Céu cinzento, chuviscos, temperatura bastante mais baixa do que em Portugal. Nada que surpreenda, de resto, quem chega a Dublin. O enquadramento é tipicamente irlandês, como se de um texto de James Joyce ou de uma letra de Bono Vox se tratasse.

A equipa de reportagem do Maisfutebol andou a conhecer a capital irlandesa, recebeu de um simpático taxista uma bola de hurling (um dos afamados desportos gaélicos) e confirmou que a comunicação social irlandesa ainda não acordou para a final europeia de futebol. O jornal Irish Independent, por exemplo, não traz na edição de hoje uma única linha sobre o F.C. Porto-Sp. Braga.

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A cidade vive dias de agitação, pois é já na terça-feira que chega a rainha Isabel II para uma visita histórica. Há 100 anos que um monarca britânico não pisa solo da Rep. Irlanda. Várias ruas estão cortadas, o trânsito flui com dificuldade e a paciência dos pacatos cidadãos já conheceu dias melhores.

Há, ainda assim, duas facções bem vincadas. Alguns, como o taxista Garvin Dempsey, desprezam a presença da soberana britânica e chegam a prever alguns problemas para os dias que estão a chegar. Outros, a exemplo da recepcionista do hotel onde nos instalámos, parecem entusiasmados com os holofotes da comunicação social e aplaudem a presença da representante maior da Casa Real.

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Por trás desta cortina opaca há um jogo de futebol a ser preparado. Nas imediações do estádio e no aeroporto já se encontram algumas referências à final, tal como no pub Slattery¿s, a 200 metros da Dublin Arena. Duas enormes bandeiras de F.C. Porto e Sp. Braga, dezenas de galhardetes dos dois emblemas e um excelente ambiente, sempre regado pelas famosas pints.

A comitiva do F.C. Porto aterra por volta das 23 horas no aeroporto de Dublin. O Sp. Braga só viaja na terça-feira e chega à ilha verde à hora de almoço.

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