O Maisfutebol antecipa o F.C. Porto-Benfica de domingo através dos duelos em perspectiva. Quem leva a melhor? Ao longo dos próximos dias leia argumentos e embirre também.

Um pontapé clássico: A dez ou interior-direito, de 20 metros ou 35, é um dos pontapés mais impressionantes da liga. Nem é preciso recorrer a grandes análises para perceber a principal diferença entre Carlos Martins e João Moutinho: o remate. O número de tentativas para fazer golos, na liga, é igual.: 13 para cada. A diferença está na eficácia. O 17 do Benfica leva dois golos, o camisola 8 do F.C. Porto apenas um. Um clássico fica na história pelos golos (alguém se recorda de um 0-0?) e, nesse aspecto, a probabilidade de Martins marcar é bem maior, simplesmente porque chuta melhor. E com mais força. É por isto mesmo que, sempre tiver espaço para atirar à baliza, o Dragão vai suster a respiração.

Três razões para Moutinho levar a melhor

Um quarterback com os pés: Quatro assistências num só jogo da Liga dos Campeões servem perfeitamente para encher de moral qualquer um (apesar de poucos o terem conseguido). Carlos Martins saiu do encontro com o Lyon como um «quarterback» de futebol americano, que levou a equipa até à zona de finalização e, consequentemente, ao triunfo. Por exemplo, a principal diferença entre Martins e Aimar é que o segundo tem drible curto, encara adversários uma ou duas vezes. O português não, prefere receber, levantar a cabeça e lançar com os pés os homens da frente. Nesse capítulo, tem mais terreno que João Moutinho, porque consegue ver mais metros e, acima de tudo, consegue num passe conquistá-los. O médio do F.C. Porto dá garantias, sim, mas não é para ele que se olha quando se pensa em quem vai desequilibrar o Clássico: já Carlos Martins¿

Clima quente, cabeça fria: Carlos Martins e João Moutinho, ambos formados em Alvalade, habituados ao futebol em losango. Martins separou-se mais cedo do leão, porque o talento não compensava o facto de ter a cabeça quente demasiadas vezes. No entanto, a imagem mudou como prova o Clássico da época passada na Luz. O Benfica estava privado de Pablo Aimar e foi Carlos Martins quem pegou na batuta. Assumiu o jogo, saiu como um dos melhores em campo e o Benfica bateu o rival. Depois, no segundo embate da temporada entre águias e dragões fez mais uma bela exibição, coroada com um golaço de livre, na final da Taça da Liga. Carlos Martins está, portanto, habituado a mostrar serviço frente aos portistas e isso, nestes jogos, conta sempre qualquer coisa.