O Mónaco continua a ser notícia quase diariamente devido às contratações milionárias que tem feito, o que se torna ainda mais curioso numa altura em que o clube francês não tem a participação na liga francesa garantida para a próxima temporada: nem sequer parece haver solução à vista.

Como o Maisfutebol já relatou, o Mónaco foi intimado pela Liga e pela Federação a instalar-se em solo francês. O clube, basicamente, goza de estatuto privilegiado por estar instalado no Principado do Mónaco, que é um paraíso fiscal, e por isso beneficia da vantagem de não pagar impostos.

Ora a Liga considera que é concorrência desleal face às outras equipas, que estão sob uma enorme carga fiscal, pelo que intimaram o clube a mudar-se para solo francês. O Mónaco rejeitou, manteve reuniões com a Liga e foi então intimado a pagar 200 milhões de euros ao longo de sete anos.

Ou se muda para França ou Mónaco paga 200 milhões

Apesar de estar nas mãos de um multi-milionário, o Mónaco rejeitou. O russo Dmitry Ryboloviev abandonou até a última reunião a meio. O novo dono do clube, só para ter João Moutinho e James deixou no Dragão 70 milhões, mas não está disposto a pagar 200 milhões em sete anos.

Por isso recorreu para a justiça.

O Mónaco entrou então com uma ação o Supremo Tribunal de Justiça francês e está confiante de que vai ganhar o caso. Os advogados defendem-se com o tratado fiscal franco-monegasco, de 18 de Fevereiro de 1963, que lhe garante que a lei está do lado deles. Mas a Liga Francesa não desiste.

E aí é que está o problema: a disputa vai ser analisada pela primeira vez no Supremo Tribunal no próximo dia 20 de junho, mas em França garante-se que será apenas o início. Este caso pode arrastar-se por meses pelos tribunais. Até lá, portanto, o Mónaco continua sem licença para jogar.

Para já é seguro que antes do final de junho o Mónaco não terá a certeza de que vai disputar o campeonato francês: as autoridades francesas estão intransigentes e o milionário russo questiona a Liga se quer mesmo abdicar de ter os melhores jogadores do mundo no campeonato que organiza.