Frente a frente, uma equipa sem dinheiro e outra sem pernas. Valeu, para uns, o instinto goleador de um médio com nome de ponta-de-lança consagrado. Jardel, não Mário, mas sim Jardel Pereira de Sousa, marcou quatro golos nas últimas três jornadas. Para o Sp. Braga, valeu a panóplia de soluções ofensivas e a dupla infelicidade de Nélson, nos lances de bola parada. Contas feitas, aceita-se o empate final (2-2)
Em altura de crise, Jardel garantiu a entrada de cinco pontos na contabilidade do E. Amadora. O Sporting de Braga salva o empate mas sofreu devido a uma notória falta de inspiração, aliada a um cenário de lesões pouco habitual. Nada habitual, é certo, mas compreensível face à acumulação de jogos para a primeira equipa a iniciar a época em Portugal. Jorge Jesus sabe que tudo tem um preço e, no Estádio José Gomes, sentiu isso mesmo.
Na Reboleira, o Estrela perdera apenas frente a F.C. Porto e Sporting. Defendendo uma imagem de entrega e profissionalismo sem limites, os jogadores locais estiveram por duas vezes em vantagem e conquistaram mais um ponto. Em nome de quê? Em última instância, do amor ao futebol.
Jardel a voar entre os centrais
As duas equipas prometiam um espectáculo interessante mas não foram muito além das intenções. O marasmo ia tomando conta do encontro, aliás, quando Fernando Alexandre surgiu no flanco direito para armar um cruzamento.
Estávamos com meia-hora de jogo e pouco para contar. E de repente, lembrando a letra da música de Rui Veloso, surgiu Jardel a voar entre os centrais. Anselmo estava em posição irregular mas não chegou à bola, vindo o médio brasileiro em velocidade, para um cabeceamento em antecipação a Eduardo.
Nesse lance, o Sp. Braga evidenciou a falta de soluções e frescura física. Stélvio jogou adaptado a central, Matheus substituiu Peixoto à esquerda, Luís Aguiar estava limitado, faltava Meyong mais à frente. Explica muita coisa, mas não tudo.
Jardel constrói, Nélson destrói
O boletim clínico do Sp. Braga não explica, por exemplo, um falhanço de Rentería na cara de Nélson, após um brinde de Nuno André Coelho. Por outro lado, os arsenalistas apresentaram uma eficácia tremenda nos lances de bola parada e contaram com o desacerto de Nélson.
Paulo César anulou a desvantagem na sequência de um livre, com Nélson a sair da baliza para socar para a frente, numa defesa incompleta. Jardel ainda restabeleceu a ilusão de três pontos para o Estrela da Amadora, com um belo pontapé à entrada da área, mas os locais não resistiram ao sufoco.
Jorge Jesus lançou tudo o que tinha, à espera do que caísse do céu. E depois de muito insistir, caiu o empate. Orlando Sá surgiu em excelente posição mas Nélson tem responsabilidades, ficando nas costas do avançado. Acabou por lesionar-se na sequência do lance e terminou o jogo a sair de maca. Fica o resumo dos minutos finais, com Bruno Paixão a expulsar dois elementos do banco do Estrela (o técnico Lázaro e Celsinho) e Celestino a atirar ao poste, na cobrança de um livre.