O Benfica marcou Ednilson. O médio chegou aos encarnados em 2000 e saiu, por empréstimo, em 2003. Uma cirurgia e a chegada de Camacho fecharam-lhe as portas da titularidade, mas as más escolhas podem ter sido determinantes no desenrolar da sua carreira, admitiu, em conversa com o Maisfutebol: «Se calhar, a forma como saí do Benfica não foi a mais acertada. Tive propostas para sair e não aceitei, acabando por ser emprestado. Fui aconselhado e foi tomada essa decisão. Aliás, tomámos essa decisão. Ninguém me obrigou a nada, mas hoje teria saído.»
Depois de ter sido operado, sentiu que não rendia o mesmo de antes, devido às dores. Lembra ainda que chegaram propostas do Kaiserslautern e de clubes espanhóis: «Camacho aconselhou-me a ir para Espanha para não parar. Arranjou-me equipas, mas não fui. Optei por ficar em Portugal e acabei por ser emprestado ao V. Guimarães.»
As cedências aos vimaranenses e ao Gil Vicente não correram como esperava e talvez por isso pense que as escolhas deviam ter sido outras: «Só regressei ao meu nível no Gil Vicente. Só aí a dor, que se manteve mesmo após a operação, passou. Durante a minha estadia no Vitória a dor incomodava-me.»
Vítima da guerra Benfica vs Paulo Barbosa
Sem perder tempo a atribuir culpas, Ednilson fala ainda de outra opção que deveria ter sido diferente. O médio foi representado por Paulo Barbosa com quem o Benfica ou, pelo menos, Luís Filipe Vieira não mantém uma boa relação. Um conflito que acabou por ser duro para os jogadores: «Quando saí havia problemas com o meu empresário e isso não me ajudou muito. Ficou claro para os jogadores, e isso é público, que ou deixávamos o nosso representante ou íamos ter problemas.»
«Senti-me desamparado, bati no fundo, mas levantei-me»
Ednilson não deixa de se mostrar desapontado ao lembrar que todos esqueceram o que, para ele, parecia claro: «Eu era jogador do Benfica e não do Paulo Barbosa. Era o clube que me pagava. Senti-me uma vítima no meio de todo aquele processo, que não me dizia respeito. Se calhar, hoje pensaria de outra maneira, pensaria mais em mim e deixaria de ser representado pelo Paulo (Barbosa), com quem ainda mantenho uma boa relação. Mas eu é que saí prejudicado. Hoje estou bem e feliz, mas quando fui para a Grécia senti-me desamparado. Bati no fundo, mas voltei a levantar-me.»