosa por inspirar algumas miúdas novas a arrasar.»

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JULIE BLAKSTAD (getty)

ATENÇÃO A: JULIE BLAKSTAD

Pode não ser um nome desconhecido para os adeptos ingleses, depois da sua transferência para o Manchester City, mas a jogadora de 20 anos tem, neste verão, a primeira oportunidade para mostrar o seu enorme potencial a um público mais vasto. Julie Blakstad chegou a Inglaterra depois de dois anos no Rosenborg, e tem sido descrita como um dos maiores talentos de sempre a despontar na Noruega. Sem pressão, portanto.

No City joga frequentemente como extremo, mas é provável que seja utilizada como lateral-esquerdo pela Noruega, no Europeu. Jogadora de vocação ofensiva, rápida e inteligente, Blakstad vem da pequena localidade de Ottestad, e adora passar tempo ao ar livre. Quanto chegou ao City contou que tinha acabado de comprar um saco-cama que aguentava temperaturas de -20 graus.

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Genéricas Maisfutebol

ONZE PROVÁVEL

4x4x2

Guro Pettersen;

Tuva Hansen, Maren Mjelde, Maria Thorisdottir, Julie Blakstad;

Karina Sævik, Ingrid Syrstad Engen, Frida Maanum (Vilde Boe Risa), Guro Reiten;

Caroline Graham Hansen, Ada Hegerberg;

 

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Hege Riise (AP)

REFERÊNCIA HISTÓRICA: HEGE RIISE

Eleita Melhor Jogadora do Mundo em 1995, Riise foi uma das estrelas da Geração de Ouro da Noruega que venceu o Europeu em 1993, o Mundial dois anos mais tarde, e os Jogos Olímpicos em 2000. Atualmente com 52 anos, é ainda a jogadora mais internacional de sempre da Noruega, com 188 jogos.

Depois de se retirar, em 2006, ela dedicou-se ao papel de treinadora e, depois de uma carreira de sucesso na Noruega, com o LSK Kvinner, tornou-se selecionadora interina da Inglaterra em 2021, tendo liderado a Team GB nos Jogos Olímpicos de Tóquio, onde elas foram eliminadas pela Austrália nos quartos de final. Em 2003, Riise foi eleita Melhor Jogadora de Sempre pela Federação norueguesa.

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Euro Feminino Alemanha vs Noruega [EPA/Soren Andersson]

HISTÓRICO EM EUROPEUS

O Euro 2017 pode ter corrido de forma desastrosa, mas a Noruega tem um passado de sucesso na competição. Nenhum país terminou tantas vezes entre os três primeiros como a Noruega, que soma um total de nove pódios (duas medalhas de ouro, quatro de prata e três de bronze). Marcou presença em 11 dos 12 Campeonato da Europa oficiais que se realizaram desde 1984, atingindo nove meias-finais e jogando nada menos do que seis finais. As duas vitórias aconteceram em 1987 e 1993, e desde a viragem do século a Noruega perdeu duas finais frente à Alemanha: 1-3 em 2005 e 0-1 em 2013.

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Noruega (getty)

OBJETIVO REALISTA

A seleção norueguesa tem boas hipóteses de avançar no Grupo A, mas depois terá, provavelmente, um dos favoritos pela frente nos quartos de final: Alemanha ou Espanha. Em jogos desses tudo pode acontecer, mas a Noruega tem um enorme desafio em mãos para conseguir atingir as meias-finais.

 

Texto original de Christina Paulos Syversen e Helge Johan Pettersen Kalleklev, da TV2

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