Os jogadores do Estrela da Amadora vão voltar a recorrer à greve no domingo que se avizinha, novamente devido a salários em atraso. O administrador de insolvência do clube, Sá Cardoso, manifestou-se solidário com os jogadores.
«Os jogadores têm razão. Estou solidário para com eles», disse Sá Cardoso, na sequência do pedido de insolvência entregue pelo Estrela da Amadora. Sérgio Marquês, capitão de equipa do Estrela, contou à agência lusa a difícil situação dos atletas.
«Os jogadores estão sem receber desde Dezembro de 2009. Os problemas dos atletas e dos seus familiares têm vindo a agravar-se com esta situação, que atingiu um ponto inaceitável», explicou Sérgio Marquês.
E continuou: «Por isso, decidimos parar no próximo jogo frente à Camacha, no domingo. Temos marcada para quarta-feira uma reunião com o Sindicato dos Jogadores para tentar uma solução para este problema. Há famílias sem dinheiro para comer, outras correm o risco de ser despejadas de casa por falta de pagamento de rendas», acrescentou.
«Nem a rouparia, nem a lavandaria do clube estão a funcionar, e os jogadores nem têm um equipamento para treinar», explicou o capitão de equipa. Os dezasseis jogadores que compõem o actual plantel do Estrela estão também sem serviço médico, já que as máquinas de tratamento estão desligadas. O ginásio também é outro departamento inoperante. As máquinas foram retiradas da respectiva sala.
Por causa de todos estes problemas, o Estrela da Amadora não vai participar na Liga Intercalar. O plantel cada vez mais reduzido não permite a inclusão da equipa nesta competição. Sá Cardoso apontou o dedo a entidades como a Liga e à Câmara Municipal da Amadora. Segundo o seu ponto de vista, a situação tem sido agravada pelas atitudes de ambas as entidades.
«A Liga tem em sua posse, desde Janeiro, um subsídio que foi atribuído pela UEFA ao Estrela da Amadora - cerca de 27 mil euros - o qual nunca foi entregue ao clube. Desconheço as razões e solicitei à Liga que nos fizesse chegar a verba, mas nunca obtive uma resposta. Fui obrigado a pedir a intervenção do tribunal junto da Liga e estou a aguardar o desfecho», indicou Sá Cardoso.
Em relação à Câmara da Amadora, Sá Carneiro confirmou que esta «suspendeu em Outubro de 2009, sem qualquer justificação, um subsídio mensal a rondar os 20 000 euros, destinado a apoiar as modalidades, disponibilizado através de um protocolo celebrado entre as duas entidades e que expirava em Outubro deste ano».
Sá Cardoso referiu também que «os credores já têm um plano para tentar salvar o clube, mas este tem que ser aceite por eles. «Se os credores aceitarem o plano, penso que o clube poderá salvar-se, mas, se o Estado (credor de 35 por cento das dívidas) não o aceitar, o clube encerra, o património será liquidado e o respectivo produto dividido pelos credores reclamantes».