Ednilson, antigo jogador do Benfica, está a jogar no Dínamo de Tbilisi, da Geórgia, mas não esquece Portugal. Por tudo o que lhe deu e devido às saudades que a distância provoca. Em entrevista ao Maisfutebol e à TVI, o médio falou da sua experiência como emigrante e da Liga portuguesa.

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O que o levou a ir jogar para o campeonato georgiano?

«Decidi ir para a Geórgia porque, na altura, recebi o convite, através de um empresário sérvio. O Dínamo de Tbilisi tem nome na Europa e tem um bom projecto. Isso convenceu-me a ir para lá. Está a correr muito bem. Estou a jogar, que é o mais importante para um futebolista. Precisava de jogar, porque fiquei seis meses sem jogar, quando saí do Chipre. Em termos pessoais, as coisas também estão a correr bem, mas não quero estar muito longe da minha família. Para o ano espero vir para mais perto.»

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O quê que é mais difícil quando se está tão longe? As saudades?

«É estar longe da minha filha. Só quem passa por estas situações é que sabe o que estou a sentir. É difícil, porque ela [a Catarina, de sete anos] está numa idade em que precisa do pai. Mas, com o esforço dela e da minha mulher, estamos a conseguir. Estava com saudades dela, ainda para mais porque ela é muito carinhosa. Falamos todos os dias, três a quatro vezes por dia, o que acaba por compensar.»

Como foi a adaptação? A língua foi uma barreira?

«É muito difícil. Como lhes costumo dizer, posso estar lá dez anos que nunca vou conseguir falar aquela língua. Falo inglês e o treinador fala muito bem inglês. Depois também tenho um brasileiro, um jogador dos Camarões e outro do Gabão na equipa, que são os meus amigos mais próximos.»

Quais são as principais diferenças entre o futebol georgiano e o português?

«O futebol da Geórgia não tem nada a ver com o português, que é mais competitivo e mais profissional. Lá existem três ou quatro equipas muito boas, mas o resto não tem nada a ver com o futebol português.»

Admite voltar?

«Claro, claro. Quero regressar, mas aceitei ir para a Geórgia porque não estava a jogar. Se, no Verão ou na reabertura do mercado, tiver uma proposta venho. Tenho saudades. Formei-me aqui e tenho cá a minha família. Se houver uma proposta, volto.»