Craig Hughes é um hooligan comprovado e condenado pelas instituições britânicas a 33 meses de prisão. Além disso, está também impedido de entrar em estádios de futebol até 2011, por decisão do tribunal. Estes antecedentes parecem, à luz da lógica, desaconselhar a sua contratação como ponta-de-lança.
Mas não é essa a opinião dos dirigentes do clube galês Carmarthen Town: como se já não bastasse o nome difícil de memorizar, o representante do País de Gales na pré-eliminatória da Taça UEFA conseguiu atrair a atenção dos media britânicos ao contratar Hughes.
Segundo o vice-presidente Alun Williams, citado pela BBC, a posição dos dirigentes galeses é a de que «toda a gente merece uma segunda oportunidade». Segundo Williams, o Carmarthen Town espera que o tribunal conceda uma licença precária de 12 horas, para que Craig Hughes possa jogar, na quinta-feira, diante dos irlandeses do Longford Town, algo que as autoridades ainda não acederam a fazer.
«Mesmo que não possa jogar na quinta, esperamos contar com ele durante o resto da temporada, estou certo de que iria reforçar a equipa. Temos um clube familiar e estou certo de que o ajudaríamos a encontrar o seu lugar entre nós», afirmou Williams.
O hooligan-ponta-de-lança foi preso e julgado por conduta violenta, após o jogo entre o Cardiff e o West Ham, em Setembro de 2003, sendo impedido de frequentar estádios depois de se comprovar que agrediu um adepto do West Ham num bar de Cardiff.
Hughes, que há cinco anos já tinha sido condenado por envolvimento em incidentes com adeptos do Millwall, jogou como ponta-de-lança no Barry Town e no Cwmbran Town, e já depois de uma primeira sanção que o impedia de frequentar estádios, foi jogar pelo Port Talbot.
«É um jogador talentoso, com passado nas selecções jovens do País de Gales, e tinha condições para uma boa carreira profissional», lembrou o dirigente do Carmarthen Town.
A decisão do clube mereceu o apoio da responsável pelo sistema prisional do País de Gales, Juliet Lyon, mas suscitou reservas ao presidente da Associação de Adeptos de Futebol, Malcolm Clarke, que sustenta a necessidade de serem impostas condições estritas para que Hughes possa voltar a entrar num estádio. Para a bancada ou para o relvado.