Ednilson acredita que voltou a ser o que já foi no Partizan que, a uma jornada do final da segunda fase da Liga sérvia, é líder, com mais cinco pontos que o Estrela Vermelha. «Sinto que voltei a ser o Ednilson do primeiro ano de Benfica», referiu, ao Maisfutebol, acrescentando: «Parei durante mais de cinco meses, mas ninguém acredita, porque estão todos contentes com a forma que apresento». Isso explica o facto de, em cinco jogos realizados, ter começado um no banco e ter sido titular nos restantes.
Ingressar no Partizan foi uma decisão ponderada e, para já, uma aposta ganha: «Joguei em clubes grandes como a Roma e o Benfica e este também é um grande clube. Não estava à espera. Em Portugal ouvia falar mais do Estrela Vermelha. Por isso, fiquei muito surpreendido com as infra-estruturas que encontrei e com a massa associativa. O futebol está ao nível do futebol grego e começa a aproximar-se do português.»
O médio mostra-se satisfeito por estar numa equipa que luta pelo título e que poderá colocá-lo, novamente, nos palcos europeus. Pelo menos, tudo «está bem encaminhado». Agora resta que os adeptos, que são «fanáticos», se portem bem, de forma a que o clube não volte a sofrer sanções da UEFA, como aconteceu esta época: «Estou mais feliz, porque estou a jogar. Quando estava no Benfica estava num clube que aspirava sempre a conquista do título, mas depois passei por clubes que apenas lutavam pela manutenção ou por um lugar numa competição europeia. Agora estou numa equipa que quer ganhar tudo e voltei a sentir-me útil.»
Belgrado, uma cidade em que se fala português
Apesar de estar num país com uma cultura e língua diferentes da sua, Ednilson não está a sentir dificuldades em integrar-se. A explicação é simples: «A adaptação está a ser muito boa. Não tive grandes problemas, até porque estava cá o Moreira, que é um amigo, e há também um brasileiro no plantel. O treinador fala espanhol, o adjunto fala espanhol e português (Goran Stevanovic, passou pelo Farense e o V. Setúbal, entre 1993 e 1996). O director desportivo, Ivan Tomic, foi meu colega na Roma. As pessoas são muito simpáticas e a cidade é bonita e tem tudo.»
«Estou num grande, mas quero mais»
Não sabe o que o futuro lhe reserva, até porque assinou por seis meses, com mais três anos de opção. No entanto, o rumo dos acontecimentos diz-lhe que Belgrado poderá continuar a ser a sua casa por mais algum tempo: «Se não estivesse a jogar podia pensar que não ia ficar. Mas, olhando para os últimos dias, por exemplo, joguei três partidas e fui titular em todas elas. Vamos ver, o futebol é feito de surpresas.»
Os objectivos imediatos passam por "ser campeão e vencer a Taça". Depois, quem sabe? "Como qualquer jogador, quero ir o mais longe possível. Se calhar não cheguei antes devido a algumas decisões que tomei. Mas agora sei bem o que quero. Já estou num grande, mas quero mais."